Quarta-feira, 20 de dezembro de 2017 - 19h33
Quem viu, quem vê.
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) já ocupou um dos metros quadrados mais disputados pela imprensa nacional. O cacique regional que já presidiu o partido com mais filiados no Brasil – 14,3% ou 16,7 milhões – segundo o Tribunal Superior Eleitoral, agora foge de jornalistas.
O acanhamento ocorre desde que Raupp começou a ser citado por delatores em esquemas de corrupção, o que o levou à condição de réu na Operação Lava Jato e a ser denunciado pelo ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, como membro do ‘quadrilhão’ do PMDB.
Ao ser questionado por um jornalista da Globo sobre os escândalos em que se meteu, Raupp apressou o passo e recusou respostas.
Ele é um dos 30 senadores numa lista com 172 parlamentares investigados ou réus na pesquisa feita pela emissora.
Na Câmara, quase 30% estão enrolados na justiça e no Senado, perto de 40%.
Como destaque no ‘quadrilhão’ que teria desviado recursos públicos e obtido vantagens indevidas, Valdir Raupp vem experimentando o ‘vazio de não ser’ mais um poderoso cacique da política brasileira.
Em Rondônia, a perda de protagonismo favorece nomes novos como o do pastor Aloisio Vidal (Rede) na disputa por uma das duas vagas que serão abertas ao Senado em 2018. A chance do novato que teve 70 mil votos em 2014, sem estrutura partidária e grana, aumentou consideravelmente com o desgaste de Raupp. O segundo voto como certo ao pastor está cada vez mais presente na boca do povo.
O regabofe de fim de ano que há mais de duas décadas é oferecido à imprensa por Raupp e a esposa, deputada Marinha Raupp, atraiu bem menos profissionais da comunicação.
“Fui pra comer e falar mal, mesmo! Esse pessoal já nos sacaneou muito, nunca deixou nada pra Rondônia que não tivesse tirado sua parte”, divulgou o blog do Carlos Caldeira como comentário sobre o jantar.
Valdir Raupp se negando a aparecer na Globo não é por cérebro oco sacolejando na cabeça, mas para evitar mais constrangimento.
O ex-cacique agora atrai a atenção da imprensa só com pauta negativa.
O PMDB foi o partido que mais encolheu em 2017, perdendo quase 5 mil filiados em um ano.
Assim segue Raupp, diminuindo.
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