Sexta-feira, 6 de julho de 2007 - 14h29
POLÍTICA & MURUPI
FRASE DO DIA
"Roriz o considerava um amigo leal. Mas que o governador vai dar o troco, ah, isso vai". Do um deputado federal, aliado de Roriz, sobre a traição do suplente Gim, acusado de ter passado informações à revista Veja
Pauta política de 01 a 10
01-Trocando seis por meia dúzia:
A renúncia do senador Roriz em nada alivia o caso do Renan. Vai obrigar o Conselho de Ética a analisar com mais firmeza e mais rapidez o processo, disse o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia. Ou seja, o foco do Senado agora é o seu presidente, posto que o seu suplente que também é acusado de receber propina, o fez quando ainda não era senador. Por via das dúvidas, entretanto, Tuma, o corregedor da Casa, já estás campo para investigá-lo. Até onde irá o país, se o Congresso aceita e proclama como normal que seus membros tenham processos?
02-Justiça igual. Igualmente lenta:
O senador Wellington Salgado, aliado e da tropa de choque de Renan, aproveitou a renúncia de Roriz, para questionar a validade dos julgamentos políticos no Senado. Disse ele: No Conselho de Ética somos juízes, mas ninguém foi treinado para isso. O Poder Judiciário julga sem o clamor popular, sem pressa. O Senado precisa aprender a fazer o julgamento político. Para bom entendor, pingo é letra. O que Salgado quer é que os mecanismos do Conselho de Ética tenham aquele componente importante do STJ e STF: a morosidade. Se a moda pega, as mais altas cortes de justiça podem uma prática do Senado: a lambança. Seria o caos jurídico.
03-Sonhando um sonho impossível:
No pais da impunidade, um sonho, na importante reunião da AMB-Associação dos Magistrados Brasileiros. Para pôr um basta na corrupção e acabar com a impunidade, representantes dos três poderes, da Advocacia e do MP, se uniram num ato público em Brasília. Intitulado Juízes contra a corrupção. O presidente da AMB apresentou um estudo técnico sobre a tramitação das ações penais para autoridades com direito a foro privilegiado, no STF e STJ revelando o que todo mundo sabe, sem qualquer estudo. O foro privilegiado contribui para a impunidade até pela falta de estrutura do judiciário.
04-O sonho e o pesadelo:
Segundo o estudo da AMB, de 130 processos distribuídos no STF, de 1988 a 2007, apenas 6 foram julgados, sem nenhuma condenação. O STJ recebeu de 1989 2007, 483 ações penais, julgou 16 condenou 5 e absolveu 11. O presidente Rodrigo Colaço afirma: As pessoas não são julgadas nos tribunais superiores. A sociedade vê, todos os dias, pessoas sendo presas, soltas sem receber julgamento definitivo. Pesquisa realizada por alunos da UNB em Brasília, trouxe o povo para o encontro. 90,1% dos entrevistados não confiam nos políticos, mas 86,2% acreditam que a corrupção pode ser combatida. Se ampliarmos a pesquisa no pais, não muda o resultado.
05-Mãos limpas ou tolerância zero:
A experiência da Operação Mãos Limpas na Itália, foi lembrada no encontro da AMB por Pedro Simon. Lá, um grupo de juízes põs a mão na massa. Aqui que mãos formariam o grupo? Nossa corrupção é endêmica. Tome-se como exemplo, um policial que ganha R$ 800 por mês. Como fica ele, ao ver à sua frente uma bolada maior que anos de seu trabalho? Como limpar as mãos se a cada invasão de sinal, chamamos o guarda e enfiamos a mão no bolso para pagar a propina? Ou se a cada vez que um negócio é feito com o governo a mão se estende, não para fechar o acordo, mas para entregar os 20%? Como pode a mão do empresário pegar um edital se outra mão antes, o fez viciado? Causa e solução estão em nossas mãos, mas a tolerância com a corrupção está na nossa prática diária.
06-Um ministro com as mãos limpas:
Rondeau desceu do telhado e pode voltar ao Ministério de Minas e Energia pela porta da frente. Acusado de receber propina, acabou por receber a absolvição pública, com laudos periciais que dizem que o tal envelope pardo continha apenas papéis. O ministro Tarso Genro sondou e o Silas parece ter assentido com a possibilidade. Se o fato realmente acontecer, o velho Sarney ou um seu apadrinhado, pode chegar à presidência do Senado, em caso de não dar resultado a operação segura peão, para manter o Renan no cargo. É a vorta da cabôca Jurema. Mas a história mala que subiu com uma pessoa e não desceu com ela não foi explicada. Mistério.
07-Tem boi na linha:
O presidente nacional da UDR, Luiz Antonio Garcia, e os pecuaristas de verdade que vivem da criação de gado, estão assombrados com o resultado obtido pelos pecuaristas políticos. Renan e Roriz são exemplos a serem seguidos por todos nós. Estamos perplexos com esse mundo de fantasia. Isso é um milagre divino e só acontece com alguns políticos. Talvez eles sejam mais devotos do que nós e por isso sejam atendidos em suas preces. A taxa de lucratividade média do rebanho brasileiro está em 20%, e o gado do Renan é maior que 60%. Zé de Nana que já foi vaqueiro explica O olho do dono engorda o boi e o Renan deve ter o olho grande.
08-Tem avião na Caerd:
CtrlC + CtrlV do site O Observador: Gastar dinheiro com contratação de aeronaves é no mínimo estranha para uma estatal que só conseguiu sobreviver aos desmandos administrativos através de uma administração bipartite. A Caerd atualmente é administrada por Rosinete Sena, esposa do deputado Miguel Sena (PV), que responde a diversas ações civis públicas por mal uso de dinheiro público. Fora as questões de gastos supostamente desnecessários, há também a questão do nepotismo. Apesar de uma Lei estadual aprovada pela Assembléia no final do ano passado, que veda a contratação de parentes em cargos comissionados nos três poderes do Estado, o Executivo Estadual continua mantendo em seus quadros, servidores com vínculos de parentesco vedados pela Lei. A presidente da CAERD, Rosinete Sena, é um exemplo disso.
09-Renan e o pior dos mundos:
Durante a longa reunião realizada para selecionar os três novos relatores do processo contra Renan Calheiros, sucessivos nomes de senadores eram lançados na roda. Papo vai, papo vem, um dos presentes sugeriu o nome do Eduardo Suplicy. Rápido no gatilho, um integrante da tropa de choque do presidente do Senado emitiu o veto e explicou o motivo: O Suplicy não dá! Sua primeira providência seria ir para o interior de Alagoas, chamar uma equipe da Rede Globo e contar, ele mesmo, os bois do Renan no pasto! Suplicy que parece voltar de Woodstock a pé, não refresca nem para ele mesmo.
10-Comunista bossa-nova:
O senador Inácio Arruda, do PCBdoB, me assustou ontem ao discursar no plenário. Primeiro ao dizer que o Mercosul, execrado quando da sua criação, é o grande fator de integração latino americana. Segundo por pedir que se abram canais de diplomáticos entre Venezuela e Brasil pois eventuais retóricas de um e de outro lado, mesmo do chefe executivo da Venezuela, são quase um nada. Para Inácio, o ultimato dado pelo sargentão Chavez ao governo brasileiro, já foi deglutido. Parafraseando Marta Suplicy, se o Chavez é inevitável, relaxa e goza. É Inácio...Já não se fazem mais comunistas como antigamente.
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