Sábado, 6 de dezembro de 2008 - 07h47
Frase do dia:
“Ou você diria ao paciente ''sifu''? – Lula, em freudiano dilema médico-político-filosófico de forma e conteúdo, sobre revelar ou não a um paciente que ele já ... ”sifu”.
01 – Como nasce um cartório eleitoral
O Brasil adquiriu a síndrome da dívida social e a cada dia um conselho, fórum, ONG e outros aparecem com o papo de que é preciso uma ação para resgatar a dívida histórico-cultural de algum grupo étnico-político-religioso-social, ou coisa que o valha. “Criado” o grupo, é seguir a cartilha: reconhecer, promover seminários, criar reservas – mercado, cotas, etc, – e arranjar grana através de emendas. Se a coisa for boa, nasce um órgão tipo, Incra, Sudene, etc. cheio de cargos. O prejuízo para a sociedade é evidente. Em lugar de políticas públicas gerais, um feudo a ser administrado por uns poucos, bem na linha do dividir para reinar. Está montada uma linha de produção de votos encabrestados por quem criou o cartório e, que de lambuja ainda leva a administração das verbas que são destinadas. Uma fonte que não seca jamais.
02 – Reforma: fez que foi, não foi, acabou não fondo
A reforma política subiu mais uma vez no telhado e a procrastinação é considerada como uma derrota do presidente Lula, mas que na verdade, tem mais a ver com o atrapalhado relatório do deputado Sandro Mabel. A oposição vibrou, já que sem o número confiável de votos para a aprovação, o tema pode ser mais bem discutido e as opiniões melhor agrupadas. A promessa de um e outro lado é que o assunto volte em março de 2009. Para o DEM, o texto tem que ser mudado na essência. Para o PSDB, tudo está em aberto para a discussão e para o PT que também diverge do texto, tudo terá que ser resolvido no voto. Da minha parte acho que o vai e volta tem razão direta com a eleição da Mesa Diretora do Congresso e que a reforma entrou na história como balão de ensaio. Otimista, aguardo março chegar. Agora vai. Ou racha.
03 – O mapa da pobreza
Volto ao tema da dívida social e os cartórios. Ao criar grupos com políticas específicas, o país deixa de olhar a população geral – maior que a soma de grupos – e a dívida social e política – essa sim, real – se instala. As ferramentas para identificar e solucionar nossas mazelas estão prontas mas, sua utilização depende de visão sistêmica, vontade política e comprometimento. Precisamos de uma reforma tributária, mas um grupo de congressistas se aferra a questão da correção da aposentadoria ou cria a figura do sacoleiro de contrabando oficial. O Ministério do Desenvolvimento Social fez o mapa da pobreza no Brasil. Aqui. O mapa mostra onde e qual o nível de pobreza por municípios e a pesquisa de campo indicaria a soluções serem adotadas para todos, independente de gênero, cor, credo, raça. A ferramenta está aí. É só querer fazer.
04 – O começo do fim?
Gosto do jeitão do Ministro Mangabeira Unger. Quando fala – e fala pouco – é com sotaque estranho adquirido nos States. É mais de ouvir. Com pouco tempo à frente do ministério já visitou Rondônia duas vezes e tem atacado os problemas da região mais nas causas que nas conseqüências. Tocando um projeto a várias mãos o olhar está focado na Amazônia, quer na Defesa, Agricultura, Meio Ambiente ou Desenvolvimento Sustentável. E acaba de sair de suas mãos, um proposta interessante: a criação da AERFA - Agência Executiva de Regularização Fundiária da Amazônia que terá a função de normatizar, organizar e coordenar a questão das terras e que traz uma novidade: afasta o Incra do processo. De cara uma excelente notícia.
05 – Preciosismo que atravanca
Vice é vice, apêndice, parte substituta, agregado. Na eleição só tem o nome citado por força da lei eleitoral. Se é apêndice, no caso de impugnação da chapa ou cassação do titular por crime eleitoral como compra de votos, é atingido pela sentença. Óbvio, menos para a justiça. Seu nome terá que ser citado. Um preciosismo que abre brechas e procrastina decisões. Em São Paulo um processo contra um fraudador de licitações foi arquivado pois a investigação e coleta de provas foram feitas por um Procurador, tarefa que não lhe cabe. Exemplos vários e a eles se juntará um caso famoso: Daniel Dantas. Por qualquer “dá cá uma palha” um pedido de vistas e lá se vai a possibilidade de se fazer justiça. Caso mensalão: com a morosidade imposta pelo processo e as brechas recursórias, é provável que o crime prescreva, antes que se atinja a fase de sentença. A fauna das cadeias, com raras exceções, é um misto de ladrões de galinha, pés de chinelo, em sua maioria, pretos, pobres e putas. Triste, mas verdadeiro.
06 – Lula com 70% de aprovação. E o resto... “sifu”!
Saiu mais uma pesquisa do Datafolha sobre o presidente Lula e...bingo! Lula ganhou dele mesmo. A pesquisa permite como sempre uma série de leituras mas, a mais interessante e que surpreende é que “o homem” atingiu a incrível marca de 70% de aprovação, um índice que “nunca antes nesse país” foi obtido por qualquer dos seus antecessores. E agora José? Outra leitura relevante: a aprovação se dá em todas as classes, ou seja, o “sapo barbudo” foi digerido integralmente. Se você está entre os 70%, é “in”, engajado, está na moda. Se está no meio dos 30%, possivelmente está ficando sem assunto na roda dos amigos. É bom reduzir o nível de queixas ao governo, mudar de papo e de humor, ou poderá ouvir dos amigos, entre risos, um debochado “Sifu”, a mais nova invenção de Lula. É a atual liturgia do cargo.
07 – A “guerra” de Jirau
O presidente do TRF – 1ª Região suspendeu a liminar que havia sido concedida pelo TRF de Rondônia e liberou a Enersus para continuar as obras mas, O Forum Brasileiro de ONGS e Movimentos Sociais, avisou que vem entrar com recurso contra a liminar que cassou a outra. A continuar desse jeito, on/off ou liga-desliga vamos acabar mudando o nome de Jirau para Vagalume ou Pirilampo. Na decisão para a retomada das obras, o desembargador que a concedeu garante que não vê, por hora, “qualquer risco de degradação, desde que atendidas as condicionantes. Tradução: a briga vai continuar, mas a hidrelétrica vai sair. E o que dá p`ra rir dá p`ra chorar. Se alguns já “sifu”, tem advogado que está “bamburrando” com a “guerra”.
08 – Se conselho fosse bom...
Por 10 votos a 4, Paulinho da Força, escapou da forca. Dito assim, até parece que haveria uma forca de verdade ou que em algum momento Paulinho da Força, um deputado pego com a boca na botija ao participar de um esquema fraudulento de liberação de verbas do BNDES, poderia sofrer algum castigo. Nada disso, é só força de expressão. O julgamento foi feito pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, aquele mesmo organismo corporativo que inocentou a maioria dos mensaleiros e que foram depois indiciados pela justiça. Nem um pouco Conselho na acepção mais perfeita, posto que mais um bando em compadrio e muito menos ético, falta a piedade de alguém para enterrá-lo ou um choque para ressuscitá-lo. Mas, sempre há tempo para outra possível humilhação: o indiciamento do “Paulinho da Força”.
09 – FeBeACon
Com tanta coisa grande por fazer e o Congresso se apequena. Não é que o nobre deputado, Lincoln Portela lá das Minas Gerais resolveu acabar com o câncer de pele no país, uai? Pois. O homem quer protetor solar na faixa para todos e diz: “propomos que os protetores solares sejam ofertados pela rede de atenção à saúde como forma de cumprir a determinação constitucional que considera a proteção como uma das formas do Estado garantir ao cidadão a redução do risco de doenças”. Para variar, que ninguém é besta de ensinar o caminho das pedras, conclui: “As normas regulamentadoras determinarão como, em quais circunstâncias e para quais grupos isto será feito”. Gênio! Lá na frente cria-se um programa: “Brasil Besuntado” e o mundo inteiro vai saber quem é esse tal de Lincoln, o “mineirin dos cremes”.
10 – Adeus pindaíba
Prego batido, ponta virada. Vai ter verba para despesas e investimentos das Forças Armadas. Em março o ministro Jobim aterrissará com céu de brigadeiro na Câmara, uma "proposta de ato legal que garanta a alocação, de forma continuada, de recursos financeiros específicos", mais os recursos para a modernização do Exército, Marinha e Aeronáutica. Dinheiro carimbado, a exemplo do que ocorre com a Educação e a Saúde. Além disso, o Ministério da Defesa está articulando benefícios pelos quais as Forças Armadas poderão fazer uso, para investimentos, das receitas geradas por bens imóveis administrados pelos militares e dos recursos obtidos com a arrecadação de taxas e serviços e um regime jurídico especial, com incentivos e desoneração tributária para a fabricação de produtos para as Forças Armadas. Porto Velho, 120508
Fonte: Léo Ladeia
leoladeia@hotmail.com
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