Quarta-feira, 12 de dezembro de 2018 - 11h17
Esses dias em conversa com um amigo sugeri que recusasse título
honorífico na Assembleia Legislativa de Rondônia.
Expliquei que ele merecia tanto, que a recusa seria
uma honraria dele para ele, tamanha a depravação na concessão de medalhas e
títulos.
Acho que um gesto emblemático pode impor seriedade
no reconhecimento público a pessoas que se destacam por terem feito algo
relevante ao interesse coletivo.
A depender do bom senso de quem propõe, os raros vão
se misturar, inclusive, a homenageados por grau de parentesco.
Foi essa a ‘justificativa’ da vereadora Ada Dantas
ao receber do marido, o quase ex-deputado deputado Jesuíno Boabaid, a medalha
de Mérito Legislativo.
Ada pendurou a medalha no pescoço na
condição de vice-presidente da Associação dos Praças e Familiares da Polícia e
Bombeiro Militar do Estado de Rondônia (ASSFAPOM).
Só um site divulgou a notícia realçando que se
travava de homenagem do marido em nome da esposa, por serviços prestados em
entidade que os dois presidem. E, pasme, teve que publicar direito de resposta
extrajudicial.
A vereadora agradeceu e destacou: “Estou sendo
homenageada, porque sou esposa do policial da reserva e falo em nome de todas
as esposas, porque sabemos o sofrimento enfrentado para fazer com que a PM
fosse lembrada”.
Em seu discurso fez referência à lutas e perseguições sofridas há 10 anos para
agradecer o reconhecimento que chega agora pelas mãos do marido.
Romântico, mas vulgar.
Sem desmerecer as lutas e conquistas da Assfapom,
acho apelativo o reconhecimento pela forma, que a meu ver, acaba impondo desconfiança
ao merecimento.
É inacreditável que não percebam isso.
De filho vereador para pai ex-prefeito, veio a
mudança de nome de uma avenida importante da capital.
De irmão presidente da Câmara Municipal de Porto Velho para irmã deputada federal, a moção de aplausos no Dia do Médico.
Se esses vínculos familiares não fossem determinantes, Ada ganharia
medalha, a rua mudaria de nome e a deputada que não exerce a medicina seria
homenageada como médica por destinar recursos à saúde?
O senso crítico que atiço é para que os homenageados
por contribuições valiosas não sejam ofuscados por homenageados por interesses
pessoais.
O caso mais escandaloso que recordo foi o da
deputada Marisa Formolo, (PT/RS) que homenageou 20 membros de sua família na
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
Ela alegou que queria agradecer o apoio dos parentes durante o mandato.
Ao irmão mais velho, Armando Formolo, ela deu a maior honraria do parlamento gaúcho: a Medalha do Mérito Farroupilha.
A
direção estadual do PT a orientou a voltar atrás, mas só por força de uma Ação
Popular foi obrigada a devolver a medalha que deu ao irmão “pela contribuição
ao movimento sindical, ao desenvolvimento do setor vitivinícola e à agricultura
familiar da serra gaúcha”.
O
desembargador Newton Medeiros Fabrício, relator da apelação na 1ª Câmara Cível,
manteve a decisão em primeira instância e a equiparou à figura do nepotismo,
pois o agente público teria se valido de sua posição de poder para favorecer
parentes.
Para
ele, o ato se constituiu viciado pela valorização do laço de parentesco.
Restou
a deputada pedir desculpas.
Desde
então, por este e tantos casos bizarros, acho que precisamos em Rondônia de um
gesto emblemático, corajoso, para que interesses pessoais, politiqueiros ou
gray de parentesco influam sobre a avaliação de mérito à concessão de medalhas
e títulos.
Só
quem merece verdadeiramente, livre de vaidade e consciente da importância que
vai imprimir ao reconhecimento, pode fazer isso.
Que alguém recuse e freie a mediocrização, para que não pareçam pequenos os que se distinguem por enorme contribuição à sociedade.
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