Segunda-feira, 14 de maio de 2007 - 06h15
A construção da Capela de São Francisco de Assis está associada à devoção do Santo, e teve início no século passado, com a chegada de migrantes nordestinos que vieram para Porto Velho para trabalhar na extinta Estrada de Ferro Madeira-Mamoré?
Tudo começou com o casal Mariquinha e Antônio, moradores que residiam próximos à área onde hoje está a igreja. Dona Mariquinha era muito devota de São Francisco.
Certa noite, ela teve um sonho, no qual São Francisco lhe aparecia pedindo-lhe que construísse uma Igreja, no terreno baldio, em frente a sua casa. Contou o sonho ao marido (Antônio). Ele respondeu que seria difícil pois eram pobres e viviam somente com o salário da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
Dona Mariquinha não desanimou. Disse que iria pedir esmola, mas a Igreja seria construída. Para isso, saiu com suas amigas pedindo donativos pelas ruas da cidade. Em pouco tempo conseguiram uma boa quantia em dinheiro e seu marido, senhor Antônio, animado, foi até a Prefeitura onde conseguiu o terreno e iniciou a construção da capelinha. Em taipa e barro, coberta com palha caranaí.
Daí em diante, todas as atividades religiosas e festas do Santo passaram a ser realizadas (1920-1925). Dona Mariquinha, cansada e com o peso dos anos, entregou a capela ao Pe. João Nicoletti. Este resolveu então, demoli-la e, em seu lugar, construiu outra, de tijolos e um pouco maior na forma que ainda hoje tem. O primeiro documento escrito se encontra no primeiro livro Tombo da Catedral (p. 46) 1927. O Pe. Antônio Peixoto, vigário-geral, anota que "desde o dia vinte e quatro de setembro se vinha fazendo a novena de São Francisco, na sua Capela, havia grande concorrência de fiéis. Fez-se um leilão e houve missa no dia quatro de outubro. Pela tarde faz-se procissão com a pequena imagem do Santo".
Em quatro de outubro de 1930, o mesmo Pe. Antônio Peixoto anota no segundo Livro Tombo da Catedral (p. 28);
"As novenas de São Francisco, começadas em vinte e quatro do mês passado, continuaram com muita animação e culminaram na festa do dia quatro de outubro. Na véspera se fez um leilão e no dia quatro houve missa com grande afluência e certo número de comunhão; pela tarde fez-se procissão com grande acompanhamento. Pela primeira vez apareceram extravagâncias na procissão: uma negra carregando um lata d'água na cabeça, para atender a quem tivessem sede; dois homens carregando tamanha pedra na cabeça e com as calças arregaçadas até o joelho".
Na década de 1940 aumenta o número de devotos, isto em função dos migrantes que vieram para trabalhar no extrativismo vegetal como Soldado da Borracha.
Passaram-se os anos e já em 1969 chegam as Irmãs Catequistas Franciscanas, de Santa Catarina, lideradas pela Ir. Hilda, que assumiram as responsabilidades pela Capela e pela organização das atividades religiosas, como também pelos festejos e pela Procissão de São Francisco.
Já em 1986 quando as Irmãs Franciscanas entregam a Capela ao Grupo de Cursilhistas que constituíram o Grupo de São Francisco, onde até hoje zelam pelo templo e animam a devoção de São Francisco, sob a direção do Pe. Emílio La Noce, Pároco da Catedral Sagrado Coração de Jesus.
Por algum tempo os Freis Capuchinhos atenderam à comunidade da Capela de São Francisco com missas semanais e hoje como a Capela faz parte da jurisdição da Catedral o Pe. Emílio, as quartas feiras com outros sacerdotes fazem a celebração da Santa Missa.
Sabemos que São Francisco tem um grande número de devotos, o que se pode ver nas Procissões em homenagem ao Santo, até mesmo com pessoas pagando promessas ou pedindo alguma graça, muitas pessoas vestidas de trajes marrom, iguais ao de São Francisco.
A Capela situada na avenida Campos Sales esquina da avenida Pinheiro Machado mantém a originalidade e o aspecto acolhedor. Hoje, dispondo de ar-condicionado continua recebendo incontável número de fiéis, pois São Francisco a personalidade do milênio ( 1001 a 2000) o santo dos pobres e da ecologia, continua encantando a humanidade e cantando o Irmão Sol e a Irmã Lua.
Fonte: Desbravadores Vol. III – Monografia do curso de Teologia – Seminário Maior João XXIII – Procissão a São Francisco em Porto Velho-2006. Frei Hélio Aparecido dos Santos.
Ivo Feitosa – Turismólogo.
ivofeitosa@gmail.com
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