Terça-feira, 6 de dezembro de 2022 - 06h05
Bagé, 06.12.2022
Os
desmandos, o autoritarismo e as corrupções do momento atual fazem-me engarupar
na memória e expandindo todos os sentidos sentir uma cálida aragem vinda de
áureos tempos em que nossas lideranças políticas, a sociedade civil e militar uniram-se
para afastar os comunistas e seus asseclas que pretendiam implantar o caos na Terra
Brasilis.
Um
STF, TSE e Congresso vermelho corrompem hoje a Constituição Federal a seu bel
prazer. A liberdade de expressão é amordaçada, indivíduos são condenados sem
direito de defesa... Bravos caminhoneiros e demais manifestantes, vocês são a
voz do povo, que se multipliquem as manifestações, só elas desencadearão uma
resposta enérgica das únicas instituições que ainda tem credibilidade nesta
Nação.
Reporto
um artigo do então Tenente Saraiva publicado no jornal “O Pium n° 10” do 6° BEC, Boa Vista, Roraima, em 20.03.1975, que
retrata perfeitamente o momento atual e o que virá:
Eu vi minha Pátria Renascer
esplêndida, majestosa, altaneira. Eu vi minha Pátria reviver em meio das
brigas, das lutas, do vendaval pavoroso da multidão enlouquecida. Era um
cenário rude, torpe, muito estranho. O respeito não mais distinguia os
ambientes de trabalho; o calor humano não tinha valor algum perante os
interesses materiais. Só a baderna encontrava destaque nos setores onde,
frequentemente se alicerçava a discórdia.
O quadro apresentado nada mais era do
que um cenário de indisciplina e desrespeito. Minha Pátria queria sobreviver,
impor a ordem, dignificar o respeito à criatura humana.
Sentia o peso da responsabilidade que
lhe cabia de manter incólume as glórias de sua tradição; de preservar a ação
benemérita de seus antepassado, de defender o valioso patrimônio histórico de
suas glórias, conquistadas através dos tempos, em longos anos de extremado
sacrifício. O panorama da época se mostrava entristecedor. Não se divisava entendimento.
Eram feitos degradantes onde o ódio palmilhava à risca sua trilha nefanda.
O princípio de autoridade sucumbia de
maneira deprimente, cedendo lugar aos abusos da ação licenciosa. Era um
verdadeiro tumulto. Minha Pátria esteve à beira do abismo, seduzida
sorrateiramente pelo engodo de falsos compatriotas, os famigerados do poder
que, no intuito de conquistá-lo, se lançaram no mísero ridículo da hipocrisia.
A dignidade levianamente ia
decrescendo de valor, subestimada em detrimento da maldade, na preservação da
imunda crueldade.
Só se falava em guerra, greve,
revolta, na luta dos direitos forjados como justificativa de toda desordem. A
ordem e a justiça eram ridiculariazadas em plena via pública numa projeção
clamorosa que atingia as raias da traição. Era sem dúvida um quadro deprimente.
Minha Pátria dileta, cuja bandeira tremula
altaneira em nossos mastros, nos quartéis, nos navios, nas escolas, nas
Unidades de Fronteira, da mais próxima à mais distante, simboliza em nossos
corações o amor arraigado pela Terra que nos viu nascer.
E quando
ameaçada em sua soberania, nos estimula ao processo de uma réplica austera, como sinal de resposta ao insulto provocado. O
grupo da veleidade se constituía de pequena facção e foi por isso que não teve
condição de sobreviver, apesar da força aparente que manifestava ter.
Em boa hora surgiu a Revolução de 31
de março de 1964, que teve como sustentáculo básico a mão redentora da Divina
Providência, permitindo que as Forças Armadas, alicerçadas em homens de bem e
de caráter elevado, assumissem as rédeas do poder e salvaguardassem e integridade
de nossa Pátria, cuja soberania esteve seriamente comprometida.
São decorridos onze anos. Hoje, em
todos os quadrantes do Brasil, comemora-se esta maravilhosa data que representa
o repúdio e extermínio à essa grande chaga do totalitarismo que tentarem lançar
no coração da nossa sacrossanta Nação, batizada que foi com o nome de Terra de
Santa Cruz.
Brasileiros fieis que somos, ainda
miramos espantados os perigos porque passamos e nos rejubilamos com o evento da
grande data, que nos restituiu a paz, e confiança e a tranquilidade de vivermos
numa terra ordeira, onde se cultiva o amor, atributo legado de nossos
antepassados.
No momento preciso, saberemos sempre
nos defender com denodo, espírito da brasilidade e alma verdadeiramente
patriótica.
Ten Saraiva
(*)
Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas,
Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do
Sul (1989)
Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre
(CMPA);
Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura
do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério
Militar – RS (IDMM – RS);
Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando
Militar do Sul (CMS)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira
(SAMBRAS);
Membro da Academia de História Militar Terrestre do
Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio
Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia
(ACLER – RO)
Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio
Grande do Sul (AMLERS)
Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da
Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
Galeria de Imagens
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