Segunda-feira, 16 de novembro de 2020 - 13h35
Jauéra! Perdi mais uma.
Quem quiser dispute na sobra o ranço com os eleitos, reeleitos e os que irão para o segundo turno.
Tivesse apostado nos ‘filtros’ de discurso e imagem pra agradar o eleitorado, estaria eleita.
Preferi fazer o extraordinário: mapear os votos conscientes da minha cidade.
Ontem candidata, hoje jornalista que volta ao batente em paz com os votos que teve e em guerra com a realidade do eleitorado portovelhense.
Tiveram muito mais votos que eu alguns espertalhões, demagogos, popularescos e de falsa moral e fé cristã.
O segundo turno que se definirá no dia do meu aniversário não podia ser pior: Hildon Chaves ou Cristiane Lopes.
Como escolher entre prefeito e vereadora que cumpriram muito mal seus mandatos?
Ele propôs o que era ruim e ela deu voto favorável alegando não ter tido tempo pra ler.
É o triunfo da insensatez que a tal maioria do eleitorado nos força à escolha.
Meu voto será em branco, sem impureza, como a consciência que quero ter nos próximos quatro anos. Vou manifestar minha vontade de dizer não aos dois.
Vinícius Miguel, o que mais investiu no discurso de renovação de postura e gestão, perdeu para a conservadorona que usa maquiagem pesada e pior, colou em Breno Mendes, o ‘sem comentários’ por apelar ridiculamente e falsamente às causas e sentimentos populares.
Pra lá de bom, só Ramon. Ele teve quase 1500 votos à frente do raivoso bolsonarista Eyder Brasil.
E a Câmara de Vereadores, o que dizer?
Bom retorno aos que já fizeram vergonha por ação ou omissão!
Bem-vindos os desconhecidos estranhamente eleitos e os vereadores de grupos, não da sociedade como um todo! Eles seguirão prestando contas só às suas bases eleitorais.
O que devo chamar de desgraça é o encolhimento da representação feminina na Câmara.
De quatro, caímos pra duas vereadoras. Uma delas é mais do mesmo por ter forte base eleitoral e não ampla e visível atuação legislativa.
Foram milhares de milhares de votos de mulheres para homens. Triste demais.
Não é fácil engolir os resultados das eleições, mas temos que aceitar o ‘vale tudo’ e o ‘vale a pena ver de novo’ por força das urnas, ainda que a democracia tenha a cara exageradamente maquiada da Cristiane Lopes.
Aceitar sim. Me acomodar, jamais!
Como guerreira, beradeira, portadora de emputecimento e esperançamento crônicos, vou bater a poeira e seguir na luta pelos que me deram e os que não me deram votos de confiança.
Minha candidatura foi um ato de rebeldia, como pediu Pe. Júlio Lancellotti.
E meus votos também.
Vocês poderão ver alguns escolhidos neste domingo metidos em escândalos, omissões e maldades contra o povo.
Serão muitos os culpados. Nenhum terá sido meu eleitor ou eleitora.
Deixo a todos e todas uma mensagem do Pe. Júlio em referência a texto de Darci Ribeiro:
“O meu lado será sempre com os pobres, os fracos e os pequenos, os povos originários, os índios, a comunidade LGBT, o povo da rua. Estou muito feliz, porque não estou do lado de quem venceu. Estamos do lado da luta, dos que vão continuar lutando. Porque é imperativo lutar pela vida, pela dignidade da vida”.
Me rendo é nunca!
Sigamos com a alegria da luta.
Não me ofereci com imagem falsa.
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