Casos que Marcaram 2011

Ufa! 2011 praticamente acabou. Mas o saldo que deixou deve ser bem analisado pelos que gostam de lembrar fatos, de tentar, a partir disso, encontrar respostas ou a partir do ocorrido projetar saídas para o futuro. Escolhi algumas áreas de atuação. Houve outros, mas em meu foco esses marcaram.
 

UNIR

Greve:Está bom, tivemos um grande e bom exemplo que não foi repicado com a dimensão que o Fantástico deu à greve. O bom exemplo veio dos estudantes e professores da UNIR que invadiram um prédio, o ocuparam durante mais de dois meses e o entregaram (o prédio) em melhores condições do que assumiram. Parabéns para eles!
 

Desculpa

A declaração atribuída ao ex-reitor da UNIR, de que o movimento contra sua permanência teria sido apenas por ser (ele) gay, só perde para a da ministra. É a mesma mania daqueles que tentam se justificar alegando serem vítimas de perseguição por auto-identificação com o que chamam de “minorias”.
 

JUSTIÇA

Ficha limpa: A Lei, de origem popular, mas que foi alterada já na discussão parlamentar, acabou não dando em nada daquilo que seus signatários principais, o povo, pretendiam.

Marco Aurélio: A decisão do ministro do STF ameaça tornar inócua uma das poucas decisões parlamentares nos últimos anos que teve apoio incondicional da população, a que permite à Corregedoria do CNJ investigar a Justiça.

Fui enganada: A afirmação, conforme a Imprensa, de uma ministra do STJ, de que foi enganada pelos advogados de defesa do deputado Walter Araújo, foi uma das coisas que colocam mais fator negativo na visão da população com relação ao Judiciário.

Mensalão – Outro membro do STJ, que segundo a revista Veja seria amigo da família do senhor Luiz Inácio, que o nomeou, anunciou que o julgamento do mensalão pode ficar para 2013 o que, conforme a mesma fonte, pode beneficiar os acusados, em grande parte membros do partido do senhor Luiz Inácio.
 

POLÍCIA

Adriano: Sem bom rendimento dentro de campo, o jogador coleciona envolvimento em casos policiais. Agora, mais um, de atirar numa mulher dentro de um carro – o que, claro, o jogador nega. Como das outras vezes, alguém acredita que o inquérito vá dar em alguma coisa?

Aqui: Na discussão por melhora salarial, um pleito sem qualquer dúvida justo, quem levou a pior foi a população. Faltou autoridade ou sobrou a certeza da impunidade na questão dos policiais militares.

(In) Segurança: Cada dia pior a sensação de insegurança que vive a sociedade. Pior que apesar de sucessivos discursos a coisa continua como está – indo de mal a muito pior. Aliás, insegurança também vivem funcionários os que trabalham em áreas de maior risco, em policlínicas de Porto Velho, onde ameaças e violências contra eles são fatos comuns, enquanto as autoridades nada fazem.
 

EDUCAÇÃO

Pior: Ao contrário de outros países – uma revista de circulação nacional mostrou esta semana o excelente exemplo da china – a questão “educação” fechou o ano como sempre nos últimos 40 anos, com discursos, anúncios de novos projetos e o sistema funcionando cada vez pior.
 

GOVERNO

Blog: Talvez o mais visitado de todos por aqui, o blog assinado pelo governador Confúcio Moura acaba gerando um tiro no pé e não soma nada a favor do exercício do Governo. Pelo contrário, mais que municia seus adversários.
 

Serei eu?:Talvez a pergunta mais recorrente dentre os ministros da presidente Dilma. Todo final de semana a pressão deles deve subir muito, na expectativa do que a Imprensa deverá apresentar. Agora, se for filiado ao PT pode dormir, porque a presidente faz a blindagem.
 

SAÚDE

Isonomia: Os Governos federal, estaduais e municipais repetem o erro secular no tratamento dos profissionais da área. Falam em sistema, mas quando se trata de servidor do sistema, aí a coisa muda. “Faltam médicos”, “vamos contratar mais médicos”, e frases similares. Esquecem que, no caso de pessoal, o sistema depende muito não só de médicos, mas de todos outros profissionais: enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, técnicos, auxiliares, assistentes sociais e outros. O salário desse grupo é aviltante, mas eles formam a ponta de lança do sistema.
 

CULTURA

Salto: Apesar do salto cultural gerado por segmentos diferentes, a Cultura em Rondônia continua sem uma política oficial, nem incentivos idem.

Manelão: Manelão passou para o outro lado. Boêmio, festeiro, papo descontraído, o general da banda deixou-nos em pleno período daquilo que ele era um grande incentivador e participante, do Carnaval e do desfile da Banda do Vai Quem Quer. Talvez por não ter sido filiado ao PT tenha sido isso o motivo do veto à Lei que denominava Manelão Mercado Cultural.

Nomes: Heitor Almeida (5ª da Cultura), Geraldo Cruz (Casa Ivan Marrocos), Ernesto Melo (Fina Flor do Samba), Raquel Lyrio (Coralista), Zé Katraka (Jornalista), Bubu Johnson (Projeto Cinco e Meia), Márcio Bortolete, nomes que garantiram a cultura em manifestações diversas por aqui neste ano.
 

ESPORTES

Barcelona: Nada de novo no front. O Barcelona deu um banho de bola, humilhou seus adversários, tripudiou sobre todos e nem deixou dúvida sobre quem é o melhor. Para ser vice do mundo naquelas condições nem era bom ter ido lá.

Seleção: O Brasil já é o sexto na lista da FIFA. E ainda há quem acredite em piadas como somos os melhores do mundo.
 

POLÍTICA

Ameaça: E os petistas querendo a censura. Não, nada de censura, garantem, apenas amarras que evitem denúncias envolvendo descalabros cometidos por seus membros e apaniguados.

Governabilidade: Mais do que nunca o é dando que se recebe cresceu neste país. Pior: oposição é coisa que inexiste, até pelo medo de partidos oposicionistas em assumirem tal papel.
 

PERDAS

Acreano: Sem qualquer dúvida a grande perda cultural deste país continente neste ano foi José Vasconcelos, acreano, considerado pelos próprios humoristas o “pai” dessa arte.

PQ: Paulo Queiroz foi embora, assim, sem dizer para ninguém, deixando uma lacuna imensa no jornalismo político local, e nos papos sem pretensão, apenas para rir. Foram mais de 30 anos de amizade.

Fonte: Lúcio Albuquerque
Repórter, membro da Academia de Letras de Rondônia
Autor dos livros “A Mulher em Rondônia – De Tereza de Benguela à coronel Angelina”
“Da Caixa Francesa à Internet – 100 anos da Imprensa em Rondônia”