Quinta-feira, 7 de julho de 2016 - 14h51
Quinta-feira, 07/07. Ainda no torpor e chegando ao mundo real vindo da festa de Morfeu, ouço o som difuso da TV que se ligou sozinha por capricho da tecnologia, ou pelo peso do meu corpo sobre o controle remoto. O termo Lava Jato me despertou, mas os pensamentos ainda estavam na bruma. Lava Jato hoje? Na quinta-feira, Ora... Não seria amanhã, sexta-feira? Não. Nova fase. Aliás, é fase, mas não nova. É o desdobramento de uma outra velha fase, a “Triplo-X”, que lembra Panamá, tríplex, pedalinhos, sítio, tererê e coisa e lousa.
Café rápido, computador, e-mails, twitter e antes que chegue ao cerne da operação cujo nome, codinome ou apelido ainda não sei, fiquei de cara com a notícia de suprema importância para o estado democrático de direito: um servidor lotado no STF e ocupando o honroso cargo de secretário de segurança oficiou a Polícia Federal para que – ai, ai – “se envidem todos os esforços da corporação no sentido de interromper a nefasta campanha difamatória contra o chefe do Poder Judiciário, de maneira que esses constrangimentos não mais se repitam”. Ai, ai, ai...
Fiz um certo esforço para não rir e segui adiante com a leitura, tentando adivinhar onde tal presepada pode desaguar ou se esse fluxo nihil será absorvido nalgum ponto e ponto. Mas aí a dúvida me assaltou...
Que campanha difamatória seria esta? Será que aconteceu hoje, durante a madrugada e justo quando eu dormia? Terá tal campanha subversiva algo a ver com a operação ainda inominada da PF? Terá algo a ver com as Olimpíadas? Com o Brexit? Talvez com a maioridade penal? O documento esclarece mais adiante.
Numa manifestação de rua no dia 19 de junho apareceram alguns bonecos infláveis grandes, representando as figuras do presidente do STF, ministro Lewandowski e do procurador geral Dr. Janot. Segui adiante lendo o tal pedido até um determinado ponto em que o zeloso secretário revela duas faces da moeda: “configuram intolerável atentado à honra do chefe do Poder Judiciário e, em consequência, à própria dignidade da Justiça brasileira” – fecho aspas para separar e mostrar a outra face, a coroa: “extrapolando, em muito, a liberdade de expressão que o texto constitucional garante a todos os cidadãos, quanto mais não seja, por consubstanciarem, em tese, incitação à prática de crimes e à insubordinação em face de duas das mais altas autoridades do país”. Danou-se algo ou danei-me eu mesmo. Mas o certo é que assim, tá danado...
Pensei comigo: vão prender os bonecos e acionar a lei de segurança nacional contra Carla Zambelli Salgado que, diz o documento, “foi identificada” e deve ser responsabilizada pelo estrago causado pelos bonecos. Um adendo para falar sobre Carla Salgado: se existe algo que deva ser investigado, reduzido a extrato de poeira cósmica e levado para além dos confins do universo é com ela, por ela e contra ela que, aliás até já andou se acorrentando por conta do impeachment da senhora presidenta. Ela é a tal. Ela sim e não os bonecos.
Recuso-me a acreditar que o secretário tenha sido demandado por seus chefes e em especial pelo presidente do STF para promover esta algaravia documental que deslustra, aí sim, o Poder Judiciário. Não é crível.
E, para não dizer que não falei dela, a PF está hoje com a Operação Caça-Fantasmas – este é o nome da 32ª fase da Lava Jato, mapeando 44 offshores montadas pela Mossack Fonseca, “clientes” do panamenho FPB, que atuava sem autorização do Banco Central do Brasil. O rolo é grande, envolve muito dinheiro e mais uma vez a justiça brasileira, dá um exemplo de competência, lisura e serenidade no trato da coisa pública.
Para findar, a PF mantém a energia invulgar e ainda hoje deflagrou aqui em Jarú, a operação “Mors” para desbaratar a quadrilha que agia aqui nos moldes das milícias cariocas e até com insuspeitos policiais. E sobre os tais boneco... que coisa risível, deplorável, lamentável.
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