Segunda-feira, 18 de abril de 2016 - 21h04
No dia seguinte à aprovação da abertura do processo de impeachment na Câmara Federal, com mais de um ano de afastamento, amanheci no mesmo lado, com amigos virtuais, circunstanciais e leais, separados por divergência de opinião política.
Como o sol urinando seus raios sobre nossas cabeças, se impõe a realidade de que ninguém aproveitará mais ou menos da decisão. Suportaremos juntos as consequências, sem muros de proteção.
Não pensei que viveria um golpe parlamentar-judicial-midiático contra a soberania do voto. Vi muita sujeira na política, mas nada como isso: um parlamento lotado de réus por corrupção aprovando um impeachment contra uma presidente que não responde a nenhuma acusação por corrupção.
Para o The Guardian “Dilma foi derrotada por um Congresso hostil e manchado pela corrupção”. No The Wall Street Journal, deu que o “Brasil é um país considerado como sétima ou oitava maior economia do mundo, mas o sistema político é muito fraco”. O The Independent destacou que “se Dilma é ou não culpada das pedaladas e se o impeachment é ou não a punição adequada para tais crimes, é o que menos importa.”
Com muita honra me juntei aos que não apoiaram a farsa de um conciliábulo que existe tal como é, porque representa legitimamente um povo por maioria, despolitizado, desunido e desumano.
Se todos os deputados e senadores fossem cassados, outros igualmente desqualificados e de pouco caráter seriam eleitos. Dos 513 deputados, mais de 300 são investigados por algum crime e 49 dos 81 senadores, também estão enrolados com a justiça.
Essa camarilha ainda forma a onda conservadora que defende a supremacia patriarcal, classista, xenófoba e homofóbica.
A agenda Temer para salvar o país foi discutida num encontro com o presidente do PSDB, Aécio Neves, divulgado abertamente, há quase um mês. Um dia após a votação na Câmara, o tucano já avisou à imprensa que irá sugerir a pauta do novo governo. O que o PSDB defende vai na contramão de benefícios ao trabalhador e ao fortalecimento dos programas sociais.
Quem fez coro ao argumento de que a presidente mentiu a quem votou nela e até a quem não votou, vai dizer o que com a implantação de um ‘Plano de Salvação’ totalmente oposto ao que o sufrágio consagrou?
Com esse plano pra salvar a economia e retomar o crescimento que ninguém teve oportunidade de conhecer, com uma votação marcada por fundamentações de voto sem qualquer referência aos supostos crimes que a presidente teria cometido e com a posse de Temer e Cunha em seu lugar, que sepulta a justificativa de apoio pelo combate à corrupção, não sobrará desculpa pra quem defendeu e festejou o golpe parlamentar contra a democracia.
Vamos suportar as consequências juntos, mas a culpa, não.
Luciana Oliveira
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