Quinta-feira, 14 de maio de 2009 - 15h58
Frase do dia:
“Roberto Sobrinho entrará para a história como aquele administrador que deu vida ao Titã. É, em honra, a parte que lhe cabe deste latifúndio.” – Antonio Serpa do Amaral, Bazinho, cantando um canto novo ao Mercado Cultural, a Fênix ribeirinha.
01 – A propaganda é a alma do negócio I
Danou-se de vez. Fui falar que não havia entendido o que queria o deputado Miguel Sena com aquela idéia de detonar a propaganda da ALE, atirando no que viu e matando o que não viu e a resposta veio na bucha. O deputado quer melar qualquer contrato que tenha o seu – parece que ex – aliado Odacir Soares pela frente. Mas ai que a porca torce o rabo. A atividade de propaganda institucional é uma das mais fiscalizadas que existem, desde a licitação, passando pela produção e veiculação. Ao atirar no Odacir, o chumbo espalhou e atingiu o restante. Pior, ao dizer que cada um dos deputados terá uma espécie de cota, o deputado deixou a granada sem pino no próprio colo. Cá p`ra nós, que baita trapalhada.
02 – A propaganda é a alma do negócio II
Se a guerra publicitária ficasse apenas no âmbito da ALE, já seria um abacaxi de caroço. Sena foi além, ao dizer que só sabia o valor da verba da Rádio Rondônia, contratada pela ALE dando a entender que no governo do seu aliado Cassol ocorre o mesmo. Não afirma, não confirma mas, ao por a boca no trombone plantou a dúvida. Ora, em havendo dúvida, a investigação é o caminho para dirimi-la. Lá vai mais uma volta no rolo de cobra. Cabe à ALE, a investigação ou, em última instância ao próprio Miguel e seus pares. Quer mais, lá vai: cabe à imprensa divulgar o andamento e o final da investigação ou, numa nova última instância, à Rádio Rondônia e suas congêneres. Sena conseguiu o impossível ao dar uma rasteira em si mesmo, sem a ajuda de ninguém. Tá-se falando, tá-se teimando, dá nisso...
03 – Turismo: uma oportunidade perdida
Há poucos dias juntaram-se a “cabeças pensantes para tratar da questão do turismo em Rondônia. “É preciso isso, aquilo, etc”, mas, na primeira oportunidade o papo furou. Deve ser arte do capiroto. Alto Paraíso, cidade “destamãizin”, ganhou notoriedade por uma atividade turística: a “Corrida de Jericos”. Tem lama, rua entupida de gente, não tem hotel, banheiro químico é palavrão, mas vem gente de todo canto. Em Porto Velho a cavalgada pode até acontecer mas, é cada vez mais difícil. Difícil também será trazer artistas para se apresentarem na Expovel, encalacrada com uma multa de R$ 1 milhão, por conta das meias-entradas para estudantes. Por a Banda do Vai Quem Quer na rua é um parto. Logo será a vez da Flor do Maracujá. Pensando bem, p`ra que turismo? Já temos as usinas...Clique e veja vídeo no Opinião TV.
04 – O peixe morre pela boca
Pode estar vindo por aí uma baita dor de cabeça para o deputado Tiziu Jidalias, por conta da sua independência partidária, aliada à sua incontinência verbal. O deputado desceu o sarrafo no líder do seu partido, o senador Valdir Raupp. Ainda em Ariquemes, no sábado, Raupp sequer se abalou com o correligionário mas, disse que o seu comportamento ao promover um evento paralelo ao lado do governador Cassol, era uma demonstração de infidelidade partidária. Como é do seu estilo, parece que Raupp deu linha para o peixe e, com toda a paciência, aguardou o momento o momento certo. Mas, é impossível prever se virá alguma reação, o que é um perigo. A barba ajuda a compor a “cara de paisagem”. Clique e veja vídeo no Opinião TV.
05 – Vigília pela Amazônia. Em Brasília, “of course”.
Comandados pela diva Cristiani Torloni, famosos passarão a noite no Senado Federal em vigília pela preservação da Amazônia. Gostei da idéia mas, tenho reparos – pequenos e irrelevantes – a fazer. O primeiro se refere ao local escolhido. Com uma área tão grande de floresta ainda intacta, por que não fazer a vigília na própria selva, apesar dos bichos, carapanãs, etc? Por que não convidaram para a tertúlia – perdão, parece ser mesmo uma vigília – os habitantes desse tal pedaço a ser preservado? Não seria mais lógico? Como dizem os gringos, “quem vai pagar o almoço”? Que bases científicas norteiam o grupo, que é contra a revisão do Código Florestal Brasileiro? ONGs internacionais participam do convescote? Qual o resultado prático desse sarau, perdão, da vigília? Sei não... Sei não...
06 – Farwest caboclo
O cameleão Romero Jucá – hay gobierno “to dentro” – arrumou pra cabeça. Abespinhado por terem sido demitidos sem aviso, dois parentes seus da Infraero, sacou a garrucha de dois canos, mirou no presidente para arrancar a cabeça e...sifu! Do outro lado o Ministro da Defesa, que é do seu PMDB, sacou um canhão: "Ou temos uma coisa séria ou não temos", declarou defendendo o presidente. "E se não for séria, não é ambiente para mim." Hora de guardar armas, meter o rabo entre as pernas mas, não para Jucá que anunciou a intenção de apresentar uma emenda constitucional para tornar a chefia do Ministério da Defesa privativa de militares "da ativa ou da reserva", insinuando que estes sim, e Jobim não, entendem do assunto. Vá ser pequeno e fisiológico assim lá no Amapá. Que coisa...
07 – Tiziu construindo o ninho
Cassol lançou um pacote de obras – 700 paus do próprio governo e 300 paus da Uniáo – digno de registro. Dinheiro marcado de fazer inveja a qualquer prefeito. Claro que a grana vai ajudar municípios, mexer com a economia e... com a urna eleitoral. Ocorre porém que a ajuda só é visível na sede do município. Nos distritos, ninguém fica sabendo do milagre e foi aí que o deputado Tiziu Jidalias resolveu dar um empurrãozinho e levar a montanha até Maomé. Uma PEC que cria os distritos estaduais, de sua autoria, é na prática um “by-pass” no prefeito. E o governo já fala em dinheiro grosso: Tiziu foi a Cahula com um ofício reivindicando a criação da Secretaria Estadual de Assuntos Distritais e a destinação orçamentária de R$ 100 milhões. Em época de crise, a pedida é irresistível. Jogo bruto. Clique e veja vídeo no Opinião TV.
08 – A nova caderneta de poupança
"Lula disse que a equipe econômica pode ser doida, mas ele não é", disse Mantega ao anunciar as modificações na caderneta de poupança. A equipe econômica tentou até o último minuto convencer Lula de que a melhor opção para a poupança seria reduzir ou acabar com a Taxa Referencial (TR), mexendo na remuneração fixa, mas não houve acordo. Prevaleceu a avaliação de que alterar a TR seria mudar o rendimento do pequeno poupador, e isso teria um custo político alto, às vésperas de um ano eleitoral. Mas não teve jeito. A oposição caiu de pau e Lula desabafou: “Não é um assunto para o último ano de mandato. É um assunto para o primeiro ano de mandato. Essa é uma solução que resolve o problema agora” As mudanças ocorrerão em 2010. Até lá, pau no Lula...
09 – Agora vai
Nada de “barriga me dói”, nada de Polícia do Senado ou Corregedor. As maracutaias dos empréstimos consignados feitos pelo ex-diretor do Senado, Zoghbi, estão na mira da PF e agora a casa cai. E não é só. Além de se aprofundar nos negócios de Zoghbi, a apuração vai abranger suspeitas de fraudes em licitações, prática que ele chegou a denunciar e negarr, no depoimento prestado à Polícia do Senado. Os “ninjas” que aliás já começaram a trabalhar no caso admitem que usarão grande parte da apuração obtida durante a Operação Mão de Obra, realizada em 2006. Desta vez, porém, um dos alvos será o ex-diretor do Senado Agaciel Maia. O mesmo que atrapalhou aquela operação à época. QRX
10 – Não tem jeito. A mamata continua
A FGV entrou de cabeça no Senado para apresentar um projeto de reestruturação. Moral da história: o relatório preliminar propõe a redução do atual número de 110 diretores para 7, extingue 187 das 630 funções comissionadas, retira do diretor-geral o comando de 20 secretarias, deixando-lhe o controle de apenas 6 departamentos, e sugere outras mudanças para o "enxugamento" estrutural da Câmara Alta. É muita coisa, né mesmo? O trabalho custou R$ 250 mil e está detalhado em 124 páginas – isso porque é preliminar – com as medidas que irão propiciar um corte de R$ 650 mil mensais. É muita grana, não é mesmo? Mas, – toda vez que pinta o “mas” minha carteira pula do bolso – em termos relativos ou percentuais, é um grão de areia na praia. A economia será de apenas 0,29% do orçamento anual do “clubinho”, que é de R$ 2,7 bilhões. Quer se aborrecer duma vez? Divida R$2,7 bilhões por 81 senadores. É de socar pra boca, por falta de outro lugar.
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