Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Luciana Oliveira

Justiça de dois pesos e duas medidas - Por Luciana Oliveira


Blog da Luciana

Gente de Opinião

DCM, por Joaquim de Carvalho

O Supremo Tribunal Federal legitimou a queda de um presidente eleita com 54 milhões de votos, sem que o Senado apresentasse prova de crime de responsabilidade.

Dizer que pedalada fiscal justifica impeachment é uma piada.

A corte não reconheceu os argumentos da defesa de Dilma Rousseff e agora o ministro Marco Aurélio Mello diz que é preciso respeitar as prerrogativas de quem detém mandato.

“Mandato parlamentar é coisa séria”, observa ele em sua decisão de 16 páginas.

E mandato presidencial?

O que não valeu para a chefe do poder executivo, que conquistou o mandato pela maioria dos eleitores, vale para Aécio Neves, derrotado por Dilma Rousseff.

Diz Marco Aurélio:

“E mais que hora de a Suprema Corte restabelecer o respeito à Constituição, preservando as garantias do mandato parlamentar. Sejam quais forem as denúncias contra o senador mineiro, não cabe ao STF, por seu plenário e, muito menos, por ordem monocrática, afastar um parlamentar do exercício do mandato. Trata-se de perigosíssima criação jurisprudencial, que afeta de forma significativa o equilíbrio e a independência dos Três Poderes. Mandato parlamentar é coisa séria e não se mexe, impunemente, em suas prerrogativas.”

O mínimo de justiça seria agora, para ficar nas palavras de Marco Aurélio, “restabelecer o respeito à Constituição”, e devolver o mandato a Dilma Rousseff.

É na conspiração que resultou no golpe contra a presidência da República em 2016 que se encontra a origem de toda crise.

É na parcialidade da Justiça que se prolonga a crise.

O ex-primeiro-ministro da França François Guizot escreveu, há cerca de 170 anos:

“Quando a política penetra no recinto dos tribunais, a justiça se retira por alguma porta.”

Sobre a parcialidade da justiça, Rudolf von Ihering, jurista alemão que Paulo Nogueira já citou algumas vezes, disse:

“A justiça sustenta numa das mãos a balança que pesa o Direito, e na outra, a espada de que se serve para o defender. A espada sem a balança é a força brutal; a balança sem a espada é a impotência do Direito”.

No Brasil de hoje, a Justiça reserva a espada para uns e a balança para outros.

É a força brutal.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoDomingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Ruanda vai taxar igrejas e acusa pastores de enganarem fiéis

Ruanda vai taxar igrejas e acusa pastores de enganarem fiéis

Proliferação de igrejas neopentecostais no país africano levou governo de Paul Kagame a acusar pastores de “espremerem dinheiro” de ruandeses mais pob

Levante feminista realiza encontro nacional para frear violência contra as mulheres

Levante feminista realiza encontro nacional para frear violência contra as mulheres

Luciana Oliveira, de Brasilia – Mais de 130 mulheres vindas de 20 estados do país participaram do evento em Brasília que durou três dias.Foram intensa

Quilombolas vencem eleição para prefeito em 17 cidades

Quilombolas vencem eleição para prefeito em 17 cidades

Candidatos que se declararam quilombolas venceram as eleições para prefeito em 17 municípios, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).A ma

Incêndio criminoso eleva tensão em terra indígena Igarapé Lage

Incêndio criminoso eleva tensão em terra indígena Igarapé Lage

No 247 – A terra indígena Igarapé Lage, do povo Wari é uma ilha cercada por fazendas. Tem mais de 107 mil hectares e fica no Oeste do Estado, próxima

Gente de Opinião Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)