Sábado, 1 de outubro de 2016 - 12h01
Neste domingo vamos votar para eleger prefeitos e vereadores, é como dizem, a grande festa da democracia.
O voto que dei há 2 anos foi roubado, mas irei de casa à urna com o sentimento do ‘jamais’ como se fosse ‘já’. À morte, mas nunca a invisibilidade como cidadã.
E não me faltam exemplos de combatividade para fazer questão de votar novamente, de reafirmar meu compromisso com a democracia.
Ao denunciar a Rede Globo por apoiar o golpe, dentro de seu estúdio, a deputada Jandira Feghali libertou o grito entalado na minha e em mais de 50 milhões de gargantas.
O protesto não se restringe à vênus platinada, mas a todos os veículos que recebem recursos públicos para manter a sociedade bem informada e não sob o cabresto da manipulação.
Como Jandira, decidi confrontar o poder da mídia tradicional que patrocinou à ruptura democrática. Ao participar como ouvinte de um debate em rádio local, fui censurada e ridicularizada por colegas ao expressar inconformismo com o golpe travestido de impeachment. Naquele dia uma das várias portas que sempre estiveram abertas se fecharam.
Como Jandira, não me submeti.
Há mais de duas décadas assumi o dever com a verdade numa afiliada da Globo em Porto Velho, Rondônia, mas foi pela via não tradicional da imprensa que pude praticar o bom jornalismo.
Nunca trabalhei num veículo que primasse pela objetividade, imparcialidade, precisão jornalística, quem disser o contrário mente.
Foi justamente o compromisso com a manipulação que tornou veículos de comunicação tradicionais cada vez mais poderosos. O apoio da Rede Globo ao golpe de 1964 não foi um “equívoco” como alegou no ‘mea-culpa’ 50 anos depois, mas o negócio que a transformou num império.
Mas, a história não é linear e no meio do caminho há uma blogosfera. Cá estou eu.
O ‘presidente’ Michel Temer já anunciou que vai “combater” todas as mídias sociais, pois enxerga como um novo poder ameaçador.
Como Leonel Brizola há 22 anos, Jandira disse a Globo e a todos que se comportam como golpistas que nunca será absoluto o poder de informação da imprensa servil e gananciosa.
Voto neste domingo com a dignidade de Jandira e de todos que defendem a democracia como forma soberana de participação popular nas decisões políticas.
Roubaram meu voto para presidente, mas faço questão dos outros, pra não me tornar invisível por falta de vez e voz.
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