Terça-feira, 16 de maio de 2017 - 08h50
Com a dedicação dos pais Nauanne vem apresentando mais autonomia,
um vocabulário mais amplo e aceitação na mudança de rotina.
Como estamos na semana em que as mães são enaltecidas resolvi abordar este tema hoje: “A mãe e o autismo”, já que quando uma mãe se depara com este diagnóstico ocorrem mudanças relacionais e sociais, com a família e fora dela. As reações são inúmeras, tanto das mães como dos familiares, sendo que todas elas estão voltadas para a dificuldade de constatar que o filho, neto, sobrinho, primo, idealizado, perfeito, seja de qual sexo for, simplesmente não existe!
Ninguém tem dúvida de que as mães são natas guerreiras – como sempre digo – mãe de criança com autismo dorme gatinha e acorda leoa! Com o tempo passa a aceitar essa condição de ter um (a) filho (a) diferente, e mais, vai lutar para que os demais membros dessa família também o (a) aceitem.
Justamente nessa fase em que a vida se transforma entra a leoa que mencionei: subitamente você vê sua rotina virar de cabeça para baixo... acostumada a apenas levar os filhos na escola e ir para o trabalho, ou de repente para alguma outra atividade esporádica, se vê envolta em consultas médicas e muitas, muitas terapias além de aprender como ninguém a lidar com situações difíceis. Vira uma verdadeira acrobata, tentando equilibrar tudo a sua volta.
Olhares, comentários pejorativos já não a atingem mais. Com o passar do tempo, tira de letra! Mas acho que o mais difícil para essa mãe é quando fala a um médico neurologista... “- Poxa, nenhuma terapeuta falou sobre alta ainda!...” E ele responde: “- E nem vai falar, porque se parar, o quadro regride!”
Dois passinhos para frente e um para trás... assim é a vida de uma criança com autismo. Então você vai se acostumando nessa laboriosa missão de corre-corre atrás de terapias, além de tantas outras atividades que precisa dar conta, como a de profissional, esposa, mãe, porque afinal, o marido e os outros filhos também precisam de amor e atenção.
Essa adaptação também envolve o financeiro sendo que você passa a ter gastos que antes não tinha; passa a exercitar uma paciência que lhe é literalmente requerida; mas também passa a ter um amor crescendo dentro do peito, a entender, a respeitar, o tão falado amor incondicional.
Para minha alegria tenho acompanhado crianças nos mais diversos casos - inclusive naqueles que ninguém acreditava ser possível - os quais tem ocorrido uma evolução que me faz acreditar que o amor e a dedicação vencem barreiras -transformando não só a vida delas, como as das pessoas ao seu redor. Essas crianças são verdadeiras guerreiras que lutam cotidianamente para serem entendidas e serem aceitas!
Com os dedicados pais Ricardo e Márcia Helena, Nauanne é um exemplo disso! Ela tem autismo considerado moderado e vem apresentando avanços significativos e surpreendentes no que diz respeito à aprendizagem e ao convívio social.
E essas mesmas crianças tem advogadas persistentes, incansáveis e determinadas: suas mães! Quero deixar aqui meu respeito, admiração, por cada mãe, cada família que tem passado por essa situação! Que Deus as fortaleça e as capacite cada vez mais nessa longa jornada. Muitas dessas crianças não são verbais, mas se comunicam pelo olhar, por gestos e precisamos nos esforçar para que elas sintam que são acolhidas, amadas e mais, que acreditamos que cada uma, no seu tempo, vai desenvolver com plenitude o seu potencial. Meus parabéns a todas as mães, mas principalmente, às mães mencionadas neste singelo artigo: Deus as abençoe!
Se você leitor (a) tem uma história de superação e luta em relação ao TEA também pode dar a sua contribuição nesta coluna, que tem por único objetivo partilhar experiências e desfazer rótulos, fazendo com que as pessoas entendam o autismo! Na realidade nascemos para sermos incríveis, não perfeitos!
Caso queira enviar sugestões pode entrar em contato comigo através do e-mail:
lilianejornalista@gmail.com - até o próximo!
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