Segunda-feira, 7 de novembro de 2016 - 14h05
Nunca antes das redes sociais houve tantos descarados à relativizar a lei, tantos despreocupados com a associação do discurso à prática, tantos engodos morais.
Ao abrir a janela virtual nos deparamos diariamente com pedófilos que festejam o assassinato de adolescentes em conflito com a lei, com grileiros que chamam o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de criminoso, com condenados por corrupção pedindo cadeia a corruptos, com operadores do direito que defendem o direito só pra pessoas ‘direitas’ e com pais de família nada exemplares que oferecem conselhos com seus abomináveis manuais de hipocrisia.
Tomo como exemplo um sujeito que vive a denunciar a degradação moral nas mídias sociais, sobretudo na política, mas lá atrás montou um puteiro em Porto Velho e serviu carne de Anu como se fosse Faisão.
E daí? As meninas atraídas com a promessa de um jantar dos deuses devoraram a ave de mau agouro e os clientes ‘requintados’ lamberam os beiços como se Faisão fosse. Não vi, mas me contaram desse jeito clientes fiéis da Casa de Tolerância que fez isso.
Só que à época ninguém admitiu que comeu carne de um pássaro que adora carrapatos porque, naturalmente, pegaria muito mal pra imagem dos frequentadores.
Hoje acho que tirariam onda na internet e até aplaudiriam a criatividade do dono do puteiro para evitar o fracasso do seu empreendimento.
Na Era Do E Daí qualquer um pode forjar autoridade moral, porque de qualquer ângulo que se olhe tem outro fazendo o mesmo.
A presidente Dilma Rousseff perdeu o mandato, porque deputados e senadores decidiram que ela cometeu um crime com decretos suplementares sem autorização do Congresso. O que lhe tomou o mandato há apenas cinco meses fez o mesmo, abriu crédito suplementar, no valor de R$ 82 milhões por meio de Medida Provisória.
E daí?
Pra que questionar a lógica se o Tribunal de Contas da União que emitiu parecer recomendando a reprovação das contas da presidenta justamente por isso, agora foi favorável à alternativa para o governo amenizar a crise?
O novo líder do governo no Congresso é Romero Jucá, que passou só 12 dias como Ministro do Planejamento, porque foi flagrado numa conversa tramando o fim da Lava Jato com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
Ele é réu em sete inquéritos no Supremo Tribunal Federal, dois são da Operação Lava Jato.
E daí se isso impediu ele de ser ministro, mas não líder do governo?
Duvido que alguém consiga explicar por que o Ministro Dias Toffoli, do (STF), pediu vistas na ação que questiona se réu em ação penal na corte pode ocupar cargo na linha sucessória da Presidência da República?
Seria para proteger o presidente do Senado, Renan Calheiros, que responde a 11 inquéritos no STF e terá seu posto ameaçado caso passe à condição de réu?
Para o jeitinho brasileiro que o ministro deu, ainda ecoa o E Daí da parcela da sociedade brasileira que tem um discurso moral abissopelágico e a prática evidente de conformismo.
Alguém sabe dizer por que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, não caiu, após delatores da Odebrecht o acusarem de ter recebido via caixa 2 mais de 23 milhões de reais pra sua campanha em 2010?
E por que a mídia tradicional esqueceu o assunto, alguém sabe?
Calou, porque a sociedade que fala que só o PT é responsável pela corrupção e deve ser extirpado da cena política, votou em massa no PSDB nas eleições municipais.
São tempos de inegável banalização do mal e flagrante descaramento.
Recorro ao exemplo citado lá no topo da reflexão pra sentenciar: o menu diário é Anu como sendo Faisão e a maioria só quer mesmo é que o puteiro vá pra frente.
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