Quarta-feira, 31 de julho de 2024 - 11h42
O encontro tem grande importância, pois
Rondônia ocupa o primeiro lugar no ranking de feminicídios e o segundo lugar em
homicídios de mulheres no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
É hora de debater e agir para frear a
violência contra as mulheres.
O evento que propõe esse esforço
coletivo será neste sábado, 3, no auditório do campus do IFRO de Ji-Paraná.
O encontro começa às 08 hs com
mística, painel expositivo sobre o cenário de violência contra a mulher e o
crime de feminicídio no estado e formação de grupos de trabalho com eixos
temáticos.
No período da tarde os grupos vão
apresentar Plano de Ação, detalhamento dos Eixos Temáticos no desenvolvimento e
definição das ações estratégicas do Levante Feminista na execução da Campanha
contra o Feminicídio, Transfeminicídio e Lesbocídio.
O encerramento será com debates e
encaminhamentos.
O evento em Ji-Paraná é uma preparação
para o I Encontro Nacional do Levante Feminista contra o Feminicídio,
Transfeminicídio e o Lesbocídio, que será realizado na primeira quinzena de
novembro/2024 em Brasília. A indicação das delegadas que vão participar do
encontro nacional será definida neste fim de semana.
Será o início do processo de
interiorização das ações da Campanha “Nem pense em nos
matar, Quem mata uma Mulher mata a Humanidade”.
Um abaixo-assinado do Levante Feminista
já está disponível:
https://www.change.org/p/supremo-tribunal-federal-nem-pense-em-me-matar
Quem quiser participar do encontro
estadual e ter acesso ao material que será disponibilizado precisa se inscrever
no link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd22nFQWFnHHhEYDsuIRwawWgEVb5cJqZa4aDbCfPzBW5d5bg/viewform?usp=sf_link
Panorama
da Violência contra Mulher e Feminicídios em Rondônia
A
violência contra a mulher baseada em Gênero, se estabelece, na sua maioria,
numa relação que envolve mulheres e homens. Isto pressupõe, que as várias
violências praticadas contra as mulheres no seu cotidiano são recorrentes, e,
seguem acumulando uma situação de pavor e horror dentro do espaço doméstico,
formando um ciclo de múltiplas violências sofridas pelas mulheres quando se
encontram dentro de uma relação abusiva, sendo tipificadas como: violência
doméstica, psicológica, sexual, patrimonial e moral etc. entre outras.
Conforme
os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), no Brasil, nos
últimos dois anos, 2.695 mulheres foram mortas pela condição de serem mulheres
– 1.354 em 2020 e 1.341 em 2021. Entre 2016 e 2021, a quantidade de
feminicídios cresceu cerca de 44,3%, passando de 929 casos, em 2016, para 1.341
morte de mulheres por crime de ódio ou somente pelo fato de serem mulheres.
Outro
fenômeno, indicado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP/2024), é
o crime de estupro, onde registra um estupro a cada seis
minutos. O Anuário Brasileiro, revelou ainda que a violência
contra mulher cresceu em 2023, aponta que o número do feminicídio subiu 8% em
relação ao ano anterior, com 1.467 mulheres assassinadas por
razões gênero.
A
edição de 2024 do Atlas da Violência (IPEA/FBSP), apresenta dados de violência
contra mulheres e meninas, a partir dos atendimentos no sistema de saúde em
2022, onde revela que foram mais de 140 mil casos de violência doméstica contra
mulheres e meninas de todas as faixas etárias. Este cenário de violência,
torna-se ainda mais sinistro, quando os dados revelam que a violência se inicia
ainda na primeira infância e continua até a idade dos 70 e 80 anos.
No
Estado Brasileiro, de acordo com o Anuário de Segurança Pública (2023),
Rondônia aparece com a pior taxa de homicídio de mulheres e de feminicídio,
onde o crescimento do assassinato de mulheres e feminicídios, dispara em
escalas alarmantes, tanto a de feminicídios (3,1 vítimas por 100 mil
habitantes), quanto a de homicídios femininos (11,2).
Por
fim, o Estado de Rondônia, aparece no ranking do feminicídio como o estado que
mais mata mulheres. As referências de dados apontam um crescimento da taxa de
5,5 para 11,2 em homicídios femininos, e de 1,8 para 3,1 em feminicídios, isto
quando se verifica a incidência do crime em relação à população estadual e não
o número absoluto de mortes (FNSP/2023).
A
morte, o assassinato de mulheres nos jornais, espalhadas pelos quatro cantos
das cidades brasileiras, tem sido a realidade que a sociedade tem convivido
rotineiramente. Cabe tanto aos órgãos de governo, como a sociedade permanecer
vigilantes e desconstruir esse comportamento de estado patriarcal que coloca
mulheres e meninas em situação de extrema vulnerabilidades. Importa agora,
nesta jornada, romper tanto com esse estado de violências sobre os corpos
femininos, como, com a sua naturalização na sociedade.
O
encontro estadual é para fortalecer a luta dos movimentos sociais, coletivos de
mulheres e feministas contra todas as formas de violências baseadas em gênero e
o feminicídio em Rondônia.
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