Sexta-feira, 4 de novembro de 2016 - 05h10
Por Ricardo Kotscho
No país do Carnaval fora de época, que nunca acaba, já perdi a conta de quantos “recessos brancos” tivemos este ano no Congresso Nacional.
Do que se trata, afinal? “Recesso branco” é o outro nome que se dá em Brasília às férias fora do calendário oficial que os nobres parlamentares se autoconcedem com cada vez maior frequência.
Este ano, por exemplo, com o feriado de Finados na quarta-feira, não se votou nem votará nada por falta de quórum na Câmara e no Senado.
Como só costumam trabalhar de terça a quinta _ por que? _ as excelências emendaram folgas antes e depois do feriado.
A começar pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que dá o bom exemplo, comitivas de deputados aproveitaram o feriadão para embarcar em “missões oficiais” mundo afora.
Maia foi parar no Azerbaijão, em viagem oficial, para se reunir com representantes do setor petrolífero, segundo sua assessoria. Com que objetivo concreto? Qual a urgência desta missão? Não sabemos, mas esperamos que na volta ele convoque uma entrevista coletiva para apresentar os resultados.
Toda semana, o ano todo, o Jornal da Record News, de Heródoto Barbeiro, vem apresentando matérias sobre os deputados viajantes e faz estas perguntas a eles, mas até agora não temos notícia de nenhum resultado concreto para os brasileiros que pagam seus salários, muito menos recebemos informações sobre o custo total destas vilegiaturas.
Entre uma viagem e outra, com o país afundando na maior recessão da sua história, eles se dedicaram prioritariamente este ano ao impeachment de Dilma Rousseff e à campanha eleitoral que terminou na semana passada.
O ano já está acabando e até agora só aprovaram a PEC do teto dos gastos públicos na Câmara, ainda pendente de duas votações no Senado antes da chegada de Papai Noel, quando entram em recesso novamente, desta vez oficial.
Voltam só em fevereiro, mas aí logo vem o Carnaval e…
… e vida que segue.
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