Até os anos 60 o nosso Aeroporto denominava-se de Aeroporto Caiari?
Sua entrada principal situava-se na avenida Farqhuar, hoje ocupada por residências dos militares, Esplanada das Secretarias e prédios públicos. Uma casa simples de alvenaria com funcionamento de um bar, uma cabine telefônica, poucos móveis e alguns balcões para atendimentos dos usuários/passageiros que ali se dirigiam para fazer ckeck-in ou check-out. Porto Velho era atendida pelas companhias aéreas: Cruzeiro do Sul, Panair do Brasil, Paraense e pasmem... existia o vôo internacional do Loyd Aéreo Boliviano que atendia algumas das cidades daquele país.
Tudo muito carente, pista sem asfalto que nas decolagens e pousos, de longe se avistava o volume de poeira que levantava atingindo todos os arredores.
Como era pouco o movimento de pousos e decolagens se tornava fácil e sem perigo atravessar a pista (avenida Farqhuar/Presidente Dutra) onde nas laterais se formava um matagal.
Mas, hilário mesmo era uma aeronave DC-3 da SAVA que ficou por muitos anos estacionada na cabeceira da pista, onde hoje se localiza o Ginásio Cláudio Coutinho, e a meninada que estudava nos colégios daquelas imediações aproveitava o espaço para vários tipos de brincadeiras. Com o passar do tempo a aeronave virou escombro, sendo retirada do local.
Passam-se os anos e lá continuava o Aeroporto Caiari, sendo invadido aos poucos pela malha urbana e sua estrutura não mais comportava as aeronaves de médio porte, passando com isto a se fazer vários estudos para uma nova construção que oferecesse solo com formação compatível com boas condições de construção da pista, qualidade e durabilidade, e com distância pequena da área central da cidade, além de se evitar reclamações pela poluição sonora. Surge o Aeroporto Belmont, na área norte de Porto Velho, após o Parque Circuito.
Em 1966 o Aeroporto Belmont já tinha sua pista toda asfaltada, não operando regularmente, mesmo assim algumas aeronaves já faziam uso dela, nada mais funcionava além da pista.
Em 16 de abril de 1969, o Aeroporto Belmont é inaugurado oficialmente com distância de 7 km do centro da cidade, tendo como acesso principal a avenida Lauro Sodré. Sua operacionalização é de transporte aéreo regular doméstico, aviação geral e aviação militar. Um ambiente maior dando mais conforto aos usuários, com diversos serviços, destacando-se por algum tempo o restaurante localizado no 1º piso com vista privilegiada pra sacada onde se tinha um visual de pousos e decolagens de vôos.
Em fevereiro de 1979, através de Portaria nº 136/GMS, o ministro da Aeronáutica transfere a jurisdição administrativa do Aeroporto Belmont para a Infra-estrutura Aeroportuária – Infraero, considerando-se ser um aeroporto de Capital, com um fluxo de passageiros considerável.
O Aeroporto Belmont foi por muitos anos palco de famosos que por aqui transitaram, autoridades e políticos lá passaram, porém com o crescimento da cidade e o avanço da tecnologia através de novas aeronaves o Belmont se torna carente para atender as necessidades aeroportuárias se fazendo necessário uma grande reforma e ampliação. Isto aconteceu já no final do anos 70.
Passados os anos, o Aeroporto Belmont fica pequeno para atender as necessidades da região como também a aviação precisava crescer e se adequar à nova realidade. Começam novos estudos para a construção de um novo e moderno terminal de passageiros.
Com a parceria entre o Governo Federal e a contrapartida do governo de Rondônia, no ano de 2002 iniciam-se as obras do Aeroporto Internacional e, ainda no mesmo ano o Governador de Rondônia (na época) José de Abreu Bianco, inaugura oficialmente o Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira de Oliveira, (o nome foi uma justa homenagem ao herói da transformação de Rondônia em Estado).
As obras da construção só foram concluídas no ano seguinte.
As atuais instalações contam com 8.500 m² de área construída oferecendo um ambiente climatizado, informatizado, moderno e funcional com lojas e praça de alimentação, banco 24 horas, sistema de detecção de metais e scanner de inspeção de bagagem, balcão de informações turísticas, sob a responsabilidade da Superintendência Estadual de Turismo (Setur), estacionamento com capacidade para 150 veículos, sendo 05 vagas destinadas a deficientes, uma pista principal com 2.400m de comprimento e 45m de largura, estacionamento que absorve até 03 aeronaves de grandes portes e 02 áreas para pernoites de aeronaves.
Conta ainda com um moderno sistema de vigilância através de circuito fechado operando com 36 câmeras.
Hoje o Aeroporto está vinculado ao Ministério da Defesa e tem como superintendente da Infraero o Senhor Raimundo Daniel Pereira Sobrinho.
Mesmo sendo um aeroporto internacional ainda deixa a desejar alguns serviços aos passageiros. Nota-se a falta de finger (passarela de acesso entre o saguão de embarque à aeronave); ambolifity (veículo com recurso para transportar passageiro sem condições de locomoção); estacionamento em subsolo, para proteção dos veículos; uma sacada que atenda a visibilidade de pousos e decolagens... Atualmente o estacionamento encontra-se desprotegido de qualquer tipo de segurança, pois a guarita não conta com nenhum vigilante. Após o vencimento do contrato a empresa de vigilância retirou-se do local.
Com o crescimento de vôos através de grandes empresas e operacionalização de vôos internacionais, em um curto prazo o nosso município estará novamente precisando se adequar aos novos padrões da aviação.
Pelo fato de Porto Velho ter poucas opções de lazer, o Aeroporto nos finais de semana passou a receber uma grande demanda de pessoas que ali se dirige para usufruir daquele espaço.
Fotografias: Acervo Particular/Ivo Feitosa Filho.
Texto e pesquisa: Ivo Feitosa Filho – Turismólogo
ivofeitosa@gmail.com