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Gente de Opinião

Lucio Albuquerque

CONTA GOTAS 17/07/10


Leia ao final a coluna Olá, Doutor!, com o título O Iperon e suas exigências.

BANALIZAÇÃO

O estúpido fuzilamento, à luz do dia e perante várias pessoas, de uma mulher na avenida Caúla, nesta semana, é a prova mais provada de que temos um faroeste mais violento aqui do que viveram Cacoal e Colorado no final da década de 1970 e no início da década de 1980. Pior que aqui há uma banalização clara da violência, da estupidez e, pior que isso, da falta de uma Ação real de combate ao crime, o que não passa apenas pelo trabalho policial.
 

NÃO ESQUEÇA

"Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei.

No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar..."

(Martin Niemöller, 1933, conforme citado no blog claudiohumberto.com.br).

APATIA

Certamente é essa apatia que vai nos levar, um a um, insensíveis perante a banalização da violência. Até quando?

PALMADA

Vale a pena ler o comentário do articulista Orlando Pereira Júnior, com o título Punição x punissão no site gentedeopiniao.com.br. ele tem toda a razão e só quem joga para a platéia aprova essa lei da palmada. Conheci a família do Orlando, aliás, o primeiro árbitro local a dirigir a final de um campeonato brasileiro – o de voleibol em 1978, em Maringá (ou foi Londrina?) no Paraná. E, claro, conheci dona Maturina, personagem de meu livro Mulheres de Rondônia – de Tereza de Benguela à Coronal Angelina.

CONCEITO

Entreouvido da conversa de dois pais, sobre a lei da palmada, num órgão público de Porto Velho:

Pai 1 - Agora a gente não pode mais colocar um filho na linha.

Pai 2 – Pois é. Agora entramos naquela fase stalinista em que o garoto ganhava prêmio do governo quando denunciava o pai.

Pai 1 - Pois é. Agora a educação fica com a polícia.


LEITURA

Já circulando, condensado em um opúsculo o "Festival de Piadas" reunindo as piadas publciadas em quatro anos de vida do boletim "Leiturano Ônibus". Trabalho do Luiz Carlos Albuquerque e que encontrou um nicho que hoje é referência em nossa cidade. Contatos pelo leituranoonibus@gmail.com.

NOITE CHEIA

Promete ser cheia a noitada da próxima quinta-feira no clube CSOF, no mirante 2 e meio. Poesia, canto lírico e seresta na agenda cultural. É o sarau promovido pela Academia de Letras de Rondônia. Informações com o acadêmico William, pelo 3229-2430.

Datas de Rondônia

(Período de 17 a 20 de julho)

Dia 17 – Em 1948 – O seringalista Joaquim Pereira da Rocha envia ao deputado federal Aluízio Ferreira, com pedido de análise laboratorial, de amostras de uma terra preta recolhida em sua propriedade. Os testes confirmaram alto teor de cassiterita (Vitor Hugo, Cinqüenta anos do Território Federal do Guaporé);

Dia 19 – Em 1991 – O Congresso Nacional aprova a Lei 8.210 criando a Área de Livre Comércio de Guajará-Mirim ((Professora Tereza Chamma, Calendário de Guajará-Mirim))

Olá, Doutor!

O Iperon e suas exigências

Pois é, doutor, tratar de processo de pensão por viuvez junto ao Iperon é coisa mais complicada de entender e de atender do que aquele famoso, e sempre citado cá pelo colunista, Samba do Crioulo Doido. E não é para menos, conforme a história que ouvi da vítima – desculpe, doutor, do viúvo de aposentada pelo Iperon.

Deixe de arrodeio e vamos aos fatos, como diria o velho Délio, pai aqui do cidadão, se vivo fosse e cá estivesse.

A vítima – lá vou eu de novo, doutor, desculpe – o viúvo procurou o Iperon (já falei antes, mas é apenas para emendar a história) e lá a primeira coisa que perguntaram foi:

Como era a sua relação com a falecida?.

Vai ver a funcionária que perguntou queria saber se faziam só mamãe e papai, essas coisas.... Que pergunta mais, mais, hein doutor?

Já viu, né, doutor? A coisa caminhava fácil para a galhofa e para postergar qualquer sequência de encaminhamento do que, pelo que entendo, fosse apenas um requerimento do que seria líquido e certo.

E o senhor, doutor, acha que a coisa terminou por aí? Não. A seguir o pessoal do Iperon requereu (não doutor, não foi o viúvo que requereu, foi a pessoa, representando o Iperon, que exigiu):

O senhor tem de apresentar um documento comprovando a inatividade dela.

Como é, doutor? O senhor não entendeu como o Iperon exige um documento que ateste a inatividade funcional de alguém que está aposentado há mais de um ano pelo próprio Iperon? Nem o viúvo, e nem eu, doutor.

Talvez quisesse a apresentação de relatório do coveiro para atestar a inatividade, porque o atestado de óbito estava na juntada dos documentos.

Mas tem mais (o senhor sabe, doutor, que alguns que se consideram – e exigem assim serem chamados - doutos ainda confundem mais e mais quando escrevem qualquer bilhete?).

Mas, voltando aos trilhos neste país em que nunca tivemos um presidente como tal, o Iperon ainda exigiu do viúvo a apresentação da ficha financeira da falecida. Ora, doutor, vamos ao início.

A falecida era aposentada do Iperon, depois de mais de 20 anos servidora da Assembléia Legislativa. Qualquer servidor, o senhor sabe, doutor, para se aposentar deve apresentar cópia de sua ficha financeira. E, em sendo aposentada há mais de um ano, claro que quem tem a ficha financeira, inclusive de aposentada, é o próprio Iperon.

Bastava alguém lá clicar o nome ou o número de registro da falecida no computador para achar as informações. Mas, doutor, para ajudar há poucos. Para complicar, bem, como parece a queixa desse cidadão, aí é só ir ao Iperon.

Agora, doutor, falando sério: já pensou nas pessoas que dependem do salário de um funcionário previdenciário do Iperon e que, ao entrar na viuvez vai pedir a pensão.

Se essa pessoa, doutor, tiver filhos e da pensão depender a sobrevivência dessa família enlutada, vão acabar morrendo de fome.

No caso do reclamante, doutor, já são dois meses. Sorte que ele tem renda para, pelo menos, comprar o pão nosso de cada dia.

Inté outro dia, doutor, se Deus quiser!
 

   Lúcio Albuquerque
jlucioalbuquerque@gmail.com   

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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