Segunda-feira, 30 de março de 2015 - 05h20
F r a s e:
“A partir de agora, estou em guerra aberta com o Janot. Tudo é possível. Vamos ver até que nível que vai. Ele me escolheu. Está muito claro"– Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados.
1-Sobre calçadas
O caso se deu na Tiradentes, pedaço de rua com muitas histórias pra dar o que falar. A Prefeitura agiu de acordo com o que preceitua a lei e impediu que alguém fizesse o que se faz comumente nessa cidade e destruiu uma calçada que avançava por sobre o local onde deveria existir pavimento asfáltico. Deu BO (vídeo AQUI). Era domingo – a prefeitura opera diuturnamente inclusive sábados domingos e feriados? – e... Detalhe desimportante: a calçada ia ao encontro de uma placa de sinalização que limitava e induzia ao erro.
2-Usos e...
Louvável, meritória e oportuna, a ação da prefeitura, reza a lenda, ocorreu por ordem superior. Cá entre nós: com ou sem ordem, a ação rápida foi correta, legal, desejável, mas inusual. A prefeitura lembra um dragão enorme: se cospe fogo pode incendiar o próprio rabo e grande e lerdo como soe não vê nem sente o fogaréu. Qualquer semelhança com transporte coletivo, coleta de lixo e viadutos não é mera coincidência. Aliás, a labareda pelo jeito vai consumir quase todo o bichão até a próxima eleição...
3-Costumes
O difícil de explicar no caso dessa bendita calçada é que a fiscalização – desejável a priori e a posteriori – não carece de ordem superior para agir. É de ofício. E aí a explicação se emaranha entre a burocracia e a leniência. A construção de calçadas em Porto Velho está normatizada pela Lei nº 1.954 de 13/09/2011, mas depende do freguês. Ouvi sem acreditar que a lei vale a partir de agora. Não é bem assim. Quem atravessar a rua na calçada fatídica verá que ali na PM não existe uma calçada e verá com os olhos que a terra um dia irá comer, que a lei 1.954 nunca foi, é e nem será levada em conta na rua João Goulart, salvo se acertarem casos como o da prosaica lanchonete na esquina da Avenida Calama, dentre outros.
4-Premeditando o breque
De lá das bandas da D. Pedro II com a José Bonifácio saíram reclamos e amuos sobre a segurança pública e que encontraram eco entre os vereadores. Audiência pública, fotos, releases e como gosto do assunto danei a matutar. O partido do prefeito faz parte do consórcio do partido do governador e pensei logo: vem aí a guarda municipal. É só juntar A+B e pimba! Se não for isso é cobra dando rasteira em cobra ou macaco sentando no rabo pra rir do rabo do outro. Para o Zé de Nana é o sujo falando do mal lavado.
5-Ódio não: raiva!
“Essa tolerância com as demais legendas e intolerância com o Partido da Estrela só pode ser explicada por um fator: o ódio! (...)Por uma questão de coerência deveria haver nessas manifestações a defesa de punições exemplares em todos os casos de corrupção, independentemente de os acusados serem do PT, PSDB, PMDB, PP, PTB...” escreveu Itamar da CUT. Não é ódio pelo PT não Itamar. É raiva e não só nossa, mas dos petistas que queriam algo novo com o PT. Reversão da expectativa gera frustração. Ódio não!
6-Vôo requentado
O avião jogado ao solo por uma mente perturbada foi e ainda será, até que surja nova tragédia, o mote do noticiário mundial. No mesmo dia da tragédia que levou 150 vidas nos Alpes franceses, inclusive o indigitado piloto, uma serie de acidentes em várias partes do Brasil matou 134 pessoas, sem merecer da imprensa local nem mesmo 5% do noticiário destinado à tragédia aérea. O pior é que nos dias seguintes, a tragédia no trânsito brasileiro voltou a ocorrer e continuará com igual quantidade de mortos por dia e sem que a imprensa dê o destaque como faz com acidentes aéreos. O acidente em ruas e estradas mata da mesma forma, mas o acidente aéreo impacta mais pelas características de concentração de vítimas.
7-Térmica requentada
O Estadão de São Paulo requentou a notícia sobre venda, doação ou mimo do Brasil à Bolívia. “Térmica Rio Madeira, localizada em Porto Velho, pertence a Eletronorte e vai passar por uma 'recauchutagem geral' para entrar em operação com gás natural”, diz o jornal. Tão obsoleta quanto bunda de pirilampo para gerar energia, a térmica só ainda não foi entregue, mas a documentação e o financiamento de R$ 60 milhões já foram aprovados e encaminhados pelos canais competentes. Será que faltou pauta?
8-Medo do escuro
Para reflexão conjunta, trago o instigante artigo, “O problema é o processo” dos juízes Sergio Fernando Moro, responsável pela Operação Lava Jato, e Antônio Cesar Bochenek, Presidente da Associação dos Juízes Federais. Do texto pincei: “Sem dúvida com o respeito aos direitos fundamentais dos investigados e acusados, mas é necessário um choque para que os bons exemplos de eficiência não fiquem dependentes de voluntariedade e circunstâncias”. Adiante: “A melhor solução é a de atribuir à sentença condenatória, para crimes graves em concreto, como grandes desvios de dinheiro público, uma eficácia imediata, independente do cabimento de recursos.” Gelei. Democracia sem contrapesos é outra coisa.
9-Frankstein petista
O PT vai discutir a adoção de uma linha de ação que poderá encobrir a sigla PT para as futuras eleições. Lula é um dos incentivadores da criação de um blocão ou frente ampla inspirada no modelo uruguaio: uma grande coalização com sindicatos, associações, outros partidos, ONGs e movimentos sociais. Gelei de novo. Se o PT e o resto dos partidos desgastados e sem credibilidade, acharem que a saída é por uma mascara ou trocar a fantasia é melhor fechar o boteco. É estupidez partidária e estelionato político.
10-Um coió malhando o Judas
Se ainda houvesse a folia de malhação de Judas o páreo seria duríssimo. De Mauro Nazif a Confúcio tem muita gente na berlinda, inclusive ou principalmente os dois. E se não tem Judas na rua, o coiózão aqui queima virtualmente: Mauro ganhou a preferência por um voto. Mauro Nazif é o meu “Judas Carioca”.
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