Sexta-feira, 9 de setembro de 2016 - 13h50
Uma semana após a consumação do golpe, a Mídia NINJA supera os principais veículos da imprensa corporativa brasileira na rede de Zuckerberg no Mídia Ninja
Mesmo sem uma grande estrutura ou financiamento fixo, a página da Mídia NINJA supera, hoje (8), em mais de 400 mil pessoas o engajamento da conservadora Revista Veja e do movimento Vem Pra Rua. Mesmo tendo menor quantidade de curtidas e sem fazer uso de posts patrocinados, prática comum aos veículos citados.
O termo “engajamento” se refere ao total de interações que uma página tem na rede: é a soma das curtidas, dos comentários e dos compartilhamentos de todos os usuários que usufruem do conteúdo, mas também o constroem ativamente, a partir da republicação e colaboração.
Entre 10 páginas de notícia no Facebook com mais de 1 milhão de curtidas, também se encontram a Revista Carta Capital, o site Pragmatismo Político e o portal Catraca Livre, além da página Revolution News, especializada na cobertura de manifestações pelo mundo:
O amplo alcance e engajamento da página, que recentemente chegou até 90 milhões de pessoas em uma semana, se deve a maneira de se organizar em rede. A mídia NINJA é formada por centenas de comunicadores espalhados por todo país: ativistas da mídia independente (também conhecidos como midialivristas) que se dedicam, com diferentes níveis de conhecimento, a produzir e distribuir informações de forma livre para o público. Fotógrafos, videomakers, designers, social medias, estudantes, jornalistas, militantes e cidadãos comuns.
As “redações” ou bases nas principais cidades do Brasil se organizam em casas coletivas, onde parte desses comunicadores vivem e trabalham – em um modelo organizativo que se afasta da formalidade fria e asséptica das grandes empresas. São as Casas Fora do Eixo, formadas a partir de meados de 2005 e marcadas inicialmente por uma ação focada na cultura, hoje configuram verdadeiros bunkers de ativismo e comunicação independente no país.
Diversas outras redes e veículos independentes também tem se estruturado ao longo dos últimos anos, formando o que já ficou conhecida como a “Nova Grande Mídia” – a soma de pequenas iniciativas que conseguem juntas fazer frente ao monopólio da informação constituído no Brasil e alcançar milhares de pessoas.
Jornalistas Livres, Revista Fórum, Brasil de Fato, Outras Palavras, Fluxo, Agência Pública, Intercept Brasil, Revista Vaidapé, Agência Democratize, Cuca da UNE, Ponte, Amazônia Real além de centenas de coletivos e blogueiros são alguns dos veículos da mídia independente que ajudam a transformar diariamente a maneira como a informação é produzida e chega até as pessoas.
Em contraposição aos veículos que ilustram o título dessa matéria, autores e arquitetos do golpe, as organizações de comunicação independente são caracterizadas pela defesa incansável da democracia e dos direitos humanos, valores tão caros à imprensa nacional nesse momento sensível de nossa história.
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