Segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015 - 23h49
Lúcio Albuquerque, repórter
Mateus, capítulo 6, versículo 24: Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro.
O trecho do Livro dos Livros, a Bíblia, me veio à cabeça ouvindo o presidente nacional do Partido Republicano do Brasil, PRB, Marcos Pereira, em entrevista concedida à Rádio Parecis, quando ele falava da posição de seu partido com relação à prática da corrupção.
E num país em que a prática da corrupção está tão disseminada que nem inibe mais quem o seja, e que posa sempre como se fosse o mais pio dos angélicos celestiais, por isso a fala do presidente do PRB chamou minha atenção, até porque achei interessante o remédio que ele disse seu partido usar contra qualquer membro que se corrompa, a expulsão da sigla.
Palmas para o partido do presidente Marcos Pereira? Bom, os membros da mesa que entrevistavam o líder do PRB ficaram por aí mesmo, com ele reafirmando algumas vezes que em nenhum momento qualquer filiado esteve envolvido nas falcatruas que tanto infelicitam a Nação.
Mais palmas para ele e seu partido? Ainda não. Porque em seguida disse uma frase ligada à posição da bancada de 21 deputados federais que o PRB tem na Câmara Federal: o partido faz parte da base de sustentação do governo do PT.
Ora, como pode um partido que prega a ética na política, que claramente se posiciona – pelo menos é o que diz seu líder maior – pela exclusão de filiado que cometa corrupção, apóiar oficialmente o governo liderado pelo partido que a cada dia fica mais enredado justamente naquilo que o senhor Marcos Pereira diz ser o pecado maior, a corrupção.
Aí vem novamente à cabeça o trecho da Bíblia com relação a servir a dois senhores. Pior, veio à mente a frase sucessivamente repetida durante a oitiva dos réus no segundo julgamento público mais famoso da História, o Julgamento de Nuremberg, quando todos os lideres nazistas sustentaram que não tinham culpa do que fora feito, porque fora feito por ordem de Hitler.
Como é que uma pessoa ou organização pode dizer que serve a dois senhores? Ainda mais em razão de o PRB ser uma sigla sabidamente integrada por grande número de evangélicos que devem não apenas conhecer, mas, principalmente, praticar a Palavra.
Seria como se eu dissesse a um neto meu: Roubar é feio, mas ao mesmo tempoeu praticar algum roubo. Ao anunciar que em seu partido o filiado que cometa um ato de corrupção será punido com expulsão o presidente Marcos Pereira está anunciando uma lição de ética – que não é praticada pelas demais siglas.
Mas essa posição de vestal o povo brasileiro já viu: há 35 anos foi fundado um partido que, tão logo ascendeu ao poder tripudiou sobre o discurso ético e aí está o resultado, com líderes se escondendo e sempre alegando não saber, não ter visto.
A ética é fácil falar. A prática é que é dura e aí acabam deixando apenas para o discurso. Daí, sobre a fala do presidente do PRB sugiro que ele, e seu partido, não repitam outra sigla. E que façam uma análise crítica do capítulo 6, versículo 24 do livro que, certamente, a imensa maioria dos seus filiados gostam de expor, de falar sobre e de dizer que praticam. Mas, pelo visto, o discurso é distante da prática
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