Quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017 - 12h53
O caso bizarro aconteceu em Ariquemes, município de Rondônia, distante cerca de 200 quilômetros da Capital. Como primeiro ato executivo, o prefeito Thiago Flores recebeu e encaminhou à Câmara de Vereadores, que aprovou, requerimento para suprimir páginas de livros didáticos com questões sobre diversidade familiar.
A atitude medieval gerou polêmica, foi repercutida pelo Brasil 247 e provocou um debate nacional.
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) publicou, na página oficial do Facebook, um texto de repúdio contra a censura imposta pelo prefeito e vereadores.
Desde agosto de 2016 escolas municipais não utilizam os livros enviados pelo Ministério da Educação.
Para o Ministério Público, “os réus praticaram improbidade administrativa, ato de censura ilegal e estimularam a homofobia, afrontando os princípios constitucionais de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, sem preconceito e discriminação.”
O prefeito recusou a proposta de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para garantir o uso dos livros didáticos sem que uma comissão de vereadores decidisse quais páginas seriam rasgadas dos livros.
Sem boa vontade, restou ao MPF e MP/RO processar o prefeito e sete vereadores que “usaram argumentos inverídicos e homofóbicos” para embasar a censura.
Na Ação, consta que Thiago Flores “aproveitou para promover-se pessoalmente e explorar a discussão politicamente, criando para isso uma enquete virtual e popular na Internet.
A enquete não esclarecia nem mostrava os conteúdos dos livros, tampouco apontava os motivos sobre a escolha deles pela escola e pelos professores. Os votantes internautas sequer conheciam exatamente o conteúdo dos livros.”
O Ministério Público, destaca que a enquete “transformou-se em um debate superficial, agressivo, discriminatório e injurioso contra a comunidade LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros) estimulado pelo próprio poder público”.
São réus na ação, o prefeito e os vereadores Amalec da Costa, Pedro Basílio de Souza Júnior, Joel Martins de Oliveira, Carla Gonçalves Redano, Vanilton Sebastião Nunes da Cruz, Loureci Vieira do Araújo e Natanael Emerson Pereira da Lima.
Se condenados, podem perder o cargo e pagar indenização de R$ 2 milhões por danos morais sofridos pelo Município, pela União e pela própria sociedade “por terem causado prejuízos aos alunos e também à comunidade LGBTT.”
A insana atitude de censura virou tema de marchinha do bloco Pirarucu do Madeira, um dos primeiros a desfilar no carnaval de Porto Velho.
Considerado o bloco mais democrático por não comercializar abadás e reunir foliões de todas as idades e correntes ideológicas, o Pirarucu conquistou apoio ao protesto.
Em meia hora, o público já havia decorado a marchinha do advogado Antônio Tavernard.
Ruanda vai taxar igrejas e acusa pastores de enganarem fiéis
Proliferação de igrejas neopentecostais no país africano levou governo de Paul Kagame a acusar pastores de “espremerem dinheiro” de ruandeses mais pob
Levante feminista realiza encontro nacional para frear violência contra as mulheres
Luciana Oliveira, de Brasilia – Mais de 130 mulheres vindas de 20 estados do país participaram do evento em Brasília que durou três dias.Foram intensa
Quilombolas vencem eleição para prefeito em 17 cidades
Candidatos que se declararam quilombolas venceram as eleições para prefeito em 17 municípios, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).A ma
Incêndio criminoso eleva tensão em terra indígena Igarapé Lage
No 247 – A terra indígena Igarapé Lage, do povo Wari é uma ilha cercada por fazendas. Tem mais de 107 mil hectares e fica no Oeste do Estado, próxima