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Gente de Opinião

Lucio Albuquerque

Conta Gotas 02/02/11



 

PERGUNTAR NÃO OFENDE

Quando é que a Semtran vai estabelecer um projeto viário na região do futuro CPA?

Ao final das notas leia o comentário A dura realidade no blog do Confúcio e depois veja Datas de Rondônia

EDUCAÇÃO

Espera-se, do atual secretário municipal de Transportes, mais do que ficar sentado na cadeira: dentre outras coisas que ele implemente um programa educativo no trânsito, passando desde os pedestres até motoristas de veículos diversos. Praticamente sem ação por parte do que seria a autoridade responsável o nosso trânsito cada dia fica pior, mas a Semtran não está nem aí.

CAPACIDADE DE ATENDIMENTO

Duas empresas, o Banco do Brasil e os Correios, precisam, com urgência, rever seus procedimentos. Abarcando o mundo com as pernas, como se diz no local em que me criei, ambas pegam todo tipo de serviço e resultado é que não atendem bem a seus clientes.

O CIDADÃO QUE SE DANE

Quem acaba pagando pela incompetência é o próprio cidadão. Enquanto em Brasília empresas públicas e ministérios continuam sendo tratados como num balcão de negócios, técnicos competentes são marginalizados para que se coloquem apaniguados de partidos e políticos cuja única preocupação é ganhar mais espaço e não o bom atendimento que o serviço público deve dar.

ASSALTO

Para a Receita Federal a inflação ainda está nos tempos daquele presidente que, agora, anuncia ir para o sacrifício ao assumir uma nova presidência, a do Senado: Um cidadão que deixou de pagar uma dívida vencida dia 31 de maio de 2010, de pouco mais de 600 reais com o “leão”, teve de desembolsar 863 reais. Pagou em torno de 30% a mais do que o inicial e decorreram exatos 8 meses.

DIFERENÇA

Segundo a coluna “Economia e Negócios”, do jornal O Estado de São Paulo, dia 7 de janeiro passado, “A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2010 com uma taxa acumulada de 5,91%”. Para a Receita o índice é bem outro, é só ver a diferença.

A DURA REALIDADE NO BLOG DO CONFÚCIO

“Mais grave ainda é o ensino médio rural, sem nenhum relação de causa e efeito com a produção. Como se fosse uma força motriz empurrando jovens do campo para as cidades. Ou seja, cidades cheias e campos vazios. Uma nova ordem se impõe urgente e alternativa possível é o modelo Escola da Família” (frase no blog do governador Confúcio Moura, ontem, 1 de fevereiro).

Confúcio iniciou sua análise citando a situação que disse ter constatado, de que 75% dos estudantes que iniciam o Ensino Médio não o concluem. “E para onde vão esses meninos?”, ele pergunta.

A leitura da preocupação do governador (“Mais grave ainda...”) fez-me viajar no tempo, retroceder a 40 anos antes, porque aborda uma questão similar àquela que, ainda estudante do curso de Pedagogia, aí por volta de 1970, 1971, em Manaus, também já afligia a um grupo de alunos do qual eu fazia parte e que buscava pensar alternativas para a Educação, abandonando a linha única do sistema de ensino.

Discutíamos entre nós, e perguntávamos a nossos professores, por qual motivo o calendário escolar não era diferenciado entre a zona ribeirinha e a cidade (no Amazonas falar “zona rural” é coisa de agora, até porque a maioria imensa da produção de gêneros vem da área ribeirinha).

Ora, quando os rios enchem, as escolas ficam mais longe e mais difíceis de chegar, especialmente para os alunos e professores que moram na margem contrária à da escola. E, também, por qual motivo não se tem uma grade escolar voltada especificamente para quem estuda nas chamadas “escolas rurais”?.

Àquela altura, há quatro décadas, nós debatíamos (lógico que nem todos os professores permitiam o debate até porque estávamos em pleno período do que se chamou de mais duro período dos “anos de chumbo”) sobre o assunto. Era a época em que a Zona Franca estava em fase de implantação e havia uma enorme debandada de moradores da zona ribeirinha para Manaus, esvaziando as comunidades ao longo dos rios e inchando a capital amazonense, cidade historicamente carente de abastecimento de gêneros primários, situação que ficou pior devido ao êxodo rural gerado pela ZF.

Está certo, o leitor pode alegar que o número de alunos ribeirinhos em Rondônia é pequeno que talvez não justifique a mudança no calendário escolar quando o rio sobe. Está certo. Até porque Rondônia tem uma situação bem diferente das demais Unidades formadoras da Amazônia – aqui dependemos da BR-364 enquanto nos outros Estados a dependência do rio é praticamente total. Mas nossa zona rural é enorme e há que se ver o prejuízo que representa para a própria economia rondoniense a manutenção do sistema ora vigente, que desloca o estudante da sua realidade e incentiva o seu deslocamento para a zona urbana, inchando e gerando todos problemas possíveis a partir do êxodo.

Dizem que o atual secretário da Seduc é um grande conhecedor da Educação, mas a questão levantada pelo governador merece mais do que conhecer. Alterar o costume, inclusive se levada em conta a colocação de Confúcio de usar o exemplo da Escola Família, vai demandar coragem, disposição e alteração de costumes arraigados há muito, tipo as chamadas “cláusulas pétreas”. Mudar é preciso.

Talvez por que em fase inicial de governo, seja possível realizar a mudança, de calendário e de foco do ensino, mas tem de ser logo, deixando de lado alguns pressupostos comuns ultimamente gerados pelo “politicamente correto” como, por exemplo, as famosas “audiências públicas” que, na realidade, praticamente nada mudam, até porque o público não tem interesse nelas, anestesiado que está da contínua política de sucessivos governos de não dar atenção ao que realmente quer a população, mas, sim, preferindo, esses governos, dar atenção interesses do momento.

DATAS DE RONDÔNIA

(1 a 4 de fevereiro)

Dia 1 – Em 1983 – O deputado estadual José Bianco assume como presidente da primeira formação do Poder Legislativo do Estado. Ele presidira a elaboração e votação da primeira Constituição Estadual e a promulgaria (Lúcio Albuquerque, A Marca da Nossa História -20 anos da ALE-RO)

Dia 2 – Em 1960 – Em Brasília o presidente JK aceita o desafio feito pelo governador Paulo Leal, do Território de Rondônia, e anuncia a construção de uma rodovia ligando Brasília a Rio Branco, a BR-29, mais tarde BR-364 (Vitor Hugo, Cinquenta anos do Território Federal do Guaporé)

Dia 2 – Em 1983 – A Assembléia Estadual Constituinte realiza sua primeira sessão (Abnael Machado de Lima, Terras de Rondônia)

Dia 3 – Em 1982 – Explode o quartel da Polícia Militar em Cacoal, deixando 11 mortos, sendo um civil (Jornal Tribuna Popular, de Cacoal)

Dia 4 – Em 1890 – Pelo Decreto-Lei nº 31 o governador amazonense Augusto Ximenes de Velleroy cria o município de Humaitá, cujas terras, abrangendo parte da atual cidade de Porto Velho, vinham até a cachoeira de Santo Antonio limite de então com o Estado de Mato Grosso Raimundo Neves de Almeida, Retalhos Históricos e Geográficos de Humaitá 7)

Dia 4 – Em 1960 – O jornalista Manoel Rodrigues Ferreira assina matéria no jornal A Gazeta (SP) cobrando do presidente JK a construção da rodovia Brasília/Rio Branco (Vitor Hugo, Cinquenta anos do Território Federal do Guaporé)

Inté outro dia, se Deus quiser....
 

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