Sábado, 29 de setembro de 2012 - 21h11
Frase do Dia
“Quando eu gosto muito de uma pessoa, ela vira uma gracinha.”
Hebe Camargo, a estrela.
I-Papo aguado
Não custa lembrar aos senhores candidatos e candidatas à prefeitura de Porto Velho que o tratamento e distribuição de água, bem como o tratamento e destinação do esgoto é da responsabilidade do governo estadual por força de lei. Aliás, esse assunto está travado por conta de uma ratada do governo estadual quando da feitura do projeto básico. O grozópe é grande e o atual governo vem se virando mais que charuto em boca de bêbado para resolver o enrosco e está difícil. Trazer a questão da água e esgoto para a campanha eleitoral como sendo da responsabilidade do prefeito ou do município é no mínimo estelionato intelectual.
II-Papo esgotado
O velho professor de estatística, Loureiro, brincava conosco dizendo que a função da vírgula e dos números fracionados depois dela é para evitar ou dificultar a contestação e o debate. Deve ser por isso que o sistema de esgotamento sanitário de Porto Velho continua situado naquela faixa infinita entre dois números inteiros e bem próximos de zero. Até o IBGE entrou nessa. Dados da PNAD que vem a ser a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios dizem que apenas 2,9% das residências de Rondônia têm rede de esgoto e 62% de água tratada. Saí cozinhando o juízo e catando informações para descobrir onde estão os tais 2,9% e...
III-Papo furado
...ai que tal pensar sobre os 62% de água tratada que pelo menos em tese – diz a pesquisa – seria distribuída para o povo de Rondônia? Táquió! Vá somando aí para não se perder na conta. Porto Velho que tem a maior concentração de gente e moradias não tem tal índice. Se juntarmos Ji-Paraná, Cacoal, Ariquemes e Vilhena ficamos longe de novo do tal número da pesquisa, ainda que os pesquisadores somassem as casas e pessoas servidas com água de poço como sendo água tratada. Mais: já que o tema vazou no papo furado, que tratamento recebe a água antes de chegar à nossa casa para ser consumida? Eu não sei. Você sabe?
IV-Papo encanado
Tratar a água é usar um conjunto de procedimentos físicos e químicos para que esta fique potável. Para não enfiar minhoca na cabeça dos crédulos, cito apenas os sete procedimentos básicos e obrigatórios, sem registrar os produtos químicos que devem ser dosados de forma científica e com acompanhamento físico-químico de todo o processo: Coagulação, Floculação, Decantação, Filtração, Desinfecção, Fluoretação e Correção de PH. Porém é preciso fiscalizar a estrutura de distribuição – canos e bombas – mormente se há interrupção relevante do fluxo que, pela pressão negativa, pode contaminar o sistema. E o serviço será que é feito?
V-Favelas
O termo pronunciado no debate da Uniron pode não alterar a política, mas pelo forfait será um bom tema para doutorado. Favela 1: Aglomeração de casebres construídos toscamente sem planejamento e recursos higiênicos em pontos de grandes centros urbanos onde mora a população mais pobre. Favela 2: Cnidoscolus phyllacanthus, planta espinhosa da família Euphorbiaceae nativa da caatinga e consumida por animais na seca. Favela 3: Após a guerra de Canudos os soldados voltaram ao Rio de Janeiro e sem soldo ocuparam precariamente o Morro da Providência. A associação com abandono, omissão e miséria e mudas trazidas e plantadas pelos esquecidos pelo estado mudaram o nome para Morro da Favela, homônimo do existente nas cercanias de Canudos onde predominava a favela. E favela já deu samba.
VI-Azedou
O clima entre os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowsky do STF que anunciava tempestade azedou de vez com a entrada no rififi do ministro Marco Aurélio. Ao vivo pela TV Justiça, Marco Aurélio deu um “passa moleque” no colega durante a última sessão. Na troca de “gentilezas” Marco Aurélio levou um contravapor numa nota recheada com a bílis do Barbosa e que não será publicada pelo STF. Brigas de togados não são muito diferentes das nossas. Vale rabo de arraia, tapa no pé orelha, rasteira, dedo no olho, facada nas costas, golpe baixo e sem uso dos “data vênia”, rapapés ou salamaleques. Deu mole e o pau canta. O clima anda tão pesado até garçom está evitando entrar para servir cafezinho nas sessões.
VII-Carga pesada
Vejam como são as coisas na política: não foi só a figura do Paulo Maluf abraçado a Lula, dando apoio, que incomodou o ex-ministro e hoje candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. Não será mais veiculado no programa do tucano Serra, a pedido do Haddad e por ordem da justiça eleitoral, imagens de Zé Dirceu, Delúbio e outros figuras que estão sendo julgadas pelo STF naquela ação que a “tchurma da estrela” prefere chamar de Ação Penal 470 e que eu, só de birra, chamo mensalão. Curioso é que no despacho que suspende a veiculação da peça, o juiz eleitoral, Henrique Harris Júnior, diz que a propaganda veiculada na TV "é passível de enquadramento, em tese, como degradante". Será que o juiz ficou com pena?
VIII-Terceira via
Pesquisa Datafolha em São Paulo reforça a tese de que o país busca a via alternativa entre PT e PSDB. 81% dos eleitores dizem que não mudariam o voto por causa do julgamento do mensalão. 19% dos paulistanos estão bem informados sobre o julgamento e 18% nada sabem. Para 51% o julgamento não exerce qualquer influência na definição do voto, o que contraria 22% dos entrevistados com opinião inversa. Nos grandes colégios eleitorais do país o embate de tucanos e petistas perdeu força. Em parte porque os dois expoentes estão de fora, mas a leitura de que uma terceira via se forma ganha força entre os eleitores.
IX-Aos trancos e barrancos
A história é generosa, verdadeira e cíclica. Depois de mais de meio século olho para trás e vejo momentos e intervalos. 1954, Praça Cayru-Salvador, o corre-corre na morte de Getúlio. 1961, Colégio D.Pedro II- interior da Bahia, Janio renuncia. 1964, Colégio Duque de Caxias-Salvador a ordem do PE: “Vá pra casa que hoje tem revolução”. 1983, Elevador Lacerda- Salvador, Ulisses e as Diretas Já. 1985, Amaralina, Salvador, morre Tancredo. 1988, Cuiabá, Ulisses mostra na TV a constituição cidadã. 1992, Porto Velho, Collor renuncia. 1994, Porto Velho, plano real. 2002, Porto Velho, eleição de Lula. 2005, escândalo do mensalão. 2012, o STF julga o mensalão. Aos trancos e barrancos o Brasil segue em frente, ainda que devagar.
X-Papo com Zé de Nana
X1-Qual o nome para o aglomerado de casas da Balsa: Condomínio, Ocupação ou Favela?
X2-Lula: mensalão é ficção. Aécio: Lula é chefe de facção. Quem não concorda é defecção?
X2-Quem tem propostas não semânticas para urbanizar as favelas reais ou as virtuais?
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