Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Luciana Oliveira

O 7 x 1 das americanas - Por Luciana Oliveira


 

Gente de Opinião

Fosse no Brasil o gigantesco protesto de mulheres um dia após a posse de Donald Trump, seria visto pela ‘maioria’ como manifestação isolada e patética de uma turba feminista e noticiado em nota coberta de 30 segundos no Jornal Nacional.

O contraste tira o fôlego, deixa boquiaberto pela distância de mentalidade e postura entre americanas e brasileiras.

Pouco importa se havia mais ou menos manifestantes no ‘National Mall’ durante a posse Trump ou na marcha das mulheres.

As americanas tomaram as ruas para dizer a Trump no primeiro dia de governo que irão resistir à agenda ultraconservadora, excludente sobretudo por caráter misógino e xenófobo.

A advogada de direitos civis e ativista Zahra Billoo mandou o recado:

“Nossa América inclui a todos em nossa preciosa diversidade e exige que marchemos para nos proteger, este é o momento de arregaçar as mangas, ter coragem e estar preparado para trabalhar”.

Mulheres comuns e famosas se uniram a homens para deixar claro que não aceitarão nenhum direito a menos como consequência da visão obscurantista do presidente eleito.

A atriz Ashley Judd lembrou a expressão “mulher nojenta”, usada por Trump ao se referir à candidata Hillary Clinton num rompante misógino.

O oposto do que vimos aqui com Dilma Rousseff, que desde a campanha à reeleição suporta generalizadamente não só as ofensas de caráter preconceituoso e machista, mas a banalização delas.

Gente de Opinião

Imagine como as americanas reagiriam se Hilarry fosse constantemente chamada de ‘feia’, ‘anta’, ‘vagabunda’, ‘safada’, ‘bandida’, como foi e ainda é, Dilma.

A cantora Madonna usou a palavra rebelião para convocar resistência à pauta do retrocesso, o que aqui seria considerado incitação à violência.

“À rebelião. À nossa recusa como mulheres em aceitar essa nova era da tirania”, convocou Madona.

Gente de Opinião

Aqui por muito menos se prendeu arbitrariamente e também mulheres estimularam o achincalhamento virtual da estudante Ana Júlia, que fez um discurso memorável em defesa de ocupações de escolas e contra a reforma do ensino médio.

A marcha em Washington foi sugerida por uma advogada nas redes sociais: “E se as mulheres marchassem em massa em Washington durante a posse?”, perguntou.

Dormiu com 40 “curtidas” e acordou com mais de 10.000.

Enquanto isso em Rondônia, como tantas outras, uma advogada pedia em vídeo no facebook que os militares tomem o poder.

“Nós queremos os militares agindo pra que haja ordem nesse país, pois nós estamos numa desordem. Raciocine e veja o que está acontecendo no nosso país”, vociferou.

Inacreditavelmente, pela pobreza de argumentos e com erros primários de português, o vídeo teve cinco compartilhamentos.

Algumas mulheres a parabenizaram nos comentários e pasme, uma delas aproveitou para ridicularizar a jovem massoterapeuta que morreu no acidente aéreo junto com o ministro do Supremo, Teori Zavascki.

Outra advogada que adora tirar férias em Miami e que teria participado do ato em Washington se estivesse por lá, segue utilizando as redes sociais para eleger Jair Bolsonaro presidente.

Bolsonaro que ao votar pelo impeachment homenageou o coronel Carlos Brilhante Ustra, como o “pavor de Dilma Rousseff, aquele que foi o primeiro torturador na ditadura militar reconhecido pela justiça brasileira.

Bolsonaro, que defendeu no programa Super Pop, salário menor às mulheres.

Bolsonaro que disse no plenário da Câmara à deputada Maria do Rosário (PT-RS), “que não a estupraria “porque ela não merece”.

Ao encarar Trump arrastando multidão três ou quatro vezes maior que a esperada em inequívoca demonstração de coragem e força, as americanas deram uma lição às brasileiras.

Sem recato, belas e nas ruas, provaram que não fogem à luta.

A mensagem a Trump é clara: não provoque.

Aqui ainda se autoriza que Bolsonaro use e abuse da estupidez sem moderação.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSexta-feira, 28 de fevereiro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Sustentabilidade no carnaval: Ecoporé e bloco Pirarucu do Madeira firmam parceria

Sustentabilidade no carnaval: Ecoporé e bloco Pirarucu do Madeira firmam parceria

Neste carnaval, a Ecoporé uniu-se ao bloco Pirarucu do Madeira para lançarem a campanha “para cada folião, uma muda plantada”, com a finalidade de b

Bloco Pirarucu do Madeira faz campanha contra assédio no carnaval e por respeito à diversidade

Bloco Pirarucu do Madeira faz campanha contra assédio no carnaval e por respeito à diversidade

Com 32 anos de fundação e como Patrimônio Cultural Imaterial de Porto Velho, o bloco é conhecido como o mais democrático.Isso se dá ao formato do seu

Pirarucu do Madeira abre seu carnaval na Feijoada com folia

Pirarucu do Madeira abre seu carnaval na Feijoada com folia

Aos 32 anos o bloco que é Patrimônio Cultural de natureza Imaterial da capital, se prepara para mais um carnaval.Serão vários eventos pré-carnavalesc

Compositor e sambista Toninho Tavernard lança novo álbum musical

Compositor e sambista Toninho Tavernard lança novo álbum musical

Neste dia 15 de janeiro, o cantor e compositor Toninho Tavernard estará lançando seu novo álbum musical em todas as plataformas digitais. Será um E

Gente de Opinião Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025 | Porto Velho (RO)