Terça-feira, 3 de outubro de 2017 - 19h10
Sobre a polêmica performance artística que expôs crianças ao contato com um ator nu, que fique bem claro: não cola preocupação a quem é seguidor de Jair Bolsonaro, que faz apologia ao estupro e à tortura.
Mas, justamente esses, promovem a mobilização da cruzada ‘moralista’ virtual.
Não leram relatos de crianças que sobreviveram a torturadores que Bolsonaro enaltece como heróis.
Crianças de dois anos de idade viram os pais serem torturados, viveram na clandestinidade ou no exílio durante a ditadura militar no Brasil.
Isso sem falar nos que nasceram na prisão com ameaças de ‘doação’.
Crianças que não puderam ser crianças, estão no livro lançado pela Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”.
“Infância Roubada tem valor historiográfico por sugerir um certo padrão de tratamento dispensado pelos militares às crianças. Além de serem banidas, ficaram presas com os pais, participaram de sessões de tortura das mães, como espectadores ou como alvos das sevícias. E tiveram a própria existência ameaçada. É o que relata Paulo Fonteles Filho, nascido em 1972, em um hospital militar. Seus pais foram presos por atividades comunistas. Fonteles conta que o pai assistiu a torturas da mãe, Hecilda, grávida de cinco meses. Antes do nascimento da criança, os agentes teriam dito a ela que “filho dessa raça não deve nascer”. Depois do parto, os militares teriam demorado a entregar o bebê para a família de Hecilda porque não encontravam algemas que coubessem nos pulsos do recém-nascido.”
Depoimentos não faltam pra explicar por que Bolsonaro e seus seguidores não podem se apropriar de nenhum discurso em defesa de crianças.
“Perto do parto, o líquido amniótico descia pelas minhas pernas e as baratas me atacavam em bandos. Eu gritava na cela”
“Chutaram a porta, quebraram e entraram dentro de casa todos armados (…) começaram a me bater na frente das crianças. Eu gritava pedindo socorro (…) desarrumaram minhas coisas, quebraram tudo e ainda rasgaram meus documentos (…) me batiam novamente dando chute na minha bunda, de forma que caí de joelhos, meus joelhos sangravam muito (…) só não abusaram sexualmente de mim, mas me espancaram na frente das crianças.”
“Me levaram diversas vezes às sessões de tortura para ver meu pai preso no pau de arara. Para o fazerem falar, simulavam me torturar, com uma corda, na sala ao lado, separados apenas por um biombo”.
“O menino de dois anos dizia: “Não pode bater no papai. Não pode”.
“A única lembrança que tenho dele é a da sua morte.”
“Torturado por agentes da repressão ainda bebê, ele nunca se libertou do pavor. Suicidou-se aos 40 anos.”
“E houve as crianças que não nasceram, porque suas mães abortaram durante a tortura.”
Então, simplesmente parem.
Dica aos que não ligaram ignorância à hipocrisia de seguidores de Bolsonaro : https://youtu.be/ULI4gHz3APc
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