Sábado, 11 de maio de 2019 - 10h44
LÚCIO OPINA
Um universitário em universidade federal custa 30 mil/ano. Uma criança na pré-escola, 3 mil. Pelo que andei lendo a discussão sobre a questão educacional no país merece muito mais que só isso. E uma coisa que precisa ser repensada e remodelada é quanto a quem paga a questão da universidade e de institutos federais.
Já estou, há cerca de 50 anos, acostumado a receber críticas quanto minhas posições com relação à Educação, por exemplo, quando fazia curso de Pedagogia na antiga Faculdade de Filosofia da Universidade do Amazonas, fui criticado porque escrevi um texto cobrando uma mudança no calendário escolar da zona ribeirinha, porque justo quando as aulas estavam programas para começar, como acontece atualmente inclusive aqui entre nós, quando os rios estão cheios, as estradas sem condições de tráfego e etc.
Nunca neguei ser politicamente incorreto, até porque aprendi com um comunista, “seu” Délio, meu pai, que precisava pensar por mim mesmo depois de analisar as variáveis. Por isso sou contra benesses concedidas a grupos diversos – e já que estamos conversando sobre Educação e custos, fico só com esse tem, mas minha lista é muito maior.
Apenas para exemplificar, cito: na Universidade Federal de Pernambuco que mantém um Departamento só para assuntos de LBGT.
Daí minha questão que é título deste texto: Até quando vamos continuar bancando país milionário?
O camarada faz todo o curso em escola particular pagando – há poucos que conseguem bolsas integrais e não me refiro a esses, via de regra os do primeiro grupo têm oportunidades melhores para estudar, aí fazem vestibular para faculdades federais e passam para os melhores cursos.
Ora, se a família pode bancar em escola particular – repito excluir os bolsistas – então na faculdade pública também podem contribuir, pagando mensalidades irrisórias, por exemplo 300 reais ao mês. Agora, multiplique esses 300 por 2 mil alunos, vamos aí para 600 mil/mês de arrecadação. Imaginem quanto a UNIR poderia melhorar, com essa quantia o seu sistema.
Outra coisa: que tal o aluno formado em escola federal ter de pagar o ensino gratuito com um ano de trabalhos prestados – recebendo uma bolsa que garanta sua sobrevivência, em atendimento público? Agora, quando você toca no assunto os “politicamente corretos”, aquela turma que não pensa por si mesmo, mas pela cartilha dos seus gurus, dão o maior pinote. E quem tema responsabilidade de olhar além do umbigo não tem coragem de botar o guizo no gato.
JOÃO PAULO
Até quando vão continuar enterrando dinheiro no João Paulo II. Como agora o secretário da Sesau está anunciando. A solução pode ser encontrada de outra maneira, mas para isso prefeituras têm de fazer cumprir suas responsabilidades, acabando, por exemplo, com a “ambulancioterapia”. E o Estado investir não só em obras que, no final, irão apenas alimentar o pobre sistema que o sobrecarregado João Paulo ainda mantém.
CRIANÇAS
Outro que também sofre muito com superlotação é O hospital infantil Cosme e Damião, que, também por causa da falta de responsabilidade das prefeituras que não estruturam as UPAs, acaba superlotado e servindo de estacionamento para o sistema da “ambulancioterapia”.
MILAGRE
Aliás, bem que seria interessante o secretário da Sesau fazer uma ração para o São João Paulo II, patrono do pronto-socorro. Só milagre mesmo, porque botar mais dinheiro ali é repetir tantos erros anteriores.
PAULO FREIRE
Falar em santo vai ver que tem muita gente querendo fazer de Paulo Freire uma espécie de “santo” da Educação. Outro dia ouvi uma jovem que se dizia universitária falando tanto dos feitos do método que, diante de tanto entusiasmo que é coisa comum quando o tema seja Educação, resolvi fazer uma pergunta: “Você já leu alguma coisa do Paulo Freire?” Imaginando que ela dissertasse, mas fiquei frustrado. “Não, nunca li. Mas a gente não precisa ler para saber que é boa a ideia dele”. Pois é....
Inté outro dia, se Deus quiser!
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