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Gente de Opinião

Lucio Albuquerque

Conta Gotas 08/11/13


Uma explicação: A matéria abre uma série a respeito de um dos casos mais nebulosos da história rondoniense, o desaparecimento do tenente engenheiro do Exército Fernando Gomes de Oliveira, episódio que gerou especulações as mais diversas e durante muitos anos alimentou a disputa entre os dois grandes grupos políticos locais, os “cutubas”, liderados pelo coronel Aluízio Pinheiro Ferreira, e os “peles curtas”, liderados inicialmente pelo coronel Joaquim Vicente Rondon e, depois, pelo médico Renato Clímaco de Medeiros. Uma história que quem viveu aqueles dias sabe que aconteceu, mas uma história que não se sabe  o fim, só que o tenente Fernando nunca mais foi visto.



 

Lúcio Albuquerque, repórter

FICHA TÉCNICA DO CASO

O fato

O sumiço do tenente-engenheiro do Exército Fernando Gomes de Oliveira.

Data

Domingo, 29 de julho de 1945.

Local

Acampamento da 2a. Companhia Rodoviária no Km 90 da atual BR-364 sentido Ariquemes.

Tempo para se chegar lá

Pela estrada de serviço, se estivesse chovendo, um dia.

Personagens principais

Tenente Fernando Gomes de Oliveira, engenheiro militar, comandante do grupamento que trabalhava na abertura da estrada Porto Velho/Cuiabá.

Coronel Aluízio Ferreira, governador do recém-criado Território Federal do Guaporé.

General Ênio Pinheiro, primo de Aluízio, à época capitão e comandante da 2ª Companhia Rodoviária Independente, superior imediato do tenente Fernando.

Sargento Antão Marinho, considerado pelo oficial como seu melhor amigo aqui.

Walter Bártolo, cabo-motorista do Exército.

Eu era garoto em Manaus e, além de fazer o que todos os garotos gostam de fazer, instigado pelos meus pais Délio e Zélia, eu também gostava de outra coisa: ler. E foi assim que descobri que um ano antes de eu nascer, num lugar chamado Território Federal do Guaporé, um tenente do Exército chamado Fernando Gomes de Oliveira havia desaparecido.

Até então eu só me interessava pelo Território do Guaporé porque minha mãe dizia que fora em Porto Velho que meu pai arrumara uma noiva quando viajava como agente postal dos Correios; porque o Fast Club foi jogar uma vez numa cidade chamada Guajará-Mirim onde viviam índios que atacavam seringueiros. Ou (o que era o mais importante): quando a seleção de futebol do Guaporé ia a Manaus disputando o Campeonato Brasileiro, jogar no estádio do Parque Amazonense. Eu morava na rua atrás do campo e tinha duas opções para entrar: pulando o muro ou esperar a bola ser chutada para fora do estádio e disputar a pegada dela para me apresentar ao porteiro e usar a devolução como moeda de troca do ingresso.

Não lembro se foi no Jornal do Commércio, editado desde 1904, o mais antigo jornal da Amazônia, ou nas páginas da revista O Cruzeiro. Sei que um dia li que um tenente chamado Fernando desaparecera na mata em 1945 no Território do Guaporé. E nunca mais esqueci do fato.

Em 1975 quando vim trabalhar em Porto Velho sai procurando informação. “Você ouviu falar do tenente Fernando?”.  Não posso explicar a razão do meu interesse no caso ser tão forte.

Ao editar o primeiro número do jornal A Tribuna, em janeiro de 1976, eu coloquei ali matéria a respeito do tenente Fernando. Nesses mais de 35 anos ouvi e li sobre o assunto. De mestres da História local como a professora Yêeda Borzacov, o jornalista e escritor Esron Menezes, o professor e historiador Abnael Machado de Lima, do jornalista Euro Tourinho e do poeta e típico exemplar da própria história rondoniense Walter Bártolo, ouvi versões e tive acesso a livros que tratam do assunto.

No dia 29 de julho de 1945, um domingo, os soldados jogavam dominó no acampamento da 2ª Rodoviária Independente. Por volta das 15 horas o tenente Fernando decidiu sair para caçar alguma coisa para melhorar o jantar. Saíram ele e mais Levou dois outros militares. Os dois voltaram.

O tenente Fernando nunca mais foi visto. Seu desaparecimento gerou uma sequência de acusações e de estórias  e o fez, certamente sem que ele o quisesse, entrar para a história política rondoniense.

Sei que dificilmente a verdade-verdadeira sobre o tenente Fernando virá à tona, mas procurei reunir nesta série o máximo de informação que consegui.

Semana que vem a segunda parte:

As mudanças que o Tenente Fernando não viu

SEU BENU

Junho/2009

Seu Benu amanheceu falando da inveja. E tudo porque nos Estados Unidos, conforme a nota de um site brasileiro um homem com 150 milhões de dólares na conta, foi condenado à prisão.  “No Brasil você acha que ele ficaria 150 minutos preso? Ele deve estar com inveja da gente”.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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