Segunda-feira, 17 de abril de 2017 - 14h10
Crianças autistas e típicas interagindo em evento no Dia do Autismo
Por Liliane Melo
Fiquei ausente por duas semanas... Mais uma vez peço humildemente perdão aos meus leitores por essa lacuna... Após um assalto em minha residência, sob a mira de um revólver confesso que fiquei abalada emocionalmente e não estava conseguindo escrever! Para não gerar dúvidas, esclareço que não sofremos agressões físicas, só psicológicas e perdas materiais... Mas vamos de volta ao que interessa: Teve a Semana do Autismo e aí?
Na cidade onde moro - Porto Velho - houve diversas manifestações, caminhadas, palestras, rodas de conversa sobre o tema, atividades com as crianças e adolescentes com TEA, soltura de balões azuis (a cor que representa o autismo), audiência pública na Assembleia Legislativa, e assim por diante... Posso falar apenas do que pude acompanhar! Inclusive queria muito ter ido à audiência pública, mas como havia sido assaltada na noite anterior não estava em condições de me fazer presente – então, neste caso específico, não tenho como fazer uma análise crítica e sim, me basear ao que foi divulgado, o que lamento bastante!
Soltura de balões deste ano no Porto Velho Shopping
Eventos
Foi gratificante poder ver tantas ações em torno do autismo. Em uma roda de conversa realizada no Porto Velho Shopping, onde foi bastante debatida a questão da inclusão escolar, infelizmente não houve a participação do poder público, mas professores, terapeutas e pais apontaram as dificuldades, fizeram desabafos e teve troca de experiências. Diga-se de passagem, fiquei muito feliz em conhecer neste evento um professor autista, que é cientista e pai de uma criança com autismo, o que quebra muitos tabus.
Também precisamos agradecer a sensibilidade do Porto Velho Shopping que cedeu seu espaço de eventos para no Dia da Conscientização Mundial do Autismo, 2 de abril, haver atividades com as crianças. Foi lindo podermos ver as crianças com autismo interagindo com as crianças típicas, brincando e pintando, além da dedicação de voluntários que abraçaram esta causa – essa é a nossa luta – inclusão, sem discriminação.
Um dos pontos que me chamou a atenção nesses eventos, principalmente na soltura de balões azuis, foi que não havia apenas a participação de famílias de autistas ou terapeutas... Mas famílias inteiras que abraçaram essa causa, que não tem ninguém com TEA em sua família e estavam lá participando, e mais, que compraram a camiseta do evento para incentivar a luta pela causa.
E é isso: o autismo não escolhe cor, raça, posição social – as causas têm sido estudadas pela ciência e ainda tem um longo caminho a trilhar – os casos têm crescido absurdamente e cabe a todos nós sabermos lidar com isso – hora ou outra iremos esbarrar com um parente, amigo, colega de trabalho com TEA e o que faremos? É bom aprendermos sobre o assunto, sobre essa diferença de serem – muitos deles até não sabem falar – mas entendem muito bem o que dizemos. Então que tal acolher, ao invés de repelir? Que tal tentar entender, ao invés de criticar?
Entidades debatem na ALE a situação do autismo em Rondônia
Audiência Pública
Como diz o ditado popular: “De boas intenções o inferno está cheio” – esperamos que com as discussões feitas em torno da inclusão escolar, assistencial (médica e terapêutica) e social possamos ter avanços. Na Assembleia Legislativa houve a audiência pública solicitada pelo deputado Anderson do Singeperon para tratar da articulação do poder público municipal e estadual em prol do autista nas áreas que mencionei.
Conforme matéria divulgada as palavras do parlamentar foram as seguintes: “O objetivo é sensibilizar o Poder Executivo do Estado, para que haja melhoramentos na área de assistência social. Hoje nós vemos a grande necessidade de técnicos e estrutura para essas crianças, que necessitam de um atendimento especial, o qual já é determinado por lei e não cumprido. Nós tentaremos ao máximo sensibilizar os poderes executivos do estado e do município para que eles se juntem a essa causa”.
Uma mãe, Sílvia Thomas, que participa de uma das associações assistenciais em Porto Velho disse que existem casos em Rondônia que são preocupantes. “Há famílias que não conseguem lidar com o autismo ou não sabem do que se trata. Existem crianças que vivem enclausuradas e sem qualquer contato com outros, pois não há uma ajuda externa para os familiares lidarem com essa doença, além de que pode haver muitos indivíduos com autismo que nunca foram diagnosticados”.
Entre outras reivindicações, os órgãos assistenciais sugerem que seja feita uma comissão envolvendo setores voluntários e também secretarias do Estado e dos municípios. Essa comissão teria como objetivo, rastrear pessoas com autismo em Rondônia, fortalecer os centros existentes em Rondônia, assim como construir outros e também treinariam pessoas para serem acompanhantes e ajudantes nessa causa.
Esperamos sinceramente que essa sensibilização gere resultados e não fique adormecida em discursos acalorados. Se você leitor (a) tem uma história de superação e luta em relação ao TEA também pode dar a sua contribuição nesta coluna, que tem por único objetivo partilhar experiências e desfazer rótulos, fazendo com que as pessoas entendam o autismo! Na realidade nascemos para sermos incríveis, não perfeitos!
Caso queira enviar sugestões pode entrar em contato comigo através do e-mail
lilianejornalista@gmail.com
até o próximo!
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