Quinta-feira, 12 de janeiro de 2017 - 15h25
Os crimes foram praticados em 1998, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República em 2007 e a primeira condenação saiu em 2015.
Isso mesmo, 17 anos se passaram até que o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) fosse condenado a 20 anos e dez meses de prisão em regime fechado por peculato e lavagem de dinheiro na ação penal do caso conhecido como “mensalão tucano”.
Tanto tempo, que tenho duas amigas e um parente que realmente acreditam que o ex-presidente nacional do PSDB é inocente e quem começou com essa história de mensalão foi o PT.
Sim, mostrei a sentença que julgou Azeredo culpado pelo desvio de ao menos R$ 3,5 milhões de estatais mineiras por meio das empresas de publicidade de Marcos Valério para bancar sua campanha, mas minhas ‘amigas’ me bloquearam nas redes sociais.
A demora beneficiou Walfrido dos Mares Guia, ex-vice-governador de Minas e coordenador da campanha de Azeredo em 1998, pois os crimes imputados prescreveram.
Azeredo se manteve em atividades partidárias enquanto aguardava decisão de primeira instância, subiu no palanque de Aécio Neves na disputa pela presidência da república e foi contratado como diretor executivo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), com salário de R$ 25 mil mensais.
Em nota o PSDB alegou surpresa com a decisão e, claro, negou que Azeredo tenha desviado dinheiro de estatais para sua campanha à reeleição ao governo de Minas em 1998.
Mais de um ano após a sentença a Justiça de Minas Gerais determinou o bloqueio dos bens do tucano.
A notícia está nos principiais veículos de comunicação, mas não gerou histeria coletiva nas redes sociais contra a demora no judiciário que promove a impunidade.
O PSDB não emitiu nota como costumeiramente faz quando um petista é alvo de qualquer decisão judicial por corrupção.
O foco agora é animar o mercado com a redução da taxa de juros em 0.75, que os tucanos propagam que só foi possível sem o PT no poder.
E as denúncias contra Serra, Alckmin e Aécio nas delações da Lava Jato? Não pense em corrupção, mas na queda da inflação.
Daqui pra frente o ovo dentro da galinha será a pauta pra abafar os escândalos de corrupção.
Os engavetadores da ‘grande’ mídia não tiram férias.
Como disse Júlio Prestes ao Dr. Protásio, médico e amigo que pedia coragem ao caudilho diante da traqueostomia para conter um câncer: “Coragem eu tenho Doutor Protásio, o que me falta é ar.”
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