Segunda-feira, 16 de janeiro de 2012 - 09h05
Em Manicoré tivemos a oportunidade de conhecer a Cooperativa Verde de Manicoré (COVEMA), fruto de uma história de luta das Comunidades Extrativistas dos Municípios de Manicoré e Nova Aripuanã, onde existem Unidades de Conservações de Uso Sustentáveis federais e estaduais, além de Projetos de Assentamento Sustentáveis e Áreas Indígenas.
-Finalidades da COVEMA
A COVEMA aliada ao Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) e o Conselho das Associações de Manicoré (CAM) buscam organizar as comunidades com as seguintes finalidades:
1.Apoiar a regularização fundiária, com o propósito de garantir a propriedade das áreas de coleta para os trabalhadores extrativistas;
2.Organizar a produção para garantir melhores preços;
3.Melhorar a qualidade de vida do extrativista e de suas famílias buscando, junto aos órgãos públicos, investimentos nas áreas de educação e saúde;
4.Proporcionar alternativas de renda aos produtores.
-Produção
Graças a parcerias firmadas com instituições públicas e privadas a cooperativa implementou práticas adequadas em relação à coleta, transporte, armazenagem e beneficiamento da Castanha-do-Brasil buscando a melhoria de qualidade do produto. Hoje são 800 castanheiros cadastrados e, em 2011, a cooperativa comercializou 300 toneladas de castanha que depois de processada gerou 100 toneladas de amêndoas selecionadas. A COVEMA estima que isto represente apenas 26% da produção estimada da região. Recebi da Cooperativa uma “Cartilha do Coletor” produzido pela ASBRAER, em 2008.
-Castanha-do-Brasil
Fonte: ASBRAER
A Castanha-do-Brasil é um produto encontrado na Floresta Amazônica muito importante para a região. Sua produção, em torno de 30 mil toneladas por ano, é quase toda exportada e o consumo interno é de apenas 5% desse total.
A castanha é uma fonte de trabalho e renda para as pessoas que vivem e trabalham na floresta; e também é uma importante fonte de proteína para a alimentação. O Brasil já foi o principal produtor da Castanha-do-Brasil, mas perdeu o lugar de maior exportador para a Bolívia. Isso porque nossa castanha descascada estava apresentando altos níveis de contaminação por aflatoxina (uma substância que causa câncer no fígado.
Esse problema ocorre principalmente porque não há cuidados com a qualidade da castanha, nem nas etapas de coleta na floresta e nem no armazenamento dentro das usinas. Mas a qualidade da nossa castanha pode melhorar. A castanha bem cuidada fica saudável para a alimentação e melhor para se vender.
-Técnicas de Amontoa
Fonte: ASBRAE
5.Apanhe os ouriços semanalmente.
6.Não misture os ouriços da safra passada aos da safra nova.
7.Depois de feita a “amontoa” não demore mais de três dias para quebrar os ouriços e levar as castanhas para o armazém ou paiol.
8.Se não for possível quebrar os ouriços após a “amontoa” faça jiraus com 3 a 4 palmos de altura do chão pra amontoar os ouriços.
9.No jirau, ponha os ouriços de umbigo para baixo, para não entrar água da chuva. A umidade ajuda o mofo a crescer e estraga a castanha.
-Pré-seleção da Castanha
Fonte: ASBRAER
1.Quando estiver fazendo a quebra, retire os umbigos e as castanhas cortadas.
2.Não lave as castanhas! A castanha molhada demora mais para secar e o mofo pode crescer, estragando as castanhas.
-Armazenamento da Castanha
Fonte: ASBRAER
1.As castanhas nunca devem ser ensacadas logo após a quebra, elas precisam estar secas.
2.Espalhe a castanhas dentro do armazém em camadas de até meio palmo de altura.
3.A cada dia revire as castanhas, para secarem por igual.
4.Não misture, na mesma pilha de secagem, castanhas que já estão quase secas com castanhas úmidas.
5.Não deixe animais terem contato com as castanhas que estão em processo de secagem.
6.Não deixe as castanhas terem contato direto com o sol ou a chuva. O sol deixa a castanha com gosto ruim e a chuva favorece o mofo.
7.Após sete dias, a castanha estará seca, podendo ser ensacada em sacos de aniagem ou armazenada solta, a granel, em um canto do paiol.
-Paiol
Fonte: ASBRAER
1.O paiol pode ser construído de diferentes materiais, formas e tamanhos.
2.O paiol deve ficar a pelo menos 80 cm (4 palmos) acima do chão.
3.O telhado do paiol deve ser bem inclinado, para a chuva escorrer com facilidade, e não ter goteiras.
4.As paredes e o chão do paiol devem ter fresta, para facilitar a ventilação, mas não devem permitir a entrada de chuva. Nas paredes laterais devem ter telas ou um vão para circulação do ar.
5.O paiol deve ser protegido contra a entrada de ratos e outros animais. Deve estar afastado de árvores e outras construções, para evitar sombra.
-Livro
O livro “Desafiando o Rio-Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre. Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false.
Fonte: Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
Vice- Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - RS (AHIMTB - RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS);
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
E-mail: hiramrs@terra.com.br
Blog: http://www.desafiandooriomar.blogspot.com
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