Quarta-feira, 16 de novembro de 2016 - 14h58
Que a propaganda da rede de postos Ipiranga é um sucesso de publicidade, ninguém discorda.
A ideia da empresa que criou essa bem-humorada e envolvente peça publicitária, a Talent, é passar a imagem de que a rede de postos de combustíveis é completa, tem tudo o que o consumidor precisa e é conhecida nos lugares mais inóspitos por todo tipo de gente.
A frase “Pergunta Lá No Posto Ipiranga” virou um bordão para perguntas difíceis.
Para o ícone da publicidade, Nizan Guanaes, “se você quer saber o que é propaganda que vende, de onde veio, para onde vai, se é digital, tradicional etc.; é fácil encontrar a resposta. Pergunta lá no posto Ipiranga.”
Só que às vezes aparece um aloprado que acaba transformando uma genial criação de marketing numa faca de dois gumes.
O dono do posto Ipiranga na Av. 13 de Maio, 756, em Ribeirão Preto (SP), Silvio Capelão, tem por hábito promover protestos com faixas no estabelecimento contra o PT, Dilma e Lula.
No Facebook, o empresário declarou apoio ao impeachment e compartilhou montagens grotescas da ex-presidenta e até foto de manifestação que pedia a volta dos militares.
É um legítimo aloprado garoto propaganda da direita raivosa.
O limite da liberdade de expressão está sendo questionado por meio de uma peticão virtual com mais de cinco mil assinaturas, que sugere “Boicote ao Posto Ipiranga por calúnia e difamação contra LULA.”
https://secure.avaaz.org/po/petition/wwwipirangacombr_Retirada_de_faixa_com_calunia_e_difamacao_contra_Lula_em_posto_de_gasolina/
A falta de bom senso do empresário é que parece não ter limite, pois a faixa constrange clientes e impõe discriminação de natureza política.
Ao posto que a propaganda insinua que há resposta pra tudo, dá pra encaminhar várias perguntas difíceis sobre mensalões, trensalão e petrolão, mas sugiro recentes:
– Por que a imprensa tem ignorado delação da Odebrecht que revela o pagamento de R$ 23 milhões a José Serra, candidato tucano à presidência da República, em 2010, em forma de propina, via caixa 2, numa conta secreta na Suíça?
– Por que Temer não pediu ou mandou Serra deixar o ministério antes que os executivos da empreiteira entreguem os recibos dos depósitos, que corrigidos pela inflação chegariam a mais de R$ 34 milhões?
– Por que os parlamentares querem mudar às pressas regras para acordos de leniência e beneficiar empresas investigadas pela Operação Lava Jato, na iminência da delação bombástica da Odebrecht?
– Anistiar caixa 2 e reduzir punições a empresas envolvidas em corrupção não comprova o roteiro do “Pacto” nacional para estancar a sangria da Lava Jato?
– Por que o relator do projeto de Lei 4850/16 que contempla as Dez Medidas de Combate à Corrupção, deputado Onix Lorenzoni, aceitou retirar do texto a previsão de crime de responsabilidade para integrantes do Ministério Público e juízes?
– E a propina de 1 milhão de reais que Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, disse que deu à chapa Dilma/Temer e que confere com um cheque nominal do PMDB a Temer?
– Até dezembro rola mesmo a delação que envolve 70 executivos e ex-executivos ligados ao grupo Odebrecht que promete esclarecer desvios estimados entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões?
Como dito, são perguntas difíceis.
Talvez no Posto Ipiranga do Silvio Capelão, antipetista convicto e militante, haja resposta pra todas.
Por telefone, nesta quinta-feira (16), a atendente disse que os protestos – só contra petistas investigados – são comuns no posto e que não podia confirmar se havia alguma faixa pendurada hoje, porque “não dava pra ver”.
Eu, claro, usei o bordão: pergunta lá no Posto Ipiranga!
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