Segunda-feira, 23 de julho de 2007 - 14h35
POLÍTICA & MURUPI
FRASE DO DIA
"É uma sucessão de insultos. O presidente disse que ia responsabilizar os culpados e no outro dia você acorda e vê premiação para o presidente da Anac"- Jussara Scopt, tia de Thais Scopt, 14 anos, uma das vítimas do acidente da TAM.
Pauta política de 01 a 10
01-Uma semana igual, bem diferente:
Começamos a semana contando as faltas. Além do Airbus 320 da TAM, quase 200 vidas perdidas num estúpido e evitável acidente aéreo. A investigação dirá um dia o que houve, mas independente do resultado, sobram o estupor e indignação pelo gesto obsceno, pelo atrasado e burocrático discurso de Lula, pela inação e leniência com assessores, pelo plano feito nas coxas para minorar a crise e pela insegurança de voar. Sobram descrédito, a certeza da continuação da crise, o temor e um sentimento misto de impotência a de orfandade. O luto oficial acabou, mas o Brasil enlutado ainda tinha medalhas em estoque e fez sua distribuição.
02-Insulto oficial:
Sexta feira, 20 de julho. Menos de três dias depois do maior desastre aéreo do país, a FAB, em cerimônia oficial, condecorou com a medalha "Mérito Santos Dumont", Milton Zuanazzi e Denise Abreu, da AnacAgência Nacional de Aviação Civil. Presentes à cerimônia, o ministro da Aeronáutica, Juniti Saito, e o vice-presidente da República, José Alencar. No site da FAB a razão: a medalha é destinada a quem prestou destacados serviços à Aeronáutica brasileira ou, que por suas qualidades ou seu valor, sejam merecedoras. Sem atinar para os motivos da honraria aos dois, senti como todo brasileiro, a bofetada na cara e a insensibilidade oficial.
03-A crise pelas palavras do próprio governo:
O último relatório do TCU traz um resumo do apagão: "O chamado 'apagão aéreo' nada mais é do que uma sucessão de equívocos quanto aos cortes nas propostas orçamentárias, ao contingenciamento de recursos para o setor, à indolência em relação às necessidades de expansão e modernização do sistema, e quanto à ineficiente política de alocação de recursos humanos". Aqui, uma frase do Lula no dia do acidente, pela manhã na reunião do CDES: "Em determinados cargos, a gente não diz aquilo que pensa nunca. A gente faz quando pode e, se não pode, a gente deixa como está para ver como é que fica". Uma coisa explica a outra.
04-O Brasil da incompetência:
Um dia após o governo ter anunciado medidas para reduzir o caos e melhorar a segurança nos vôos, e de Sua Aérea Excelência, Lula, ter pedido serenidade ao povo, a interminável crise voltou. Uma pane elétrica tirou do ar o Cindacta-4, afetando vôos na Amazônia. Mas o os incompetentes se desdobram, pois o caos não pode parar. Uma caixa preta foi para os EUA e encontraram a outra depois. Lá vem o golpe: dois bravos deputados no papel de aspones terão que ficar mais tempo lá e à custa da viúva. Férias, dólar baixo, compras à vista.
05-Voando na contramão:
O tráfego aéreo brasileiro cresce. De 2003 a maio de 2007, o número de passageiros subiu 40% e, no mesmo período, o governo cortou 49% do orçamento dos órgãos encarregados da segurança do vôo. Isso é só um dos aspectos do caos aéreo no país, com dois acidentes com mais de 300 mortes em menos de um ano. São 19 órgãos federais no setor que atuam de forma isolada por falta de uma política de aviação civil. A Anac, recém criada é um reduto de nomeações políticas e cabide de emprego para quem nem é do ramo, como o seu presidente. Por suas próprias contas, gasta mais com supérfluos do que com a fiscalização da aviação.
06-Como o mundo nos vê:
"Desastre envolvido em farsa" diz o inglês Financial Times no título segue: "é difícil decidir qual das ações do governo após o pior desastre da aviação brasileira é o que mais representa a incompetência, como resposta a uma crise instalada a mais de 10 meses" e pergunta: "terá sido decisão de Lula não aparecer em público até três dias depois do acidente ou não fazer nenhuma declaração nas primeiras quatro horas?" O FT conclui: "A extrema necessidade de um governo mais eficiente no Brasil nunca esteve tão clara." Marta Suplicy tem um plano para vender o Brasil aos turistas. Terá que dar um bom desconto. Caso contrário é relaxar e gozar.
07-Um presidente "faz de conta":
Antes da sessão da LDO no Congresso, Renan tinha receio que a oposição tripudiasse sobre sua ausência. Temer, seu adversário, mas presidente do PMDB costurou um acordo com os exaltados, Gabeira e Chico Alencar. Renan não deu as caras, mostrou sua debilidade política, mas livrou-se do constrangimento maior. Sobre o envenenamento das relações entre governo e PMDB, em caso de condenação de Renan, Temer afirma: "O governo não está trabalhando contra Renan. Na verdade, o apoia e seja qual for o desfecho, não altera a relação do partido com o governo". Hoje a PF inicia a perícia que inclui a lucratividade dos bezerros de ouro.
08-Acarajé indigesto:
Odiado e amado com a mesma intensidade, o último coronel se foi. ACM morreu como viveu: Sempre ao lado dos fortes, virou santo na boca dos políticos. Depois da morte do seu grande projeto político, o filho Luiz Eduardo, com o PFL esfarelado, sem eco junto ao governo, restava-lhe criar um novo partido e aliar-se a Lula. Não deu tempo. O Paulo Queiroz lhe fez um retrato 3x4 na sua "Política em Três Tempos" e indica a leitura de "Memórias das Trevas". Vale a pena. ACM deixa um feudo político-financeiro que aumentará o racha existente na Bahia com o fim do carlismo. Briga para quem tem estômago. Haja acarajé e pimenta.
09-Chama o ladrão:
A PF prendeu o diretor do presídio Urso Panda, Milton Soares de Carvalho, e o advogado João de Castro Inácio Sobrinho. Milton é acusado de falsidade ideológica, corrupção passiva e facilitação de fuga. O advogado responde por corrupção ativa. Ao investigar a fuga do preso Sidnei Bettcurt, do presídio Ênio Pinheiro, no dia 15 de abril passado, chegou ao advogado, ao diretor do presídio e a Lucliene Ribeiro, mulher do preso, que teria comprado a mudança de Sidnei para a Colônia Ênio Pinheiro, onde o regime de segurança é menos rígido. 15 dias depois, o latrocida Sidnei saiu pela porta da frente e caiu no mundo. Assim. Simples assim.
10-Se a faca é cega, a fé amola:
Tudo bem. O presidente da Anac tem mandato e só sai com a aprovação do Senado, mas Valdir e o presidente da Infraero não. Só depende de Lula. Mas nós podemos fazer a nossa parte. O endereço de e-mail de cada senador ou deputado está no site do Senado. Vamos lá. Seja cidadão e não apenas eleitor. Mostre nossa força. Entupa a caixa de e-mails de cada um deles pedindo a saída dos três patetas, ligue para o 0800 do Congresso que está no mesmo site, mande carta, telegrama e peça que honrem seu voto. É fácil e funciona. Ponha pressão
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