Quinta-feira, 23 de maio de 2024 - 07h57
Numa das muitas conversas que eu tive com o então sacristão
da catedral do Sagrado Coração de Jesus, em Porto Velho, perguntei seu nome
civil e ele, entre risadas, disse que se acostumara há muito com seu apelido:
“Beleza”.
Era maneira que todos o tratavam e era comum ouvir-se dizer
que só o bispo dom João Batista Costa o chamava pelo nome, bem comum, de
batismo: Raimundo Monteiro.
“Beleza” e a senhora Joelina Araújo, são os dois leigos
cujas efígies foram colocadas dentre os padres e bispos da Catedral do Sagrado
Coração de Jesus na Porta Santa do Jubileu da diocese.
Raimundo Monteiro, mas ele, que se aposentou em 1999, e
faleceu em 2005, sempre preferiu o “Beleza”, que acabou se transformando numa
figura popular em Porto Velho, ainda lembrado por quem o conheceu.
Mesmo aposentado “Beleza” continuava a ir todos os dias até
a Catedral e, no tempo de Natal, era responsável por arrumar, e em janeiro
desarmar o presépio, uma das atrações para fiéis e visitantes
Contou que começou a trabalhar na Catedral como ajudante de
pedreiro, quando d. João nem fora ainda nomeado bispo, em 1945, e foi ficando.
E que nunca se casou, dizia que sua família era a igreja, onde era uma espécie
de “faz tudo”.
Uma das funções que exerceu foi de sineiro. O jornalista
Ivo Feitosa lembra: “Ele aprendeu a dar ritmo e beleza ao badalar dos sinos da
Catedral, ainda manuais”, o que ainda estão presentes nas memórias de fieis que
conheceram seu trabalho.
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