Quinta-feira, 21 de dezembro de 2017 - 17h38
Lúcio Albuquerque, repórter
Recentemente uma pessoa próxima ao prefeito Hildon Chaves comentou, num grupo ao qual eu estava presente, que, dentre os entraves para os projetos da prefeitura andar, um dos maiores seja o tipo de atendimento que servidores dão ao cidadão. Apesar deste artigo ter sido gerado a partir de um fato que testemunhei, tenho consciência de que o problema não acontece só na área municipal, mas esparrama por tudo que é forma de atendimento ao cidadão, seja na iniciativa privada ou pública.
Esta semana dois fatos, um deles com uma familiar minha e o outro com pessoa que conheço muito bem, no primeiro caso numa loja muito conceituada, de grandes departamentos, e o segundo com a Semtran.
No caso da loja uma senhora foi comprar um objeto e depois de procurar com quatro vendedores só não desistiu porque um quinto veio atender, sem nem ter sido chamado.
Não é novidade para ninguém que a falta de compromisso de uma enorme parcela de funcionários, concursados ou não, isso somado à falta de segurança de chefes que acabam inibindo subalternos de dar informações, e, mais ainda, o desconhecimento efetivo de suas funções ou o que é um fator imenso: a falta de vontade em ajudar, até porque grande massa de funcionários públicos esquece que o patrão é o cidadão.
Além disso em muitas repartições públicas existe aquela plaquinha lembrando que de acordo com uma lei qualquer “desacatar” servidor público é crime – em duas ocasiões assisti quando pessoas que apenas reclamavam o dever do funcionário de dar bom atendimento serem ameaçadas de enquadramento na tal lei.
Mas desconheço que em qualquer órgão público tenha uma plaquinha dizendo o o servidor não cumpridor de seus deveres também pode ser enquadrado por crime.
O causo desta semana com um usuário de transporte coletivo e vários funcionários da Semtran mostra o quanto é preciso mudar: a pessoa estava há mais de 40 minutos esperando passar ônibus de uma das três linhas que o atenderiam. Resolveu ligar para a Semtran e eu estava ao lado, ouvindo. Foi um típico caso de desrespeito ao cidadão, desde a primeira pessoa que atendeu, uma funcionária que desligou três vezes e só na quarta admitiu indicar alguém para explicar.
Aí começou aquilo que deixou claro o típico “Samba do Crioulo Doido”, do imortal Sérgio Porto, mas pode chamar também de Stanislau Ponte Preta. Veja só: a atendente depois de quatro tentativas acedeu em passar para quem poderia falar, atendeu o “seu” Rocha – daqui para a frente todos os nomes são os que ouvi e anotei e podem não ser verdadeiros.
Rocha alegou que há uma planilha, que o reclamante deveria ter paciência – a essa altura já estávamos com mais de 50 minutos e nada dos ônibus. Mas acabou dizendo que não tinha certeza e deu, depois de muita insistência, o nome de outro funcionário citado como “responsável” pela planilha das linhas de ônibus.
Agora foi a vez do Júnior ou Júlio, mas no final deu na mesma: péssima vontade de ajudar, esquivas constantes e até o nome do atual dirigente maior da Semtran ele não sabia – ou não quis dizer?. E o usuário, que apenas queria saber por qual motivo há 58 minutos no ponto da Sete com a Irmã Capelli os ônibus não passavam, ouviu que até o dia anterior o secretario seria alguém chamado Flávio, e que naquele momento era o Carlos, mas que o cidadão procurasse o chefe do Departamento, o Alexandre, só que o Júlio (ou Júnior) não sabia dizer se ainda era o dito cujo.
Nem que hora ele pode ser encontrado.
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