Terça-feira, 20 de dezembro de 2011 - 23h04
Frase do Dia:
“Como o andar de cima voa em jatinhos da FAB ou particulares, os passageiros que relaxem e gozem, como no infeliz conselho de uma ex-ministra do Turismo.” - Jornalista Carlos Chagas
01-Modal rodo-aéreo cumpulsório
Estava eu em Araçatuba no final de 2006, todo ancho com a família esperando a hora de voltar para casa quando pintou o apagão aéreo. Meu filho iria trocar de carro e como a possibilidade de embarcar num avião antes de 10 de janeiro era zero, comprei o carro dele e vazei. O tempo passa, o tempo voa e hoje de molho compulsório fiquei tentado a viajar para Araçatuba de novo. Fui checar passagens de avião quando dei de cara com uma greve da “tchurma das asas da Panair” prevista para o natal. Liguei para o meu filho para saber se ele pretende trocar seu carro novamente e, como a resposta foi negativa, estou por segurança cancelando a viagem.
02-Um fantástico presente de natal
Fico em 2006. Estava eu em Porto Velho, domingo de agosto, noite, quando uma reportagem fantástica (AQUI) virou Rondônia pelo avesso. Coisa para não ser esquecida. O tempo passa, o tempo voa e estava eu aqui, domingo passado, quando outra reportagem não tão fantástica foi ao ar. Fui checar se não faltava nada pela internet e faltava muito e principalmente muita gente. Sem atinar com a razão do olvido, quedei-me pensativo e aí a velha paranóia voltou “dicumforça”. É isso: quem não é visto não é lembrado. Ou seja, é coisa para ser esquecida. Deputados, sócios da quadrilha e asseclas que não participaram da festa global devem estar em puro êxtase.
03-Não fossem os considerandos...
Considerando que a “tchurma do plimplim” deixou nomes fora da reportagem, considerando o prejuizo por tratamento discricionário quanto à visibilidade nacional, considerando o direito de conhecermos tais nomes, considerando que o foco e público alvo da matéria foram atingidos mas com evidente prejuízo para o público local, considerando que em termos de “plimplim” nem tudo é aquilo que se apresenta, considerando que revelar crimes graves de corrupção é meu ofício e, considerando que não considero quem desvia dinheiro público mormente saúde e educação, veja aqui a relação completa com os nomes que ficaram fora do “amigo oculto”.
04-Atropelando
Estava eu na faina quando recebo a notícia(AQUI) que o deputado Valter Araújo voltará ao xilindró. Não me surpreendi já que num processo desse tipo cabem inúmeros recursos de lado a lado, como não será surpresa se a qualquer hora a justiça mandar soltar o deputado novamente, e isso se ele vier a ser preso realmente. O que surpreende são as revelações da ministra que se deixou enganar por um advogado: “que inclusive sequer comunicaram a existência das demais acusações formuladas contra o paciente, em obediência até mesmo à lealdade processual e ética profissional que deve nortear o relacionamento forense”. Para Zé de Nana, especialista em direito já que não existem canhotos na sua família: “agora fedeu carbureto duma vez”.
05-Abrindo a caixa de ferramentas
O deputado Hermínio Coelho (AQUI), esteve num programa de rádio da capital justo no dia em que a justiça determinou o retorno do deputado Valter Araújo ao xilindró. De novo Hermínio abriu a caixa de ferramentas como já vinha fazendo e derramou tudo no chão. O problema é que as ferramentas quando caem no chão podem ferir pessoas ou o próprio dono, alem do trabalho para juntar e arrumar a caixa de novo. Até aqui Hermínio segue meio desorganizado, mas sem tropeços, ocupando espaços, afirmando-se como presidente de um poder, mas vale lembrar a versão menos chula que diz: passarinho que come pedra conhece a fisiologia da sua cloaca.
06-Enquanto isso, num domingo à noite...
As coisas nem sempre são aquilo que parecem e nem sempre aparecem como deveriam. Sabe aquele programa em que a fantástica reportagem apareceu mostrando um pouco de tudo que se sabia? Pois veja só. Lá pelas tantas algo que não deveria aparecer apareceu. Uma fantástica engasgada, titubeada, vacilada, ou qualquer outro nome que se queira dar, produzida por sua confuciana governadorância rondoniana. Foi um momento no mínimo esquisito. A bola foi levantada certinha na altura da bunda de um porco. Era só chutar e se livrar de um desastre. O homem vacilou produziu uma daquelas imagens que vão marcá-lo por toda vida. Titubeante.
07-Miséria pelo ralo
O levantamento foi feito pela Agência Brasil a partir de uma lista do Ministério da Saúde que já apontava cidades passíveis de contraírem surtos de dengue. O trabalho tomou por base dados sobre saneamento básico do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e revela que a falta de abastecimento de água e coleta de lixo está relacionada ao alto número de casos de dengue nas cidades. Dos 48 municípios com risco de surto da doença no verão, 62,5% não possui nem metade das casas com saneamento. Sem surpresa Rondônia faz parte da equação perversa: Governo que não faz + povo que não cobra = miséria que atrai miséria.
08-Casa “na chon”
Existem coisas difíceis de esquecer. O barulho da porta da cela batendo e o ruído do cadeado fechando seguem com o preso pelo resto da vida assim como as noites insones, o despertar forçado quando o sono chega, o interrogatório na madrugada, o silêncio, os ruídos, a paranóia, a descrença, a fé, a mente que voa dentro do corpo preso, só conhece quem viveu. Começam a aparecer as notícias sobre delações premiadas. A cadeia é dura para todos, mas para alguns a simples possibilidade de ficar preso é insuportável. Não faço juízo de valor pois cada um sabe onde o calo aperta. E vem muito mais por aí. Não tem jeito pois um dia a casa cai. Sempre cai.
09-Encruzilhada
Não tenho a mínima idéia de como funciona na prática a tramitação de processos na justiça. Creio porém que na maioria das vezes, os magistrados decidem em função daquilo que está escrito na papelada. Acreditar que tudo isso funciona de forma republicana entretanto, é uma opção que não compartilho, apesar de manter silêncio por absoluta impossibilidade de provar. Ontem pórém a ministra do STJ que reconsiderou sua decisão devolvendo o deputado Valter Araujo ao xilindró deixou um rastro irrefutável. Dizer que foi enganada pela afirmação dodefensor do deputado foi demais para mim. Para entender o que aconteceu restaria a via jurídica, com a ministra processando quem a induziu ao erro, sem o que o melhor que faço é enfiar um pau atravessado na venta, pintar a cara e sair por aí pedindo apito. Aí não dá...
10-Três perguntas cretinas
Você sabia que para se enganar uma ministra do STJ basta que o advogado fale algo contrário àquilo que está nos autos, como por exemplo, diminuir a quantidade de crimes do cliente? Já que palmada não pode, que trabalhar não pode, não é melhor que o estado pegue as crianças ainda na maternidade e levem para centros de ressocialização criando-as como querem os “capas pretas”? O deputado Hermínio Coelho às turras com o prefeito, de quem foi amigo, defende que o povo lhe aplique uma surra de cinto. O que o fez mudar e tanto assim?