Quinta-feira, 20 de dezembro de 2018 - 12h31
Passou de 64,7% para 69,8% o número
de brasileiros com 10 anos ou mais (181 milhões da população) que acessaram a
internet de 2016 para 2017. São quase 10 milhões de novos usuários na
comparação entre o último semestre de cada ano.
Os dados constam no suplemento Tecnologias da
Informação e Comunicação da Pnad Contínua, divulgado hoje (20) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A edição foi divulgada pela
primeira vez trazendo informações relativas a 2016.
Em todas as regiões do país, houve variação
positiva entre quatro e seis pontos percentuais. “Esse é um processo que vem
ocorrendo de uma maneira relativamente rápida. Em um ano, houve um avanço de
quase 10 milhões usuários de internet. Isso está ocorrendo em diversos grupos
etários, tanto entre os jovens quanto entre os mais velhos”, explica a analista
da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE Adriana Beringuy.
Idosos
Proporcionalmente, o maior crescimento ocorreu
entre as pessoas com 60 anos ou mais, com alta de 25,9%. A pesquisa também
mostra aumento de 7,4% no uso da internet entre adolescentes de 10 a 13 anos.
Nesta faixa etária, 71,2% das pessoas já acessaram o ambiente virtual e 41,8%
têm telefone celular pessoal.
Internet na TV
De acordo com a pesquisa, no último trimestre
de 2017, 16,3% da população brasileira com 10 anos ou mais fizeram uso da
internet através da televisão. Em 2016, esse percentual foi de 11,3%. Esse
aumento de 5 pontos percentuais foi o mais expressivo. “[Isso] é viabilizado
pelas Smart TVs, que vem ganhado cada vez mais espaço no mercado”, diz Adriana.
No caso dos celulares, houve um salto de 2,4
pontos percentuais, saindo de 94,6% para 97%. De outro lado, em 2016, 63,7% dos
usuários acessaram a web através de um computador, percentual que caiu para
56,6% em 2017. A redução no tablet foi de 16,4% para 14,3%. A pesquisa também
mostrou que de 2016 para 2017, cerca de 835 mil casas deixaram de ter um
computador.
Conexão
Em relação aos tipos de conexão, a banda larga
móvel é mais usada, com presença em 78,5% dos domicílios. A banda larga fixa
está em 73,5%. A internet discada se mostrou irrelevante: apenas 0,4% dos
domicílios com acesso registraram esse tipo de conexão.
Os dados de banda larga não são uniformes para
todo o país. “Em áreas mais afastadas, prevalece a banda larga móvel”, explica
Adriana. Em comunidades da floresta amazônica, por exemplo, há maior
dificuldade de implantação de internet a cabo. Dessa forma, na Região Norte, em
88,7% dos domicílios com acesso à internet, as pessoas se conectam usando
serviços de banda larga móvel, enquanto em apenas 48,8% das casas há banda larga fixa.
No Sudeste, de outro lado, os percentuais são
mais próximos. A banda larga móvel está presente em 83,5% dos domicílios com
conexão e a fixa em 72,5%. O Nordeste é a única região em que os índices se
invertem: a banda larga fixa existe em 74,2% dos domicílios com internet e
supera os 63,8% da banda larga móvel.
A Pnad Contínua também mostrou crescimento
mais expressivo de conexão na área rural do que na urbana. De 2016 para 2017, a
quantidade de casas na área rural com acesso subiu mais de sete pontos
percentuais, de 33,6% para 41%. No mesmo período, as residências com conexão
nos centros urbanos tiveram alta de cinco pontos percentuais, de 75% para
80,1%.
Finalidade
Outro dado que consta na pesquisa diz respeito
à finalidade de uso. O acesso para enviar e-mails foi relatado por 66,1% dos
usuários, uma queda em relação aos 69,3% de 2016. De outro lado, houve aumentos
expressivos na utilização da internet para fazer chamadas de voz ou de vídeo,
que saltou de 73,3% para 83,8%, e para assistir a programas, séries e filmes,
número que saiu de 74,6% e alcançou 81,8%.
Foi ainda observado crescimento do acesso para
enviar mensagens de texto ou de voz através de aplicativos diferentes de
e-mail, como o Whatsapp ou o Telegram. Essa finalidade foi mencionada por 95,5%
dos usuários, representando aumento em relação aos 94,2% registrados em 2016.
Não uso
A falta de conhecimento é a principal causa
para não acessar a rede mundial de computadores. O motivo foi citado por 38,5%
dos entrevistados. “A população que afirma não saber usar a internet é maior na
região urbana do que na região rural. Pode influenciar o fato de a região rural
ter uma estrutura etária mais jovem. E apesar do acesso à internet entre a
população mais velha ter crescido de forma mais expressiva, os idosos ainda são
os que a utilizam em menor proporção”, analisa Adriana.
A falta de interesse foi o segundo motivo mais
alegado para o não uso da internet. Ele foi mencionado por 36,7%. Somadas, não
saber usar a internet e a falta de interesse foram as razões apresentadas por
75,2% das pessoas que não acessam a internet. O preço, a indisponibilidade do
serviço na região e o custo do equipamento necessário para o acesso estão entre
as outras explicações.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua substituiu a Pnad e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Por meio da
pesquisa, são publicados relatórios mensais e trimestrais com informações
conjunturais relacionadas à força de trabalho. Também são divulgadas
informações educação e migração. Há ainda suplementos em que determinados
assuntos são pesquisados com periodicidades diferentes.
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