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Lucio Albuquerque

Direito do Consumidor: Chega de ser trouxa!


O consumidor, o cliente, a pessoa que adquire o bem ou o serviço prestado por determinado produtor/ofertante, seja ele pessoa física ou jurídica, de caráter público ou privado, esse ser enigmático que todos querem (ou deveriam querer) agradar é a grande vedete do mercado mundial. Adivinhar, prever ou despertar os seus desejos e sugerir-lhe produtos que o satisfaça, tem sido o segredo do sucesso das maiores marcas do planeta e o desafio dos diretores de marketing pelo mundo afora.

Mas algo diferente acontece nas terras tupiniquins! Será que somos do tipo de consumidor “camarada”, que perdoa falhas e o menosprezo dos prestadores de serviços? Creio que esse deve ser o pensamento em Rondônia das chamadas concessionárias de serviço de “banda larga” (rsss... perdoem-me o riso incontido) e telefonia móvel. Tal qual Diógenes, o filósofo grego da escola cínica, que com sua lanterna em plena luz do dia, procurava um homem honesto, poderíamos, da mesma forma, procurar um usuário plenamente satisfeito com os serviços prestados. Neste final de semana ficamos sem sinal de telefone celular e sem internet. Essa situação se entendeu pela segunda-feira e parece não estar totalmente a contento até a presente data. O que terá acontecido? Pane no sistema? Manutenção ou ampliação da rede? Seja qual for o motivo, o fato é que não houve qualquer comunicação (e esse é o negócio deles, COMUNICAÇÃO!!) ao usuário. Não se deram ao trabalho de dar qualquer que fosse a explicação ou satisfação para aquele que é o verdadeiro patrão dessas empresas.

Quando Cabral aportou em terras brasileiras, elas já eram habitadas por milhares ou até, quem sabe, milhões de índios. Aí devem ter oferecido espelhos e apitos para nossos antepassados silvícolas que de bom grado lhes deram as riquezas que possuíam. Parece que esse comportamento está em nosso sangue. Essa maldição da passividade e do conformismo nos faz aceitar qualquer coisa de qualquer jeito. Você contrata uma determinada velocidade e a ANATEL, que deveria nos proteger do estelionato cibernético, diz que as empresas são obrigadas a entregar 10 % da velocidade nominal! Nas últimas semanas, a revista Forbes publicou artigo achincalhando com o brasileiro, que todo feliz, compra o carro mais caro do mundo, se achando o máximo por poder andar em um carrão, que qualquer um, em qualquer lugar do mundo, paga até 3 vezes menos pelo mesmo produto. Há alguns anos conheci um camarada espertalhão que dizia que “enquanto houver otário nesse mundo, malandro não passa fome!” Somos os maiores otários do mundo, por que pagamos pelo carro que possui a maior margem de lucro, o chamado “Lucro-Brasil”.

Mas quem disse que precisa ser assim? Nós temos o poder da escolha e da pressão. Quem levanta e derruba marcas não são os profissionais do marketing, somos NÓS, os consumidores! Nós já derrubamos um Presidente da República, podemos mudar esse sistema desonesto. Se uma maioria de clientes entrasse com ações na justiça contra as empresas de telefonia, iríamos despertar o Ministério Público e a imprensa para essa demanda. Podemos também escrever para os nossos Deputados Federais e Senadores para que seja criada uma CPI do preço do carro brasileiro e nos manifestássemos nas redes sociais. Podemos criar um adesivo ou até mesmo uma campanha de conscientização, demonstrando nossa insatisfação quanto à desonestidade do preço do carro brasileiro, forçando a baixa nos preços. Existem ainda outras ações que podem traduzir a nossa insatisfação quanto à forma que somos tratados. O que não podemos mais é ficar assistindo a todo esse abuso e absurdo de braços cruzados. Como diria o Gonzaguinha: “É, A gente não tem cara de panaca, a gente não tem jeito de babaca, a gente não está com a bunda exposta na janela prá passar a mão nela! É, a gente quer viver pleno direito, a gente quer viver todo respeito, a gente quer viver uma nação, a gente quer é ser um cidadão”! E aí, vamos fazer alguma coisa?

Fonte: Lúcio Albuquerque

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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