Quinta-feira, 22 de maio de 2014 - 15h16
Lúcio Albuquerque, repórter
O Brasil é o único país a ter participado de todas 18 Copas do Mundo, o maior ganhador da disputa iniciada em 1930, no Uruguai, mas tanto naquela quanto na seguinte, na Itália, os resultados só chegavam ao país através de despachos telegráficos enviados dos locais dos jogos por membros das delegações.
Hoje, quando os mais modernos meios de comunicação são mobilizados a qualquer evento, por mais simples que sejam, é quase impossível imaginar que para saber dos resultados da seleção nacional se tivesse de esperar os jornais. Só na 3ª Copa, da França, é que o brasileiro pode ouvir a transmissão dos jogos de sua seleção.
Gagliano Neto, na Copa de 1938
Mas quando o locutor Gagliano Neto, um pernambucano que migrara para o Rio de Janeiro, iniciou a transmissão da partida de abertura brasileira (6x5 sobre a Polônia, na prorrogação), não foi essa a primeira vez que se recebia pelo rádio um jogo da seleção: já acontecera na disputa do sulamericano em 1936, em Buenos Aires.
Chamado de o "Speaker Esportivo Perfeito", Gagliano Neto é uma forte referência do rádio esportivo brasileiro. Sozinho, no meio da torcida – porque não havia cabines específicas como ocorre hoje em dia, ele narrava o que acontecia, independente que fizesse sol ou chuva, às vezes sem “retorno” (segundo o jornalista Sérgio Melo – rádio e TV Candelária – a expressão “retorno” é o som que o locutor ouve a partir da transmissão de sua voz já no som enviado ao ar pelo estúdio).
Segundo a jornalista e professora de Comunicação Gisela Swetlana Ortriwano, “os feitos da Seleção Brasileira foram irradiados para a Cadeia de Emissoras Buynton, formada pelas rádios Clube do Brasil, Cruzeiro do Sul e Cosmos. (http://hcnb.wordpress.com).
EM RONDÔNIA
Em 1938, e muito depois de 1943 quando o presidente Getúlio Vargas constituiu o Território Federal do Guaporé (Rondônia a partir de 1956), não havia emissora de rádio na região. O Amazonas terminava na cachoeira de Santo Antonio e daí em diante começava o Estado de Mato Grosso. A primeira emissora aparece em 1950 com a criação em Porto Velho da Rádio Difusora do Guaporé.
O rádio tinha lugar de destaque nas salas das casas
Poucas pessoas tinham aparelho de rádio na região. O equipamento era muito caro e o som que saía dele muitas vezes deixava em dúvidas sobre o que havia acontecido – em 1958, na primeira Copa ganha pelo Brasil um grupo de rádio-ouvintes que ouvia a transmissão na sede do Bancrévea (atual Classe-A/Centro) soltou muitos fogos e vibrou muito no primeiro gol da final. O som não chegava direito e eles vibraram, mas foi com o gol da Suécia.
Havia grandes problemas operacionais para ouvir uma transmissão: o som chegava cheio de ruídos, os aparelhos eram à válvula, dependiam inteiramente de energia elétrica ou, então, acionados com enormes baterias – cuja duração era pequena.
“Muitas vezes o som desaparecia e ficava quase um minuto sem que ouvíssemos mais que a estática”, lembrava entre sorrisos o ex-deputado estadual Walter Bártolo. “Nós tínhamos de adivinhar o que estava acontecendo e compreender a transmissão emendando pedaços”.
Amanhã: HISTÓRIAS DAS NOSSAS COPAS DO MUNDO (2)
Silêncio total na sala: o único som era do rádio
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