Terça-feira, 24 de novembro de 2015 - 12h55
Nem São Pedro teria tamanha frieza e cara de pau como fazem agora alguns parlamentares que negam ser donos de rádio e tv no país.
Os coronéis da mídia estão na mira do Ministério Público Federal, que recebeu uma representação assinada por entidades da sociedade civil pedindo que acabem com essa imoralidade e flagrante afronta ao comando constitucional.
Ninguém precisa fazer esforço pra ler o art. 54 e entender que políticos titulares de mandato eletivo não podem ser sócios de empresas de radiodifusão.
Não poderiam, melhor dizendo. Na contramão da Constituição Federal, mais de 40 parlamentares detém concessão de radiodifusão, sendo oito senadores e 32 deputados federais.
Quantos governos avalizaram essa excrecência jurídica? O controle da mídia na mão de parlamentares só serve pra desequilibrar o avanço democrático, pois torna desigual a disputa no acesso aos cargos no legislativo e executivo.
O Chatô fez escola e muitos como ele, investiram em empresas de comunicação pra definir rumos na política e se beneficiar diretamente deles.
Nos acostumamos com a interferência dos grandes veículos de comunicação em nossos destinos, a tal ponto, que nesta aldeia que teve vários caciques do ramo, o privilégio decidiu e ainda influi em muitas eleições.
Um político dono de tv e rádio serve basicamente a seus interesses ou de um grupo econômico, em detrimento do interesse público que deve ser o caráter primordial de uma concessão pública no ramo. Fui empregada de Acir Gugacz, nunca comprovei seus vínculos societários, mas que ele era chamado de patrão, era. Vale ressaltar, um ótimo patrão, que acredito se tornaria político com ou sem empresa de comunicação.
O que serviu a ele, no entanto, também serviu a outros quem sem a interferência direta dos meios de comunicação, talvez jamais conquistassem um mandato eletivo. Sinceramente, seria muito bom, a meu ver, uns e outros que defendem bandeiras retrógradas bem longe dos parlamentos, dos nossos destinos.
Pra ser mais sincera ainda, acho que o impedimento à concessão pra operar rádio e tv no Brasil deveria se estender a pessoas com qualquer vínculo com esses parlamentares. A brecha na lei tem tudo a ver com o que disse Assis Chateaubriand sobre o Brasil que ajudou a construir como figura ousada, polêmica e temida: “Nosso povo é de uma apatia glacial diante de medidas, as mais abomináveis, votadas pelos que legislam em seu nome”.
A era de Assis, o Chatô, pode estar chegando ao fim.
Luciana Oliveira
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