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Lucio Albuquerque

A hora de agir com todas as armas, sem reserva de mercado


A hora de agir com todas as armas, sem reserva de mercado - Gente de Opinião

A 4 de julho de 1944 os aliados invadiram a Europa Ocidental, uma ação que qualquer historiador é capaz de narrar: os alemães e coligados poderiam ter expulsado os invasores, mas não puderam fazer porque as melhores tropas nazistas, apesar de acantonadas a poucos quilômetros não foram mobilizadas, porque Hitler era o único que poderia ter dado a ordem, mas estava dormindo, e quando acordou, não tinha mais jeito.

O combate à covid em Rondônia tem algo a ver com o sono de Hitler: enquanto faltam médicos para atuar na linha de frente, mais de uma centena de rondonienses, que cometeram o pecado de concluírem o curso de Medicina fora do país estão proibidos de trabalhar naquilo para o que se prepararam porque, numa autêntica ação de reserva de mercado, eles não podem ser mandados para a guerra.

Sim, é uma guerra e só os néscios são incapazes de agir como Martin Borman, o secretário de Hitler que proibia qualquer pessoa acordar o fuhrer. Mas, trazendo o problema para cá o Conselho Regional de Medicina, seguindo a linha traçada pelo órgão do qual é uma seção, prefere mandar um representante – que por ser médico deveria estar trabalhando num dos hospitais contra covid, para inspecionar as Upas e outros.

Foi lá o embaixador do Cremero e depois denunciou o óbvio: faltam médicos (devem estar faltando também enfermeiros, auxiliares e muito mais gente e meios envolvidos). Alguma novidade? Não. Se nos tempos normais também faltam médicos, UTIs e outras coisas, claro que nesse período de guerra, que estamos perdendo, faltam também médicos, enfermeiros e tudo o mais – no caso dos insumos ao fato de também faltar gestão do problema ou um planejamento que, quando passou a primeira onda, não deveria ter permitido a desmobilização. Falta de planejamento ou de experiência de gestão?

Recentemente, numa outra análise, sugeri que o CRM chamasse os seus membros e propusesse uma parceria, envolvendo todos, mesmo aqueles que atendem só em gabinetes. Pelo visto não tiveram a coragem de atender àquela proposta, e o que se vê agora é que, ao invés de dar o exemplo indo para a frente de batalha, o Conselho limita-se a mandar alguém, fazer um relatório e denunciar.

O denunciante certamente desconhece que há uma enorme falta de profissionais, que há muitos graduados capazes, e querendo trabalhar, mas prefere se aferrar a uma norma que não se justifica num momento como o atual, onde vidas são perdidas diariamente, e não é só por falta de médicos, da mesma forma quando vários e inúmeros médicos garantiam que medicamentos como a ivermectina ajudam a reduzir os casos, e tanto o Conselho Federal quanto os CRMs emendo, certamente, a mídia dos grandes centros do país, preferiram criticar o uso.

A alegação mais comum, porque ditada pela OMS, era de que “não há provas científicas”. Correto, mas há um ditado jurídico que diz que quando a lei não impede ela permite. Imaginemos quantas vidas teriam sido salvas caso os que exigem comprovação científica tivessem deixado usar ivermectina e similares.

Aqui é interessante perguntar: Se não há comprovação científica, em que se agarram esses negacionistas para não deixar usar? Ora, se não há prova científica positiva, não há, também, uma que proíba. Na dúvida, doutores, como diz o jurídico, “na dúvida, pró-réu”. O doente que luta pela vida!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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