Quarta-feira, 28 de março de 2018 - 05h01
Cientista de 68 anos, Temple Grandin autora do livro: O Cérebro Autista – Pensando Através do Espectro
Por Liliane Melo
Muito tem se falado sobre o autismo nos últimos anos. Mais uma vez estamos chegando ao 2 de abril, Dia Mundial da Conscientização do Autismo e até agora os passos ainda são tímidos no que tange às necessidades dessas crianças, adolescentes e adultos com TEA. Discriminação, exclusão escolar, falta de políticas públicas efetivas (porque no papel tudo é muito bonito), centros terapêuticos que atendam as demandas de tratamentos multidisciplinares e tantas outras coisas continuam assustando as famílias.
Recentemente tivemos em Rondônia, a aprovação da Lei nº 4.184/17 que estabelece o atendimento prioritário para autistas em locais como supermercados, aeroportos, bancos, filas de cinemas, teatro e repartições públicas assim como acontece com idosos, gestantes, pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Já é alguma coisa! Inclusive, um supermercado de grande porte em Porto Velho colocou a placa.
Mas a inclusão escolar ainda é uma coisa que me preocupa bastante. Fico triste em saber que crianças com autismo, cujo desenvolvimento tenho acompanhado e sei de seu potencial são tratadas com descaso em escolas públicas. Fico sabendo de cada situação que corta meu coração.
Descaso de professores e cuidadores acontece rotineiramente porque não se dão ao trabalho de se aprofundar no assunto, de procurar ensinar esse aluno de uma forma lúdica que possa aflorar o grande potencial que ele tem. E pior, sabe o que acontece? Essa criança fica desmotivada, se sente rejeitada e inferiorizada acreditando que aquilo de fato é verdade, que ela não precisa tentar porque não fará diferença. Atitudes como essas levam lamentavelmente à regressão.
Até entendo que professores têm salas cheias e salários baixos! Mas isso não é desculpa para a falta de amor e acolhimento. Têm inúmeras profissões por aí que não precisam lidar com o ser humano. Professores assim deveriam escolhê-las... ! Fico indignada quando vejo casos e mais casos de indiferença! Ei!!! Autista sente, vê, percebe e se entristece... pode parecer alheio mas está ligado em tudo a sua volta.
Sei que não posso mudar o mundo! Mas se este artigo chegar pelo menos a um professor que age assim e fizer com que ele reflita e mude de atitude já ficarei feliz! Nossas crianças, de uma forma diferente das crianças típicas também têm potencial, basta saber como conseguir sua atenção.
Professores, administração pública, sociedade: o autismo vêm crescendo de forma alarmante! Então ao invés de tentar fazer de conta que não estão enxergando, que tal tentar entender e proporcionar a eles oportunidade de crescer, de alcançar autonomia e serem independentes?
Como diz a cientista autista de 68 anos, Temple Grandin, Ph.D. em Zootecnia que dá aula na Universidade Estadual de Colorado, nos Estados Unidos e autora do livro “O Cérebro Autista – Pensando Através do Espectro”, da Editora Record: “O autismo é parte do que sou, mas não deixo que ele me defina”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 70 milhões de pessoas vivem com essa condição, ou façam parte do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A presidente da Associação Brasileira de Autismo (ABRA), Marisa Furia Silva, destaca que o espectro agrupa desde um quadro mais leve, ou alta funcionalidade, com inteligência acima da média, como casos em que há retardo mental, a baixa funcionalidade. Então que tal tentarmos reverter essa situação e fazer a diferença? Ainda há tempo! Ensine-os de várias maneiras, ele é capaz de aprender. Tudo começa com o primeiro passo... reflitamos!!!
Se você leitor (a) tem uma história de superação e luta em relação ao TEA também pode dar a sua contribuição nesta coluna, que tem por único objetivo partilhar experiências e desfazer rótulos, fazendo com que as pessoas entendam o autismo! Na realidade nascemos para sermos incríveis, não perfeitos!
Caso queira enviar sugestões pode entrar em contato comigo através do e-mail: lilianejornalista@gmail.com - até o próximo!
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