Segunda-feira, 16 de agosto de 2021 - 11h48
Muita gente tem o que contar e gosta de contar. Para um grupo que viveu
as quase duas décadas de existência do Bangalô Bar, foi hora de recordar, e
muitos mandaram mensagem, falando das estadas naquele local ainda nos tempos em
que se podia fumar (ARGHHH) em restaurantes.
As histórias e estórias são muitas, algumas impublicáveis, mas todas
podem ser confirmadas por quem as viveu, como a do sanduíche ripo “baixaria”
num pão de 30 centímetros, ou as vezes em que um dos lados do casal ia buscar o
outro, naquelas madrugadas em que ainda se podia sair de casa à noite, ou botar
cadeiras nas calçadas para “jogar conversa fora”.
De uma coisa todos lembram, que o Macalé “era um mestre na arte de bem
receber”, e que o próprio ambiente facilitava a fidelização da clientela.
ALGUNS CAUSOS
QUE HORA ABRE?
Quem conhece a história (e a estória) do Bangalô Bar sabe do causo:
Pouco mais de seis da manhã, depois de uma noitada desgastante, o Macalé chega
em casa e mal deita toca o telefone.
Do outro lado uma voz conhecida, meio pastosa:
- Macalé, que hora abre o Bangalô (Era um dos mais/mais do boteco, o
advogado Juvenal Sena)
Irritado, o Macalé responde:
- Porra, Juvenal, acabei de fecha e estou tentando dormir.
Sem se importar com o que ouviu, Juvenal respondeu:
(Aqui duas versões)
1 – “É que eu fui ao banheiro e agora estou trancado querendo sair”.
2 – “Eu quero saber onde tem o gelo para tomar mais uma”.
Deixo a quem ler escolher a verdadeira, apesar dessa do gelo, para quem
conhecia o Juvenal nem dá muito para acreditar, porque ele sabia de detalhes de
dentro do Bangalô.
JORNAL GUAPORÉ, BOM DIA!
O jornalista Paulo Queiroz morava praticamente em frente ao O Guaporé,
jornal em que trabalhava. Quando chegava na madrugada nem ia para casa. Entrava
na sala do diretor Emanuel Pontes Pinto, sentava na cadeira e dormia. Só
acordava quando o telefone tocava e ele respondia: “Jornal o Guaporé, bom dia!”
(Daqui para a frente, história contada pelo senador Claudionor Roriz)
“Nós estávamos no Bangalô e o Paulo pegou uma carona. Fomos direto para
Ji-Paraná. Ele foi dormir na casa de um dos do grupo. Pela manhã liguei para
aquela casa e o Paulo atendeu”.
“Jornal O Guaporé, bom dia!”
“Eu respondi: que Jornal Guaporé que nada, tu estás é em Ji-Paraná”.
Obs: quem conheceu o Paulo não tem muita dúvida de que isso tenha sido
verdade.
SANDUÍCHE “SOBRA DE TUDO”
O médico Samuel Castiel, que disse ter sido frequentador assíduo do
Bangalô à época da sede da Pinheiro Machado, lembrou do sanduíche de fim de
noite, que muitos voltavam já na madrugada para degustar.
Tratava-se de um pão de uns 30 centímetros onde colocavam de tudo um
pouco – será que não seria sobra de pratos? – como alface, tomate, queijo,
carne, frango, ovo, presunto, bacon e o que tivesse disponível.
Mais ou menos como hoje se consome um similar com outro nome, /como o “X
Tudo”, mas que na banca “Tapioca e Família”, na Feira do Um, tem outro nome:
“Baixaria”, mas que no Federal Burger é conhecido como “Federal top premium”.
“Era um sobra de tudo”, recorda o médico Samuel Castiel, acrescentando
que o gosto ficava bem diferente, mas que isso não espantava os consumidores,
depois de uísque e cerveja. Mas que nunca sobrava para o dia seguinte.
OUTRAS HISTÓRIAS
AMIR LANDO
Dois frequentadores lembraram que no “Macalé” acontecia de tudo,
inclusive o então deputado estadual Amir Lando declamando várias vezes a mesma
poesia e, depois, querendo atenção porque ia dedilhar um violão.
SALA VIP
Contaram que o Macalé mantinha no Bangalô uma sala vip, onde só alguns
clientes especiais entravam, normalmente políticos, empresários e algumas
autoridades. “Ali se conversou e se chegou a muitas decisões importantes”, como
recorda o ex-deputado Luiz Gonzaga, frequentador habitual.
E OS CASAIS?
Todos com os quais eu conversei sobre o Bangalô, lembraram praticamente
a mesma coisa: era comum em plena noitada parar um carro na porta, o motorista
ou o próprio passageiro, às vezes “ela” descer e buscar o parceiro. “Tinha vez
que dava discussão”, lembrou um conhecido advogado que também ia ao Bangalô.
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