Segunda-feira, 9 de julho de 2007 - 17h49
Depois das notinhas leia o comentário "Comissão na hora da verdade"
TRÂNSITO
Deu a doida no trânsito, de vez. Aqueles policiais de cabeça branca só aparecem para multar, mas ninguém se arvora a arrumar as coisas no trânsito mesmo. Enquanto isso nas portas de colégios não se colcoa qualquer redutor de velocidade, já na frente de um templo na rua Elias Goraieb entre a Dom Pedro e a Afonso Pena colocaram dois, apesar de na esquina já existir isso. Por que lá tem e na frente das escolas não?
BRIGA
Ninguém se iluda: a briga no grupo do governador Ivo Cassol pela indicação do nome ao Governo em 2010 já começou. E o jogo vai continuar pesado, podem anotar.
ABORTO
Um religioso debateu com a equipe da TV-Bandeirantes a questão do aborto, na noite de domingo. Seus argumentos calaram jornalistas experimentados. Mesmo se atendo muito a princípios bíblicos para defender sua posição, o religioso lembrou aspectos nada espirituais com relação ao aborto, como os resultados psicosociais de quem pratica esse ato. Mas o que mais me chamou a atenção foi ele dizer que não teme a discussão de um projeto de aborto mas, sim, que não dêem aos que se opõem à idéia o mesmo espaço dado aos que são favoráveis. Taí, ele tocou na ferida certa.
NOTINHAS
O Tribunal de Contas tem pauta grande para a sessão desta quinta-feira, a partir das 9 horas .x.x A poucos dias dos Jogos Panamericanos no Rio de Janeiro e o noticiário local sobre esporte é praticamente ausente do assunto .x.x De um site nesta segunda-feira: "Ceron regularizou falta de energia em Mutum". como diria minha mãe, se viva fosse e cá estivesse, "morrendo e aprendendo".
COMENTÁRIO
Comissão na hora da verdade
Que eu nunca acreditei que uma tal comissão formada para analisar indenizações a quem se diz prejudicado pelo Movimento Militar de 1964, isso eu não tinha nenhuma dúvida. Mas, como criaram a tal dita cuja foram saindo dali indenizações cada vez mais cabeludas que, conforme recente notícia que andei lendo, sempre tem dado indenizações maiores, aqui, do que em outros países que passaram pela experiência brasileira naquilo que chamam de "anos de chumbo".
Recentemente foi beneficiado com parecer favorável Carlos Lamarca, e a revista Veja fez um retrospecto a respeito do que Lamarca aprontou: capitão do Exército, desertou levando armas e se postou contra o Governo de então. A revista lembra que Lamarca teria participado ativamente de atentados, de forma direta ou indireta e gerado pelo menos duas mortes comprovadas, de um soldado e de um oficial.
Cercado e morto no interior baiano, há ainda questões a responder na morte de Lamarca: na condição que se encontrava ele poderia ter sido capturado vivo? Mas não discuto aqui essa questão.
O que me chama a atenção é a situação em que se encontra a Comissão responsável pelo julgamento de pedidos de indenizações. Ela aprovou o de Lamarca e agora vai ter de seguir o mesmo caminho num caso que a esquerda brasileira não gosta nem de imaginar: o processo solicitando indenização para o ex-marinheiro cabo Anselmo que, após preso, se passou para o lado das forças de Governo.
No caso do cabo Anselmo são duas situações bem diferentes. Na primeira, a em que se baseia para requerer o benefício já concedido a outros, a de que Anselmo foi cassado pelo Ato institucional, se não me engano o número 1, editado ainda em abril de 1964. Nesse caso não há dúvida que o cabo Anselmo tem todo direito de requerer o benefício e à Comissão não cabe outra saída que não seja conceder. Na segunda - o que nada tem a ver, em meu entendimento, com a propositura, o fato dele ter descambado para o outro lado.
Bom, mas eu não acredito que a Comissão analise dessa forma a proposta. Vão logo dizer que o cabo Anselmo se passou para o outro lado e aí virá alguém com aquela desculpa de que será feito um julgamente político.
O duro vai ser a Comissão ter coragem de aprovar a indenização ao cabo Anselmo. Até porque, pelo que andei vendo na TV e lendo sobre a proposta já há uma idéia pré-concebida e aí acreditar que haja isenção é a mesma coisa que acreditar em papai-noel.
Como disse recentemente o atacante Somália sobre a seleção brasileira, que ele só acredita em ser convocado se for jogar na Europa, da mesma forma que no caso do cabo Anselmo dificilmente a razão vai se sobrepor à razão.
Inté outro dia, se Deus quiser!
Lúcio Albuquerque
jlucioalbuquerque@gmail.com
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