Terça-feira, 1 de novembro de 2011 - 07h15
PERGUNTAR NÃO OFENDE
Essa comissão da verdade vai investigar também crimes cometidos por quem estava na guerrilha, ou será uma via de mão única?
Leia ao final da coluna
A ENTEVISTA DA PROFESSORA PINI
LIVRO
O livro desta coluna, “Pequeno ensaio sobre as lendas e folclore de Rondônia”, é de autoria do professor, geógrafo, articulista Abnael Machado de Lima, fundador e membro da Academia de Letras de Rondônia, onde ocupa a cadeira número 6, cujo patrono é o etnólogo e escritor Manuel Nunes Pereira.
ENCORO
Uma ideia boa da coralista Raquel Lyrio, a realização do Encontro de Corais, chegou à terceira edição, semana passada, com apresentações de excelente qualidade no Teatro Um do SESC/Esplanada. Corais de órgãos públicos, de igrejas variadas, de crianças, de adultos, todos muito aplaudidos pelo público presente. Apesar das dificuldades, mesmo assim ainda há quem continue acreditando e incentivando a cultura na terra de Rondon.
ORQUESTRA
Uma coisa leva à outra: A SECEL e a Fundação Iaripuna deveriam já ter juntado forças e constituído tanto o Coral quanto a Orquestra Sinfônica. Temos público, temos coralistas, tmos músicos, só falta o Poder Público fazer sua parte. Que tal começar a abrir o leque da cultura e não ficar apenas marcando passo?
EXEMPLO
Parece piada: a maior cidade e a única capital na margem do Rio Madeira, e ainda por cima tendo o nome “porto”, seja justamente Porto Velho que não tem um porto ou uma estação hidroviária. Aqui os barcos não atracam: eles abarrancam. Em Humaitá, umas 20 vezes menor e menos importante cidade em relação à capital rondoniense, tem seu terminal hidroviário. O que falta para construírem um por aqui, como havia há algum tempo o píer de atracação?
BEBIDA
A polícia paulista já usa: um aparelho que mede o teor alcoólico do motorista sem que ele sopre no bafômetro. E agora os Detrans de todo o país poderão também utilizá-lo. O nome do equipamento é “etilômetro”, que mede o álcool no ar. É simples: É só mandar o suspeito falar e aí o aparelhinho registra o nível alcoólico do cidadão. Sou favorável à política adotada em alguns estados norte-americanos: se o condutor recusa o “teste do bafômetro”, ele é preso pela presunção de embriaguez, apreendido o veículo e da CNH. De quebra, o motorista é flagranteado e recebe penas como se fora um condutor reprovado no teste de bafômetro. Resultado: mais de 50% de redução de mortes no trânsito. No Brasil o bafômetro virou piada.
TRANSPARÊNCIA
Enfim uma postura do senhor Luiz Inácio que eu concordo. A transparência do caso de sua saúde. Mas, no caso dele, com ressalvas, porque ao tornar pública sua proposta de transparência talvez esteja por detrás apenas manter-se no centro do noticiário, haja vista que, sem poder discursar, ele vai continuar sendo notícia, ainda que nem possa falar.
Aliás, muita gente certamente quer saber dele: Por que não buscou tratamento no SUS?
CALÇADA
No Amazonas há um ditado assim: “Está tipo construção de igreja”, aquelas obras que começam e nunca (ou demoram muito) terminam. É o caso de se perguntar com relação á construção das calçadas no centro da cidade: É outro exemplo de “construção de igreja”?
A ENTREVISTA DA PROFESSORA PINI
Concordo com a professora Benedita Pini. A entrevista que concedeu ao jornalista Zé Katraka, publicada no Diário da Amazônia nesta segunda-feira, foi bem clara quando citou a situação atual do sistema educacional brasileiro.
Com a experiência de atuar na área há mais de 50 anos, e de ter exercido funções importantes no setor, ela sabe do que está falando e, com certeza, conhece até os caminhos possíveis de encontrar saídas que ofereçam ao duo ensino/aprendizagem o nível alcançado há alguns anos.
A professora Benedita Pini tocou num ponto fundamental da questão do baixo nível que se observa atualmente na educação. A questão salarial.
“Pode ter certeza que a gente está fazendo uma verdadeira enganação. Você pega aluno de segundo grau que não sabe ler. Ler não é só codificar as palavras, tem que interpretar. Tem aluno que não sabe interpretar não”, disse a mestra, deixando claro que um fator da queda de qualidade são os baixos salários dos que ainda se arriscam a exercer o magistério.
O leitor talvez estranhe que eu cite “ainda se arriscam”. Sem nem enfocar que tivemos um presidente que não gostava de ler, e um governador que disse que é perda de tempo escrever livros, acresço à entrevista dela que não basta apenas melhorar o salário do professor (isso é fundamental, reconheço!).
Há muito mais coisas que precisam ser revistas no sistema educacional brasileiro. Uma delas colocando no Ministério da Educação um ministro que entenda do setor, e não que seja um apadrinhado político.
O professor precisa de melhor salário? Precisa! Considero o exercício da função de professor muito mais importante que a de juiz, desembargador, ministro, etc. Outro dia alguém questionou por qual motivo digo isto. Simples: sem o professor nenhum daqueles figurões chegariam aos salários que têm, nem, tampouco, às benesses que dispõem. Todos eles passaram nas mãos de pessoas simples, incapazes muitas vezes de prover seus próprios sustentos com a “merreca” que recebem ao final do mês.
Mas não é só salário. De uns anos para cá a desconstrução da autoridade do professor, a ingerência na avaliação pedagógica e até a obrigação de aprovar “por decreto”, acabam facilitando o baixo nível e fazendo com que quem exerça a profissão sinta-se violentado. E isso não apenas na escola pública. É comum ouvir-se de professores da rede particular que funciona ali o famoso “PP”: pagou, passou. Se você apertar, pode perder o contrato. Pode até nem ser verdade, mas é o que se ouve.
Falta respeito ao professor – e, lamentavelmente, muitos não se dão a respeitar perante a comunidade escolar. A família deixa a responsabilidade de educar à escola, quando a escola tem a responsabilidade de ensinar e formar. Deixou-se de cobrar ao aluno: professores temem ser alvo de processos ou ações apenas porque cobram de alunos que cumpram seus deveres. Há um excesso de “direitos” e praticamente poucos “deveres”.
Pais há que só vão a escola quando chega na época de notas finais. Durante o ano todo são ausentes, alegando falta de tempo, mas têm tempo para tomar cerveja na esquina, para ver televisão, para ver o jogo de futebol. Mas quando convidados para uma reunião na escola, nunca têm tempo. Aí, quando chega no fim do ano pressionam professores para passarem seus filhos aos quais não deram a menor atenção durante todo o período escolar nas tarefas, muitas vezes nem tomam conhecimento dos bilhetes enviados pelas escolas.
Concordo com a professora Pini. Mas não se trata apenas de salário. O próprio Governo, em todos os níveis, não tem compromisso real com a Educação. Investimento na base? nem pensar. Agora, financiar faculdades que transformam o aluno em clientes e, por isso, pressionam professores a aprovar de qualquer maneira, aí o Governo faz. Até porque isso dá voto, e investir melhor na base, não.
DATAS DE RONDÔNIA
(3 a 5 de novembro)
Dia 3 – Em 1943 – O coronel Aluízio Pinheiro Ferreira toma posse como primeiro governador do Território Federal do Guaporé (Vitor Hugo, 50 anos do Território Federal do Guaporé)
Dia 4 – Em 1968 – Criação da Centrais Elétricas de Rondônia – Ceron (Jornal Alto Madeira)
Dia 5 – Em 1921 – Pela lei amazonense 1126 deixa de existir a comarca de Porto Velho, voltando a ser anexada à de Humaitá (Antonio Cantanhede, Achegas para a História de Porto Velho)
Dia 5 – Em 1949 – O governador Araújo Lima lança a pedra fundamental do futuro Fórum Ruy Barbosa, em Porto Velho. Uma urna com um exemplar do jornal Alto Madeira e outros documentos da época é colocado no espaço da pedra fundamental (Antonio Cantanhede, Achegas para a História de Porto Velho)
é outro dia, se Deus quiser!
Fonte:Lúcio Albuquerque jlucioalbuquerque@gmail.com
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