Segunda-feira, 20 de março de 2017 - 20h32
Infelizmente falhei com meus leitores! Acabei não escrevendo o artigo na semana passada por conta de outras atividades que consumiram meu tempo. Quero me redimir e me esforçar para que isso não volte a acontecer! Vocês devem ter observado que geralmente meus artigos tratam sobre as crianças e as mães. Mesmo com todas as dificuldades o autista pode ter uma vida funcional. Vai crescer, se desenvolver, cuidar das coisas dele. O objetivo dos pais é que ele tenha uma vida plena, que conquiste sua independência. E hoje quero falar da figura do pai. Mais do que isso... de um pai separado com filho autista.
Edimilson com o filho João em evento com crianças autistas
Quando você vai a uma clínica ou a uma instituição que trabalha com crianças autistas embora vejamos alguns casais, geralmente o que encontramos são as mães sozinhas levando seu (a) filho (a) às terapias, mas dificilmente, um pai sozinho. E hoje quero falar de um pai em especial, Edimilson Almeida de Araújo, já que tenho acompanhado de perto suas lutas em prol da melhora de seu filho, o João, um adolescente de quase 14 anos. Desde a separação João mora com o pai, o que já tem quatro anos.
Neste artigo, Edimilson relata sua experiência como pai separado cujo filho é autista:
“Desde que o João foi diagnosticado aos cinco anos de idade com autismo moderado tem feito terapias com fonoaudióloga, psicóloga, terapeuta ocupacional, psicóloga, pedagoga, equoterapia, etc. Ele ainda não possui linguagem verbal, mas tem autonomia, digamos, independência, pois não preciso estar todos os momentos ao seu lado, já que ele toma banho sozinho, faz suas refeições quando está com fome e pede o que quer através de gestos.
João em fotografia recente com o pai. |
Em 2011 levei o João a um médico ortomolecular em Florianópolis – SC. Fizemos vários exames em conjunto com uma nutricionista que nos levou a iniciar uma dieta sem glúten e sem lactose, juntamente com medicamentos manipulados. Desde então houve um grande avanço no seu desenvolvimento. Continuei com a dieta e a medicação até o ano passado, quando fui retirando aos poucos para ver se ocorria alguma alteração. Graças a Deus não houve mudança alguma. Hoje continuo com essa dieta, mas não com tanta rigidez. Além das terapias, atualmente ele apenas faz acompanhamento com uma psiquiatra infantil e usa algumas medicações para controlar a ansiedade.
Na questão escolar João já sofreu discriminação em duas escolas: no 3º ano, em que ficou quase dois anos sem estudar e no 5º ano em que ficou sem estudar por despreparo da escola – consequentemente, está de novo no 5º ano. João teve ótimas professoras ao longo de sua jornada escolar, as quais abraçaram a causa e fizeram muito por ele. Sou grato por essas verdadeiras mestres terem passado por sua vida.
Apesar de estar cursando o 5º ano em escola pública, hoje não tenho mais a preocupação se meu filho vai escrever ou não. Quero apenas que ele tenha independência total para todas as suas necessidades. Sei que não somos eternos e que um dia não haverá pai ou mãe! Quero que ele possa enfrentar esse mundo azul que Deus proporcionou para ele do modo dele.
Sobre o João morar comigo e não com a mãe tem os prós e contras. Às vezes tenho que fazer escolhas entre sair com os amigos, namorar ou ter que ficar em casa com meu filho. Tem momentos que não há alguém disponível para ficar com ele. Também não posso sobrecarregar familiares ou o próprio irmão mais velho que mora conosco, pois todos tem uma vida! Até agora tenho conseguido conciliar essa situação. Constantemente sou questionado de como será quando eu encontrar minha cara metade! Uma coisa é certa: a pessoa que for dividir sua vida comigo terá que gostar de mim e do meu filho – até o momento encontrei pessoas que realmente demonstraram esse afeto com ele.”
E o que os autistas precisam é disso! De pessoas dedicadas, de se sentirem amados, seguros para avançarem. Se você leitor (a) tem uma história de superação e luta em relação ao TEA também pode dar a sua contrbuição nesta coluna, que tem por único objetivo partilhar experiências e desfazer rótulos, fazendo com que as pessoas entendam o autismo! Na realidade nascemos para ser incríveis, não perfeitos!
Caso queira enviar sugestões pode entrar em contato comigo através do e-mail: lilianejornalista@gmail.com - até o próximo!
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