Quarta-feira, 23 de agosto de 2023 - 09h47
Um grande encontro com indígenas, quilombolas, ribeirinhos e extrativistas movimentou o município de Costa Marques entre os dias 19 e 21.
Tecendo uma rede de resistência e luta desde 2017, realizaram o IV Encontro da Rede dos Povos e Comunidades Tradicionais de Rondônia, na Comunidade Quilombola do Forte Príncipe da Beira, às margens do rio Guaporé.
O tema deste encontro foi: Território e Educação: O grito de todos os povos!
Foram três dias de muito diálogo e articulação de ações
permanentes para garantir direitos básicos e a demarcação de seus
territórios.
Em Rondônia, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra, das nove comunidades quilombolas do estado, apenas duas foram regularizadas.
No primeiro dia do encontro, a mística de abertura foi uma caminhada por locais de sofrimento dos povos escravizados na construção da fortificação militar erguida há 248 anos para estabelecer o domínio português na região.
No segundo dia ocorreram debates e trabalhos em grupo sobre território, educação, saúde, mulheres, juventude e estratégias de fortalecimento da Rede.
O último dia foi reservado à Audiência Pública convocada pela deputada estadual Cláudia de Jesus (PT), com participação de representantes de órgãos públicos de várias esferas em busca de soluções para os problemas de desamparo e ameaças a esses povos.
Em carta pública denunciaram que “a ausência da demarcação dos territórios é uma das graves omissões e violências perpetradas contra os corpos que são parte ancestral e presente deste espaço chamado Rondônia, onde a invasão do agronegócio tem apoio político e financeiro do Estado causando a expulsão dos povos da terra”.
Também cobraram respeito aos territórios já demarcados com a garantia de segurança e integridade destes espaços que sofrem violências causadas por invasões e grilagem, roubo de madeira, contaminação dos rios, doenças por agrotóxicos, coação e ameaças contra as lideranças e comunitários.
A deputada que convocou a audiência disse que vai dar encaminhamento à pauta apresentada pela Rede de Povos e Comunidades Tradicionais, por considerar pertinente e urgente. “A gente precisa ser porta-voz das comunidades junto ao governo do estado e ao governo federal para que as políticas públicas sejam alcançadas. Nosso intuito foi ouvir e conhecer a realidade para agir junto aos órgãos competentes”, disse Cláudia de Jesus.
Carta da Rede dos Povos e Comunidades Tradicionais lida na Audiência pública
O evento teve apoio da Comissão Pastoral da Terra, CESE, Fundação
Rosa Luxemburgo, Misereor, Steyler Mission e participação do CIMI e
REPAM.
Brigada da Juventude
Antecedeu o Encontro, entre os dias 16 e 18, no mesmo local, um
evento de mobilização da Brigada de Juventude dos Povos de Comunidades
Tradicionais de Rondônia, que este ano teve como tema: “Juventudes organizadas permanecem em seus territórios, repartindo sonhos e construindo um novo amanhã na Amazônia!”
Participaram jovens indígenas, de reservas extrativistas,
quilombolas e de assentamentos de reforma agrária. São juventudes
reunidas dialogando sobre as suas vidas, a partir do chão dos seus
contextos e territórios.
Ruanda vai taxar igrejas e acusa pastores de enganarem fiéis
Proliferação de igrejas neopentecostais no país africano levou governo de Paul Kagame a acusar pastores de “espremerem dinheiro” de ruandeses mais pob
Levante feminista realiza encontro nacional para frear violência contra as mulheres
Luciana Oliveira, de Brasilia – Mais de 130 mulheres vindas de 20 estados do país participaram do evento em Brasília que durou três dias.Foram intensa
Quilombolas vencem eleição para prefeito em 17 cidades
Candidatos que se declararam quilombolas venceram as eleições para prefeito em 17 municípios, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).A ma
Incêndio criminoso eleva tensão em terra indígena Igarapé Lage
No 247 – A terra indígena Igarapé Lage, do povo Wari é uma ilha cercada por fazendas. Tem mais de 107 mil hectares e fica no Oeste do Estado, próxima