Sexta-feira, 12 de outubro de 2007 - 13h24
A coluna de hoje, dia de Nossa Senhora Aparecida, vai ser diferente de todas as outras porque irá apenas reproduzir o discurso do jornalista, historiador, fonte histórica, capitão bombeiro, professor Esron Penha de Menezes, amazonense de Humaitá e rondoniense há 80 dos 93 anos de sua vida. O discurso foi durante a sessão solene na loja maçônica União e Perseverança quando Esron recebeu a comenda D. Pedro I, cujos detentores são raros e no caso local foi a primeira vez, em 90 anos de funcionamento, que isso aconteceu na União e Perseverança.
Segundo amigos meus que são maçons eu sou um goteira. Mas em homenagem ao mestre Esron e à própria instituição onde ele ingressou há 64 anos, em 1943, a coluna de hoje é apenas o discurso:
Eminente Ir:. Dr. Jacob Atallah
Ven.: Mestre
Meus irmãos.
Eu mesmo pedi aos IIr.: Dante e Jorge que fizessem esta sessão de apresentação dessa Venera, que é a maior comenda que os IIr.: do G.O.B podem aspirar se tiverem a ventura de alcançar 50 anos de maçonaria. Eu recebi depois de completar 92 anos.
Eu pedi esta apresentação, não pela vaidade de uma recepção com todas as honras a que são devidas na faixa 5ª do Regulamento Geral da Ordem, também para não ver os IIr.: da minha Loja mãe sofrerem o vexame de ignorar esse ritual.
Foi principalmente para pagar uma dívida de gratidão a um Ir.: que foi paradigma dos IIr.: desta Loja que goza até hoje desse mesmo padrão de comportamento.
Meu pai, meu irmão Alberto, meus cunhados como eu agradecemos ao G.:A.:D.:U por pertencer a esta Veneranda Loja.
Não é só a mim que ao visitar uma Loja deva ser tratado de Sapientíssimo Comendador da Ordem do Mérito D. Pedro I. Atualmente temos também o Grão Mestre Euclides Sampaio Fróes, que ao visitar uma Loja pode optar pelas regras da faixa 5.
Nos festejos do 25º aniversário do G.O.E.R, eu havia dois dias antes recebido a medalha e ainda não tinha conhecimento dessas honrarias e estava atarantado sem saber o lugar que me era destinado quando o Adjunto do Grão Mestre Geral que viera naquele evento representar o Soberano, na entrada do Oriente pegou-me pelo braço e levou-me e antes de sentar disse é a minha direita que o Ir.: deve sentar-se porque eu estou, mais o irmão é, completou eu só sento aqui porque estou Grão Mestre, mas a você é permanente.
Sempre desejei que me aparecesse uma oportunidade de pagar a promessa de que fiz a mim mesmo ao mui prezado Ir.: Abdon Jacob Atallah a quem eu desejo imitar por considerá-lo um verdadeiro Mestre Maçom, não aquele que cola o 3º grau, mas do sábio e ético, um nome que deve ser venerado.
No dia 8 de junho de 1943 que me concederam a graça de ver a luz ao meu lado estava aquele Venerável Ir.: e foi por esse motivo que pedi que dessem esse cargo ao seu filho, o eminente Ir.: Jacob Atallah, mesmo porque eu desejo relatar um fato que julgo inédito até agora.
Eu era Delegado do Grão Mestre Moacyr Dinamarco, o 1º nesse cargo a visitar Porto Velho e junto com Maicy Guarany Vanderley e a pedido deste fossemos visitar Abdon que já estava meio adoentado. O Grão Mestre atendeu o pedido e fomos muito bem recebidos no comércio do Ir.: O Grão Mestre ficou muito admirado do nosso relato sobre o Abdon.
Quando vínhamos, Maicy pediu-me para falar com o Grão Mestre para ver se podia dar o grau 33 ao Abdon. Eu disse ao Maicy que não era com o Grão Mestre que se faria o pedido. Mesmo assim, falei com o Dr. Dinamarco e ele me respondeu que iria falar com o Vulcano.
Tempos depois, Maicy me telefonou que o Soberano Grande Comendador foi procurá-lo para obter meu endereço. Marcamos para as 10 horas na Loja União e Perseverança.
Dr. Ariovaldo Vulcano falou sobre o pedido de Dinamarco e que ele estava aqui e que iríamos a casa de Abdon, onde o encontramos sentado numa cadeira de balanço. Uma senhora morena, forte serviu-nos um gostoso cafezinho. Vulcano ficou muito entusiasmado com Abdon. Ele pediu que eu e o Maicy saíssemos que ele queria falar a sós com o Ir.:, alguns minutos depois chamou-nos e disse, o pedido de vocês se concretizou. Nós o cumprimentamos e viemos embora com Vulcano que me disse que havia feito por comunicação, o Ir.: Grau 33.
Assim creio que Abdon foi o primeiro grau 33 depois da era Vargas.
Depois desse encontro só vi Abdon no seu leito mortuário, quando lhe fiz uma saudação.
Essa promessa estou jubiloso de cumpri-la agora, tanto tempo depois.
Meus IIr.: Senhores e Senhoras.
Depois que tomei conhecimento das homenagens que esta medalha me outorga fiquei assombrado porque não era o que eu queria. Ícone, símbolo não era o meu desejo.
São tão grandes os encargos desta Venera que raciocinando calmamente e quando eu vejo se estreitar o meu horizonte e o passar dos anos, não me alentam para o que eu mais desejei ser considerado pelos meus irmãos como Abdon o foi, um verdadeiro Mestre Maçom.
Inté outro dia, se Deus quiser!
Lúcio Albuquerque
jlucioalbuquerque@gmail.com
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