Quinta-feira, 26 de janeiro de 2017 - 17h25
A polêmica que revelou ao Brasil a estupidez do prefeito e vereadores do pequeno município de Ariquemes, no interior de Rondônia, não para.
Eles decidiram rasgar as páginas de livros do Ministério da Educação que tratam questões de gênero e diversidade familiar para autorizar o uso na rede pública de ensino.
“O Ministério Público de Rondônia concedeu prazo até 27 de janeiro (sexta-feira) para que o Prefeito de Ariquemes, Thiago Flores, se manifeste sobre a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em que se comprometa a não retirar de livros didáticos, a serem utilizados na rede municipal de ensino, páginas que tratem de diversidade familiar e ideologia de gênero.”
Como não podem destruir o bem produzido com dinheiro público e pela flagrante ameaça ao “fundamento constitucional da promoção da igualdade e da sociedade livre de qualquer preconceito”, eles criaram um plano B.
E quem divulgou foi o vereador tucano, Amalec da Costa, em sua página no Facebook.
Isso mesmo, o vereador que demonstrou na publicação mal saber escrever, quer junto aos colegas do parlamento e a comunidade empresarial, bancar a compra de outros livros para distribuir às crianças.
Em discussão semelhante, o MEC declarou que “O PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) 2016 distribuiu 128.588.730 obras a 121.574 escolas públicas brasileiras. Os títulos são definidos em um processo de seleção público, feito por especialistas de universidades brasileiras, sem dirigismo político e ideológico”.
Mas, os fanáticos religiosos que se lançaram à intifada moralista ignoraram o MP e o repúdio da Ordem dos Advogados do Brasil, por meio de nota da Comissão Especial da Diversidade Sexual e de Gênero do Conselho Federal.
“A conduta é extremamente ofensiva à dignidade humana, a igualdade, a liberdade, ao pluralismo e ao respeito à vida privada e familiar das famílias e seus filhos. Esta postura afronta diversos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil junto ao Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos. Aliás, nem é preciso lembrar que a ONU considera os Direitos LGBTI como Direitos Humanos.”
Os vereadores ameaçam comprar livros de outra editora, ou seja, sem competência e inequívoca incapacidade, vão analisar, aprovar e distribuir o que acharem conveniente.
Na publicação, o vereador diz que esta é a proposta dele e dos colegas, Joel da Yamaha, Natan Lima, Pedro Basílio Júnior, José Augusto e do prefeito Thiago Flores.
Em 2015, Amalec foi um dos 13 vereadores denunciados pelo ex-prefeito Ernandes Amorim (PTB) por omissão e prevaricação diante dos “fortes indícios de corrupção no processo licitatório e execução da Obra da Unidade de Pronto Atendimento (UPA-Ariquemes)”.
E agora eleito vereador, Ernandes Amorim denunciou compra de votos para eleger a Mesa Diretora da Câmara ao biênio 2017/2018, que tem como vice-presidente – o Joel da Yamaha (DEM) e Amalec como 1° secretário.
R$ 50 mil para cada um, afirmou Amorim, que diz ter feito de tudo “para acabar com esta falta de vergonha, mas venceu o esquema.”
O próprio Amorim não é flor que se cheire. Já foi denunciado pelo Ministério Público Federal por prática de trabalho escravo e improbidade administrativa.
Os porta-vozes das famílias ‘tradicionais’ dizem que a maioria da população apoia a proibição dos livros do MEC.
Essa maioria deveria se perguntar por que confiam a educação de seus filhos a ‘nobres’ edis que denunciam uns aos outros.
Ruanda vai taxar igrejas e acusa pastores de enganarem fiéis
Proliferação de igrejas neopentecostais no país africano levou governo de Paul Kagame a acusar pastores de “espremerem dinheiro” de ruandeses mais pob
Levante feminista realiza encontro nacional para frear violência contra as mulheres
Luciana Oliveira, de Brasilia – Mais de 130 mulheres vindas de 20 estados do país participaram do evento em Brasília que durou três dias.Foram intensa
Quilombolas vencem eleição para prefeito em 17 cidades
Candidatos que se declararam quilombolas venceram as eleições para prefeito em 17 municípios, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).A ma
Incêndio criminoso eleva tensão em terra indígena Igarapé Lage
No 247 – A terra indígena Igarapé Lage, do povo Wari é uma ilha cercada por fazendas. Tem mais de 107 mil hectares e fica no Oeste do Estado, próxima